outono/inverno 2024
A aceitação é o primeiro passo: o verão está mesmo a chegar ao fim e, não tarda, os termómetros começam a baixar drasticamente. Apesar disso, a boa notícia é que nos espera uma estação repleta de tendências tão apetecíveis que (quase) nos fazem esquecer o frio que estará lá fora. Entre as várias propostas que as maiores casas de Moda nos fizeram chegar em fevereiro, a Vogue Portugal elegeu as 12 tendências que não pode mesmo descurar.
As propostas de Moda deste outono vão da rebeldia biker ao tão ansiado regresso do indie sleaze, passando pela elegância das saias A-line e a coolness de um bom look monocromático: a estação fria recusa-se a ser reduzida ao aborrecimento e apresenta uma panóplia de tendências imperdíveis. Das passerelles, em fevereiro, vieram as derradeiras inspirações e está, finalmente, na hora de as adicionar ao guarda-roupa. Estas são as 12 tendências que vêm dar brilho aos próximos meses e que, mesmo apesar do frio, nos farão querer sair de casa, nem que seja apenas pelo prazer de ostentar os melhores achados de Moda deste outono/inverno.
Monocromático
Não há absolutamente nada de enfadonho num look monocromático - quando bem feito, claro. O monochrome não é uma novidade recente mas é uma das tendências mais expressivas nesta estação, e existem mil e uma formas de brilhar num único Pantone dos pés à cabeça - e com acessórios incluídos. Tal como mostram Issey Miyake, Hermès, Gucci ou Lacoste esta tendência sofisticada, descomplicada e infinitamente chic, chega para pintar o inverno nos mais maravilhosos tons, dos nudes sóbrios a azuis arrojados.
Lacoste; Tod's
Lemaire
Ferrari; Eudon Choi
Givenchy; Gucci
Hermès
Dilara Findikoglu; Issey Miyake
Fatos de saias
Haverá melhor motivação para ser implacável no escritório do que o fato certo? Neste caso, o fato certo é composto por um blazer de alfaiataria irrepreensível e uma saia incrível, seja ela mini, maxi, com recortes, padrões, pregas ou folhos. Não somos (só) nós quem o diz: Tommy Hilfiger, Givenchy, Thom Browne e Prada mostram-nos que o corporate core foi mais do que uma tendência passageira e que se desdobra agora nesta versão onde triunfam os skirt suits. São exatamente o que precisamos para exalar uma aura à la Gisele Bündchen em O Diabo Veste Prada, onde os óculos e o olhar blasé são mais do que meros acessórios.
Ernest W. Baker; Tommy Hilfiger
Remain
Stella McCartney; Thom Browne
Givenchy; Roberto Cavalli
Prada
Laquan Smith; Philosophy di Lorenzo Serafini
Futurismo
Não podemos adivinhar como será o futuro longínquo, mas podemos, com certeza, adivinhar o que se vai usar nesta estação - aliás, podemos até comprovar com as imagens que se seguem. O outono/inverno de 2074; perdão, 2024, traz-nos visuais futuristas com tons metálicos, silhuetas arrojadas, camadas e assimetrias. Helmut Lang, Ferrari, Off-White e Heliot Emil são alguns dos nomes visionários que viajaram no tempo para nos trazer a tendência mais avant-garde dos meses que se seguem.
Heliot Emil; Fahion East
Vogue Runway; Launchmetrics Spotlight
Off-White
Coperni; Fendi
SRVC; Ferrari
Louis Vuitton
Natasha Zinko; Helmut Lang
Western
O Wild Wild West tomou as rédeas das passerelles desta estação e atravessou toda a cultura pop, ganhando imensa popularidade também na música com os hits de Beyoncé e o ainda tão aguardado Lasso de Lana Del Rey. Não é, nem de perto, o primeiro rodeo desta tendência, mas é o mais sonante dos últimos tempos. A estética country galopa também ao lado do Boho, onde as franjas, as botas texanas, os chapéus, os tons terra e as peles têm sido o centro das atenções. Isabel Marant, Ralph Lauren, Chloé e Stella McCartney são, sem surpresas, os nomes que impulsionaram esta tendência e que agora nos fazem sonhar com casacos em camurça, fivelas gigantes e um estilo de vida que funde o espírito boémio de Daisy Jones com a audácia de Clint Eastwood.
Chloé; Stella McCartney
Isabel Marant
Spotmax; Edward Crutchle
Ralph Lauren
Elie Saab; Molly Goddard
Louis Vuitton men
Indie Sleaze
Junte-se uma maquilhagem esborratada, cabelo com risco ao lado e despenteado e roupa que aparentemente não combina mas que, de alguma forma, resulta na perfeição: eis o visual indie sleaze em todo o seu esplendor. Há muito que aguardávamos o regresso desta tendência que marcou gerações, entre os seus casacos de pelo, vestidos mini em brilhantes e collants rasgados com uma combinação de colares compridos e combat boots - mas agora é definitivo. O indie sleaze volta a ser a derradeira estética e para inspiração já não precisamos de olhar somente para as musas como Kate Moss circa 2005, Alexa Chung, Effy Stonem, Sky Ferreira: o estilo destacou-se em grandes desfiles como os de Ann Demeulemeester, DSquared2, Tom Ford ou Elisabetta Franchi.
