Há centenas de listas online que têm a presunção de decidir quais são as melhores love songs de todos os tempos. Como se fosse possível mandar naquilo que faz, ou não, um coração bater assim que se ouvem os primeiros acordes de uma guitarra.
Há centenas de listas online que têm a presunção de decidir quais são as melhores love songs de todos os tempos. Como se fosse possível mandar naquilo que faz, ou não, um coração bater assim que se ouvem os primeiros acordes de uma guitarra, ou assim que ecoam os primeiros versos de uma canção. Na impossibilidade de compilar todas as músicas de amor jamais produzidas, escolhemos, com humildade, algumas delas.
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É a faixa número quatro do álbum A Night At The Opera, lançado em 1975 pela banda de rock britânica Queen. Love Of My Life, escrita por Freddie Mercury em homenagem a Mary Austin, com quem teve uma relação no início dos anos 70, arranca com duras palavras (“Love of my life, you’ve hurt me / You’ve broken my heart / And now you leave me / Love of my life, can’t you see?”), que seriam ecoadas milhares, talvez milhões de vezes, deste então – quem nunca sofreu um desgosto de amor que atire a primeira pedra.
O mesmo acontece com How Deep Is Your Love, provavelmente a canção mais romântica dos Bee Gees, parte da banda sonora do filme Saturday Night Fever (1977), e com Can’t Help Falling In Love, que Elvis Presley gravou em 1961, e que seria usada para fechar todos os espetáculos do “rei” ao longo dos anos 70. E por falar em lendas, existirá algum single dos The Beatles que não fale, de forma mais ou menos direta, de amor? Hey Jude, Can’t Buy Me Love, I Want To Hold Your Hand, Love Me Do... A lista é tão grande quanto a genialidade dos fab four. E o que dizer dos The Rolling Stones? Angie, She’s A Rainbow, Love In Vain, Lady Jane... É impossível escolher só uma.
Igualmente geniais, os The Smiths ofereceram-nos quase tudo o que foi possível oferecer em termos musicais: nomeadamente There Is A Light That Never Goes Out, que viu a luz em 1986, e onde se ouve, a dada altura, “To die by your side / Is such a heavenly way to die” – e se isto não é uma declaração de amor, então não sabemos nada sobre declarações de amor. Os anos 80 foram pródigos em baladas fortíssimas de abanar até os corações mais frígidos. Em 1983 Bonnie Tyler ficou mundialmente conhecida com Total Eclipse Of The Heart. Doze meses depois os Foreigner soltavam as guitarras com I Want To Know What Love Is, Stevie Wonder seduzia com I Just Called To Say I Love You, e Phil Collins cimentava a sua carreira a solo com Against All Odds (Take A Look At Me Now). Em 1986 David Bowie surpreendia com o portento que é Absolute Beginners e, em 1987, os Roxette explodiam, na Suécia, com It Must Have Been Love, que viria a fazer parte de Pretty Woman, três anos depois.
O site Insider escreveu que é “a canção de amor para encerrar todas as canções de amor. Lançada por Bryan Adams em 1991, (Everything I Do) I Do It For You, é um dos maiores sucessos dos anos 90, a par de One, dos U2, I Will Always Love You, de Whitney Houston (que é, na verdade, um original de Dolly Parton) e de Nothing Compares 2 U, de Sinéad O’Connor. Uma bela canção, de facto. Tão boa que, arriscamos, está no mesmo patamar de músicas como Your Song, de Elton John, ou God Only Knows, dos The Beach Boys – um dos maiores hits dos anos 60, altura que Percy Sledge, famoso cantor soul americano, gravou a igualmente inesquecível When A Man Loves A Woman.
Mas voltando à decisão do Insider. Será que não se estavam a referir a November Rain, dos Guns N’ Roses? É tudo uma questão de opiniões, perdão, de emoções, mas tal como para muitos leitores, entre os quais esta escriba se insere, By Your Side, de Sade, é um no-brainer, outros acharão que Thinkin About You, de Frank Ocean, Every Breath You Take, dos The Police, ou Someone Like You, de Adele, são igualmente dignos de figurar nesta, e em qualquer lista, que fale de amor. Outros casos que inspiram discussão: The Winner Takes It All, dos Abba, My Heart Will Go On, de Céline Dion, Hold You In My Arms, de Ray LaMontagne, All Of Me, de John Legend. Deixemos que a decisão fique desse lado.
Há sugestões para todos os gostos – e desgostos. Os temas finais não pertencem a nenhum hall of fame, mas desafiamos qualquer amante de boa música a ouvi-los apenas uma vez: Exile, o novíssimo dueto entre Bon Iver e Taylor Swift que arrepia até as pedras da calçada; Harvest Moon, de Neil Young, e At Last, de Etta James, duas obras-primas que dispensam apresentações; Fistful Of Love, a maravilhosa carta de desamor do igualmente fabuloso álbum I Am A Bird Now, dos extintos Antony and the Johnsons; Only Love Can Hurt Like This, o grito de revolta de Paloma Faith; Strangers In The Night, uma das melhores love songs de Frank Sinatra.
E, antes de baixar o som, relembre Nem Às Paredes Confesso, de Amália Rodrigues, A Paixão, de Rui Veloso, Circo de Feras, dos Xutos e Pontapés, Por Quem Não Esqueci, dos Sétima Legião, O Sopro do Coração, dos Clã, e a incontornável Carta, dos Toranja. Encerre com chave de ouro, com esse épico que é I Hope That I Don’t Fall In Love With You. Porque nenhum best of de canções de amor, por mais incompleto que seja, poderá ser feito sem a presença de Tom Waits.
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