“I think everything in life is art. What you do. How you dress. The way you love someone, and how you talk. Your smile and your personality. What you believe in, and all your dreams. The way you drink your tea. How you decorate your home. Or party. Your grocery list. The food you make. How your writing looks. And the way you feel. Life is art.” Helena Bonham Carter
“I think everything in life is art. What you do. How you dress. The way you love someone, and how you talk. Your smile and your personality. What you believe in, and all your dreams. The way you drink your tea. How you decorate your home. Or party. Your grocery list. The food you make. How your writing looks. And the way you feel. Life is art.” - Helena Bonham Carter
Se a vida é arte, todos somos artistas. Talvez toda esta "viagem" não seja sobre nos tornarmos grandes pintores, escritores ou designers. Talvez se trate de encontramos uma ferramenta, algo que dê um sentido ao lado mais sombrio da vida, algo que possamos lançar de volta ao universo de forma a sentirmos que importamos, que fazemos alguma diferença. Mas, no final, talvez seja apenas sobre estar vivo, sobre realmente ousar viver – não apenas para passar o nosso tempo aqui, mas para o cantar, pintar, dançar ou escrever, para o transformar na nossa própria obra-prima. Criar move-nos. Ninguém que crie pode permanecer estagnado. E um dia de cada vez, dos pequenos aos grandes gestos, a Arte pode invadir a nossa vida, de formas mágicas, que tanto nos fazem atravessar os campos de batalha mais conturbados como servem de porto de abrigo, onde podemos descansar.
Enquanto esta edição da Vogue Portugal se centra no tema Arte, cada uma das outras edições, e os seus respectivos temas, são sempre pensadas, tratadas e desenhadas com um fio condutor, maior do que o próprio tema – a arte e a criatividade de todos os que fazem parte de cada número. Da fotografia ao styling, do design à escrita, da maquilhagem à ilustração, da direcção criativa à forma como é vista, e lida, existe um elo comum – a necessidade de criatividade, de uma linguagem artística nas nossas vidas, que ultrapasse as fronteiras linguísticas, geográficas e culturais, é tão universal como as emoções que nos definem como seres humanos.
Quando a LightHouse relançou a Vogue Portugal, há exatamente 30 edições, o grande desafio, a responsabilidade maior, foi estar à altura destas duas palavras: Vogue e Portugal. E torná-las numa só, fiel a si mesma e ao ADN de cada uma. A herança de um título histórico e internacional como a Vogue não se poderia limitar a ser uma revista local. Esta Vogue, feita em Portugal, por uma equipa portuguesa, tem essa responsabilidade acrescida. E tem também um imenso orgulho no talento nacional e internacional que fazem dela muito mais do que uma revista mensal, mas sim uma plataforma artística e intemporal, nos dois sentidos que mais sentido fazem: mostrar ao mundo o que de melhor se faz em Portugal e o que de melhor se faz no mundo, em Portugal. Menos de dois meses após esse relançamento, a Vogue Portugal começou a afirmar-se internacionalmente, com uma grande circulação no Brasil, a esgotar em Londres, Paris, Milão, a conquistar assinantes em toda a parte do mundo, Espanha, Alemanha, Russia, China, Japão, Austrália, Estados Unidos. Capas, produções de moda, reportagens e entrevistas feitas pela Vogue Portugal são destaque nos media internacionais, mês após mês.
E é inevitável um sentimento de orgulho ao ver Portugal citado como referência ou fonte – na abertura de um noticiário em prime time na RTL ou em grande parte dos late night shows nos Estados Unidos, em jornais, revistas e centenas de sites de todo o mundo, ou até pelas imensas partilhas nas redes sociais de fotos de leitores com a revista nas mãos, nos quatro cantos do mundo. A quantidade crescente de mensagens, que nos chegam dos mais variados países, a perguntar como podem ter acesso à Vogue Portugal, levaram-nos a criar a nossa Vogue Store [vogue.pt/shop], onde agora todas as edições em banca, números anteriores e edições limitadas, podem ser pedidas e entregues em qualquer ponto do planeta, à distância de um clique.
Perceber que uma revista, escrita em português, ultrapassa tantas das fronteiras que seriam previsíveis faz-me ter a certeza de que o caminho e a linguagem artística são universais, que o poder das capas e das imagens criadas, por todos os talentos, jovens e consagrados, envolvidos em cada edição, são a ponte. Que a arte e a criatividade são embaixadoras de Portugal, as verdadeiras influencers num planeta que precisa de muito mais do que imagens bonitas vazias de conteúdo. Porque a Arte nem sempre é sobre coisas bonitas, ou só uma imagem bonita. É sobre quem somos, sobre o que nos acontece, sobre a forma como as nossas vidas são afetadas. A vida é experiência e a Arte é a expressão dessa experiência.
P.S. E porque a riqueza e a criatividade das palavras também não merecem fronteiras, a partir de agora, e já ao longo desta edição, vai encontrar vários artigos com QR Code, assinalados com "English version" para que a maioria dos textos possam ser lidos por grande parte da nossa audiência que não consegue ler em Português. Ainda.
Apesar da riqueza de imagens e da diversidade artística patentes ao longo da edição, a capa espelha uma imagem simples e minimal, clara na mensagem. Uma imagem, quatro capas diferentes, na quadricromia CMYK (Cian, Magenta, Yellow e Black) a base cromática das Artes Gráfi cas e da própria Pintura que, junto com a cor branca, permitem a criação quase ilimitada de tons, tão ilimitada quanto a nossa imaginação. Assim é a Arte. Assim é uma revista, que a cada edição começa sempre como uma tela em branco. A modelo Ola Rudnicka, fotografada por Guillhaume Roemaet, faz parte de um dos shootings de Alta Costura, realizado em exclusivo para a Vogue Portugal.
*For the english version, please click here.