Ermanno Scervino; Blumarine
Ann Demeulemeester
MM6; DSquared2
Balenciaga; Burberry
Louis Vuitton
Tom Ford; Elisabetta Franchi
Saias A-line ao estilo anos 50
O “A-line” surgiu em 1955, quando Christian Dior apresentou a sua coleção para a primavera. Foi, na época, considerada a “silhueta mais procurada em Paris” e, neste outono/inverno, o feito repete-se ao redor do mundo. Numa espécie de cápsula do tempo, as saias A-line regressam - não fosse a moda cíclica - e brilham em propostas delicadas como as de Miu Miu, maximalistas como visto em Marc Jacobs, em versões sofisticadas de Carolina Herrera ou ultra-femininas cortesia de Sandy Liang.
Ferrari; Huishan Zhang
Miu Miu
Marni; Roksanda
Sandy Liang; Valentino
Marc Jacobs
Carolina Herrera; Luar
Plaid
Da cabeça aos pés, o xadrez chega a este outono/inverno de uma forma que deixaria Vivienne Westwood e Alexander McQueen orgulhosos - ou, em boa verdade, qualquer britânico. Num aceno ao punk e ao grunge, o plaid invadiu os desfiles para surgir nas suas mais variadas versões - todas elas terrivelmente apetecíveis. Em XXL ao estilo Loewe, de modo deconstruído como visto em Rave Review, ou ainda numa mistura eclética de padrões como mostram Yohji Yamamoto, Thom Browne e Rabanne. Para quem prefere uma versão ligeiramente mais discreta, há propostas Chanel a ter em conta. Nesta estação, o plaid é para todos os gostos.
Acne Studios; Chanel
Loewe
Yohji Yamamoto; Helmut Lang
Thom Browne; Rave Review
Rabanne
Elisabetta Franchi; Iceberg
Jogo de cores
Nesta estação a cor usa-se como acessório, como protagonista, como apontamento ou sem pudores. Os designers uniram-se para nos apresentar variadíssimas formas de brincar com ela, e sugerem desde um full look com contrastes e color blocking, a pormenores inesperados - seja nos sapatos, nas carteiras ou cachecóis, há 2390 Pantones sólidos para explorar. Se não é fã do monocromático que apresentámos acima, não há que temer pois nomes como Nº21, Bottega Veneta, Sportmax e Etro mostram como brincar com a cor numa espécie de Twister da Moda que envolve menos acrobacias e, indubitavelmente, muito mais estilo.
Miu Miu; Sportmax
Etro
Nº21; Anteprima
Bottega Veneta; Gucci
Prada
Versace; Dries Van Noten
Philosophy di Lorenzo Serafini; MM6
Uma Wang
Simone Rocha; Roksanda
Cinturas descaídas
Na estação mais fria, as cinturas continuam a descer com as temperaturas. Foram populares nos anos 20 e 30 e algures nos 2000 definiram gerações. Agora, no verão de 2024, voltaram em força e prometem ficar para os próximos meses. Distribuindo-se por vestidos e saias, não só são menos intimidantes do que uns jeans circa 2004, como são infinitamente mais elegantes e versáteis. Se tiver investido em algumas destas peças no verão, pode sempre recorrer ao layering para as reaproveitar neste inverno. Contudo, com as propostas de Rokh, Valentino, Alaïa ou Giambattista Valli será, certamente, difícil resistir a adicionar novas peças ao carrinho de compras.
Carven; Rokh
Valentino
Conner Ives; Tolu Coker
Gabriela Hearst; Giambattista Valli
Alaïa
Emilia Wickstead; Vaquera
Padrão leopardo
A febre do leopard print começou como uma microtendência e é agora uma das mais expressivas: de luvas a casacos XXL, vestidos ou minissaias, este inverno não há uma única peça que não conheça a sensualidade e o poder de um incrível padrão leopardo. Para um look total ou combinações inusitadas, há propostas de Michael Kors Collection, Christian Dior, Zimmermann e Alexander McQueen que nos convidam a encarnar o nosso spirit animal, deixando-o correr ferozmente por um guarda-roupa pintado por manchas exóticas. Afinal, diz-se que o cheetah print é um neutro, podendo ser combinado com a mesma facilidade de um simples nude - por aqui estamos de acordo.
Aniye Records; Zimmermann
Christian Dior
Rabanne; Isabel Marant
Alexander McQueen; Elisabetta Franchi
Vogue Runway; Lauchmetrics Spotlight
Nº21
Frolov; Michael Kors Collection
Biker
Haverá melhor companhia para a estação fria do que um bom biker jacket em pele? É um essencial de todos os anos que em 2024 se mostra ainda mais popular e relevante, mas igualmente fiável. Seja num preto clássico e insubstituível ou em rosas, verdes e azuis, esta é a peça e a tendência que promete nunca nos desiludir. Jil Sander, Annakiki, Acne Studios ou Aniye Records mostram por que motivo esta é considerada a melhor armadura para o frio e o maior trunfo para um look.
Aniye Records; Dilara Findikoglu
Annakiki
Valásquez; Feng Chen Wang
KNWLS; Ester Manas
Acne Studios
Jil Sander; Enfants Riches Déprimés
Vestidos direitos
Será uma cintura definida super “last year”? Fendi, Burberry, Courréges e Peter Do dizem que sim. Por isso, os designers apresentam maravilhosos vestidos direitos, que alongam o corpo e camuflam a cintura para dar lugar uma silhueta direita e verdadeiramente elegante. Seja em versões mais formais e festivas ou, por outro lado, perfeitas para enfrentar um dia de trabalho com estilo, este é o vestido que nos vai salvar em todos os compromissos dos meses festivos que se avizinham, sem nunca comprometer o estilo e o conforto.
Christian Dior; Jason Wu
Burberry
Courréges; Peter Do
Richard Quinn; Fendi
Prabal Gurung
Philosophy di Lorenzo Serafini; Prada
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