Quando percebeu que tinha regressado ao campo com a t-shirt ao contrário, a tenista Alizé Cornet fez o impensável para um desporto onde os homens podem exibir livremente o tronco nu. Demorou dez segundos a trocar o top. Demorou dez segundos a ser surpreendida com uma penalização. Demorou dez segundos a mostrar que, no mundo do ténis, a maior ofensa em court é o corpo de uma mulher.
Quando percebeu que tinha regressado ao campo com a t-shirt ao contrário, a tenista Alizé Cornet fez o impensável para um desporto onde os homens podem exibir livremente o tronco nu. Demorou dez segundos a trocar o top. Demorou dez segundos a ser surpreendida com uma penalização. Demorou dez segundos a mostrar que, no mundo do ténis, a maior ofensa em court é o corpo de uma mulher.
Alizé Cornet ©Getty Images
Foi durante um set disputado entre a a francesa Alizé Cornet e a sueca Johanna Larsson que tudo aconteceu. Era uma terça-feira de agosto, e o calor fazia sentir-se com grande intensidade na cidade de Nova Iorque, onde acontece, até dia 9 de setembro, o torneio de ténis US Open. As temperaturas altas, que atingiam perto dos 35 graus, levaram as atletas a sair do campo para uma pausa de dez minutos. Aquilo que se seguiu não foi apenas insólito e inacreditável - foi a gota de água para repensar o modo como as atletas femininas são vistas no mundo do desporto.
Ao regressarem ao court para jogar o terceiro set da partida, Alizé Cornet reparou que tinha vestido a t-shirt ao contrário. Se perguntasse a qualquer pessoa o que faria na posição da tenista francesa, imaginamos que a resposta mais comum seria tirar o top e vesti-lo novamente, desta vez do lado certo. Não surpreendentemente, foi exatamente isso que Cornet fez, de forma rápida e sem qualquer hesitação. Demorou cerca de dez segundos a olhar para a t-shirt, a virar-se de costas para as câmaras, a despir a parte de cima do coordenado às riscas em tons de rosa, a mostrar o top desportivo preto e vermelho que usava por baixo, e a vestir a t-shirt novamente.