O que acontece nos bastidores, não fica nos bastidores. Algumas curiosidades sobre a nossa edição No Comments.
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Pano para mangas
Neste caso, abacaxi, mas também maçã, algas, ou uma série de outros resíduos de matérias-primas - alguns que por norma associamos mais à industria alimentar e não têxtil. O Nullarbor, por exemplo. Ainda numa fase experimental, esta fibra proveniente do desperdício da indústria ligada ao consumo de cocos assemelha-se à viscose-rayon, normalmente criada a partir de polpa de madeira. De acordo com a Nanollose, a empresa que desenvolve esta fibra transformada em novelo e depois tecido, usa uma tecnologia que permite converter resíduos em celulose microbial, num processo que dura menos de um mês e que precisa de muito pouco solo, água e energia. Ainda embrionário, a empresa conseguiu já produzir uma camisola, orgulhando-se de ter uma alternativa que não recorre à madeira e evitando algumas preocupações ligadas à sua produção, como a massificação e o uso de químicos, bem como o consumo exacerbado de recursos. E não é a única: há mais tecidos e fibras sustentávels de fontes inusitadas em Tecer comentários, na p. 48.
Disclaimer
Nenhum rio foi poluído para esta capa: a imagem que serve de primeira impressão para este número sobre a sustentabilidade ganhou os contornos de lixo flutuante e óleo em pós-produção - ver Realidade Aumentada*. Uma imagem simulada para representar, infelizmente, o que acontece, na realidade, em muitas massas de água por todo o mundo. Um dos flagelos que contribui para as alterações climáticas e que, inclusivamente, se manifestaram, de certa forma, durante esta produção. Numa altura em que se testemunha muitas tragédias naturais como furacões, o dia deste shooting - 5 de agosto deste ano -, também foi assolado por uma tempestade na iminência de ter sido categorizada como devastadora. No final, o dia decorreu sem percalços e o resultado está em Oceano (pouco) Pacífico, na p. 196.
Realidade Aumentada
Por falar em pós-produção - ver Disclaimer -, se quiser ver o antes e o depois desta capa, basta fazer download da app Lighthouse Publishing AR (disponível gratuitamente na App Store e Google Play) e apontar a câmara na aplicação para a imagem da capa para ver o lixo “aparecer”. Não é a única imagem a ganhar vida: no editorial ilustrado por Nuno da Costa, Admirável Mundo Novo (p. 232), a imagem da modelo com o computador tem uma dimensão tridimensional, criada pelo animador Nick Dehadray, aka The Hard Drive. Basta apontar a app para a ilustração para ver a magia acontecer.
Sem comentários, mas com palavras
Ainda que escondidas. Nesta edição, os comentários são seus, mas o contexto é nosso: em legendas e títulos, saberá sempre posicionar-se no espaço e no tempo, no início de um artigo ou secção. E pode ainda tirar as conclusões e análises que quiser das fotografias impactantes que escolhemos partilhar neste número onde as imagens valem mil palavras. Mas não deixámos de ter coisas para dizer: a voz da Vogue continua disponível em QR Codes, com maior ou menor texto, e que pode consultar antes, durante ou depois de consultar cada artigo.
Publicado originalmente na edição No Comments da Vogue Portugal, de novembro 2021. Todos os créditos na versão em papel.