Carla Pontes: primavera/verão 2019

É a sua 13ª coleção e nasce influenciada pelo "universo de desenhos do artista austríaco Egon Schiele (1890-1918), [que] explora o corpo humano como expressão, mutação e movimento. Entre desenhos, pinturas e autorretratos encontramos detalhes de força e fragilidade. Há muita beleza neste estado delicado, as estrias, as manchas, a pele que se renova, esfola e fica mais clara, mais rosada em renovação sobre renovação.", explica Pontes, no descritivo da estação. A tradução da inspiração nesta ideia de corpo individual, que é frágil e forte, bem como elástico e manchado ao mesmo tempo, chega na escolha de materiais: o algodão é protagonista em elementos que interpretam estrias e cicatrizes. Malhas muito elásticas e super texturadas, entre cores fortes e aplicações plásticas reforçam a base das propostas, nas quais o brilho sobressai pelo uso do prateado, "numa paleta influenciada pelas cores das pinturas de Schiele - tonalidades que vão desde a cor do papel de esquiço até ao cobre, caramelo, tangerina e azul forte dos retratos do artista."

A designer refere-se ainda à componente de slow fashion, "que surge segundo a pertinência respondendo à nova realidade das estações que se misturam ao longo de todo o ano" e veicula essa ideia em peças intemporais para todas as estações, conceitos, moods. Nas silhuetas, o cunho urbano, citadino e frenético ganha contornos nas volumetrias orgânicas e os detalhes subtis que definem a estética contemporânea da marca, bem como acrescentam à personalidade de quem quer que a use, sem retirar identidade ao indivíduo - antes, incrementando-a.