A próxima estação quente de Raf Simons para a Calvin Klein é o filme de horror mais bonito que já vimos.
A próxima estação quente de Raf Simons para a Calvin Klein é o filme de horror mais bonito que já vimos.
É a segunda coleção do criador belga para a casa norteamericana e o cenário lúgubre, mas ao mesmo tempo colorido, do desfile deixava antever alguma da inspiração da coleção. Do teto, penduravam-se pompons em cores primárias que, paradoxalmente, se faziam acompanhar de machados e pairavam ameaçadoramente sobre a passerelle numa clara previsão dos constrastes que se seguiriam: o glamour dos tempos áureos de Hollywood em silhuetas dos anos 50 opunham-se a vestidos salpicados de sangue e as referências aos rebeldes sem causa do Cinema aliavam-se ao piscar de olho à série Death & Disaster, de Andy Warhol. Uma espécie de elegância com uma dimensão terrorífica que canalizava por vezes uma heroína de Hitchcock, outras uma cowgirl - sempre a vestir Calvin Klein, claro.
Simons explicou à imprensa, nos bastidores, o porquê deste jogo de opostos: imaginou a primavera-verão contrapondo o american dream com os american nightmares, explicando que o contraste tem sempre de existir - porque não há sonhos sem pesadelos, assim como não há belo sem o seu oposto.
As propostas apresentadas em Nova Iorque por Raf distanciam-se em muito da CK que começou a dar de falar nos anos 90, mas não são menos mediáticas - nem rompem com as origens da marca. Nomeadamente no que à guestlist diz respeito. Na primeira fila, a musa original da marca, Brooke Shields, admirava atentamente a catwalk, pisada pela primeira vez por Kaia Gerber, filha de uma das modelos dos primórdios da casa norteamericana, Cindy Crawford.
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