1, 2, 3, 4… e de repente o rosto está cheio de borbulhas. Há muito que apregoamos que, mais do que gastar todo o corretor do mundo para as cobrir, o importante é tratar. Mas, e se pudéssemos fazer as duas coisas?
1, 2, 3, 4… e de repente o rosto está cheio de borbulhas. Há muito que apregoamos que, mais do que gastar todo o corretor do mundo para as cobrir, o importante é tratar. Mas, e se pudéssemos fazer as duas coisas?
O sol até pode estar a brilhar e podemos ter acordado com o melhor cabelo de sempre. Mas se uma borbulha surge a dar aquele oi básico, sabemos que o humor para o resto do dia (semana?) está definido.
Recentemente, temos assistido ao surgimento online de um movimento que promete reconciliar-nos com a nossa pele. Chama-se acne positivity e já levou figuras públicas, influencers e perfeitos desconhecidos a falar sobre as suas histórias com acne, partilhar as suas jornadas de aceitação e divulgar imagens do seu rosto com borbulhas ao lado de frases inspiradoras ou hashtags como #acneappreciation. Simplificando, da mesma forma que o movimento body positive nos encoraja a aceitarmos as nossas estrias ou celulite, o movimento de acne positivity quer ajudar-nos a retirar todo o estigma e vergonha associado à acne. E quando até Justin Bieber (sim, o mesmo que já foi embaixador de uma marca de produtos anti acne) mostra a sua testa cheia de borbulhas nas stories do seu Instagram com a legenda “Pimples are in” (“As borbulhas estão na Moda”, em português), sabemos que estamos perante um fenómeno.
Porém, o processo de aceitação não tem de ser incompatível com o desejo de um melhoramento do estado geral da nossa pele. Por outras palavras, podemos amar a nossa pele e, ainda assim, desejar que aquela borbulha “chata” se vá embora. Para isso há, claro, uma série de produtos que ajudam a minimizar o cenário. Mas estes de que falamos dentro de poucas linhas não são necessariamente para aplicar só à noite nem nos obrigam a ter mil cuidados para não retirarmos acidentalmente a pomada muitas vezes viscosa do sítio. Estes limitam-se a ficar imóveis no rosto. Mais visíveis ou menos. Falamos (*drum roll*) dos adesivos anti-acne.
São autocolantes, geralmente redondos e de pequena dimensão, para colocar em cima das borbulhas, idealmente durante oito horas. O seu poder reside no facto de estarem embebidos em determina- das substâncias que ajudam a secar a gordura. “Normalmente, são pequeninos patches, de plástico, que são aderentes à pele e que têm na sua composição ácido salicílico, que ajuda a secar a borbulha, e outros produtos, normalmente, como a camomila, ou o chá verde, ou outras coisas, que ajudam a desinflamar a borbulha”, explica a dermatologista Manuela Cochito.
Para saber distinguir os mais eficazes, convém olhar atentamente para a lista de ingredientes (se o fazemos com a comida, por que não com a cosmética?). “O ácido salicílico ou outro ácido de frutos é normalmente o que deve estar na composição”, ensina a dermatologista. A mecânica não podia ser mais simples: “o ácido salicílico seca, os outros desinflamam e com isso consegue-se que a borbulha saia um bocadinho mais depressa. Depois, o facto de ser um plástico e de estar ali fechado, faz a chamada oclusão, ou seja, permite que os princípios ativos que estão embebidos no patch penetrem com mais profundidade na pele”, resume.
Se são adesivos milagrosos? Não exatamente – mas quem acredita em beauty miracles? “O resultado é relativo, não é uma coisa muito estrondosa”, confirma Cochito, acrescentando, porém, que a sua eficácia depende também da colocação. “Quanto mais precoce, melhor”, diz, alertando que deve ser evitada a aplicação quando a borbulha está em ferida.
E se a ideia de colocar um autocolante no rosto pode ser inicialmente questionável, bem... digamos que o passado ligou e avisa que been there done that. Os hoje designados patches não são, afinal, uma novidade. “É uma coisa antiga”, conta à Vogue a dermatologista. “[As marcas] agora lembraram-se e reavivaram isso. São estudos de mercado. Mas há muito tempo que havia marcas que tinham estes pequenos patches que se punham numa borbulha”, lembra.
A diferença hoje é no aspeto visual. Se por um lado a grande maio- ria destes produtos ainda é de cor branca ou transparente, já existem algumas lojas que os comercializam com desenhos coloridos (como a Sephora), ou formatos distintos (como a misteriosa Starface, cuja biografia no Instagram é “patches de borbulhas não aborrecidos”, já que se trata de adesivos em forma de estrela.) Porque até podemos querer esconder as borbulhas. Mas admitimos (e aceitamos) que elas estão lá.
Os produtos
Ficha técnicaFotografia de Alexandra LeroyMaquilhagem de Aurelia LiansbergaiteCabelos: Barthelemy JorisRetouch: Nataly TrachModelo: Linde Derickx @ Premium modelsEditorial e artigo originalmente publicado na edição de julho de 2019 da Vogue Portugal.