Com a sua mais recente coleção, a marca italiana prova que se mantém fiel à sua identidade: tons vibrantes que catalisam felicidade instantânea.
Assim que entramos no espaço onde a Benetton apresentou a sua coleção primavera/verão 2024, sabemos que estamos no local certo. Mesmo sem qualquer direção ou indicação prévia, percebe-se que o espaço criado pela marca é a materialização arquitetónica da estética Benetton. Faixas de cor pintam o chão e os assentos, criando riscas em tons vibrantes. Frutas e flores gigantes enfeitam a passerelle. Face a um cenário extravagante, os primeiros looks são surpreendentemente moderados, calças de ganga e camisolas em tons “neutros” (rosas e azuis suaves, o mais neutro que se pode esperar da marca italiana). Mas, à medida que o desfile avança, os pops de cor tornam-se cada vez mais frequentes.
Quando nos damos conta, o cor-de-rosa é complementado com vermelho, azul com amarelo. Se há algo de que Andrea Incontri não tem medo, é da cor. Desde que assumiu a direção criativa da marca, no verão do ano passado, que Benetton se apoia cada vez mais na sua identidade original. A coleção, intitulada de Be On, procurou colocar um holofote sobre a história da casa que, desde 1965, define como usar cor.
Polos, calças cargo, calções, crop tops, todos nas cores mais vibrantes possíveis. O destaque da coleção foram os longos vestidos repletos de riscas horizontais de diferentes tamanhos e tons. Estes são o exemplo perfeito da perícia que Incontri tem quando se trata de combinar cor: verde lima não devia combinar com rosa e vermelho, mas, através da visão do designer, o impossível não só é possível, como é desejável. Uma versão semelhante do vestido tem o mesmo efeito, combinado roxo com amarelo e bege.
Um dos pontos que Incontri se foca desde que foi nomeado diretor criativo é o seu desejo de vestir todos, independentemente das suas origens, idade ou género. Esta ambição foi materializada no desfile através da inclusão de famílias de natureza multiétnica e multigeracional. O designer prova, mais uma vez, que entende o ADN da marca. A beleza de Benetton sempre foi democrática.
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