Quando a GQ Portugal juntou Carolina Deslandes e Diogo Clemente na mesma sala para uma entrevista em duo, sabia que ia ter acesso a uma conversa de amor. E a Vogue Portugal não quis perder nenhuma palavra.
Quando a GQ Portugal juntou Carolina Deslandes e Diogo Clemente na mesma sala para uma entrevista em duo, sabia que ia ter acesso a uma conversa de amor. E a Vogue Portugal não quis perder nenhuma palavra.
Mas o texto que lê na edição de junho da publicação-irmã da Vogue é ainda maior que a ligação entre a dupla: é uma história de amor, sim, mas também de inspiração e de conquista. De trabalho árduo e de talento. Afinal, no decorrer do diálogo com a chefe de redação da GQ, Marta Talhão, Carolina interrompeu-a repentinamente porque: "Desculpa, vou só ali gravar uma canção." E foi mesmo.
O processo criativo de sucesso de Carolina não pode ser uma novidade, nesta altura do campeonato: com um disco gravado em casa - que ganhou, por isso, o nome desse "estúdio" -, a artista viu o álbum chegar aos primeiros lugares do top pouco depois do seu lançamento. Um feito por si só, mas ainda mais pelo enquadramento do percurso do trabalho de originais: foi criado depois de ser mãe, numa altura em que a indústria parecia virar-lhe costas como se a maternidade fosse sinónimo de um fim anunciado. Não foi um fim. Quanto muito, foi um recomeço.
Leia um excerto da entrevista aqui:
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A Coisa Mais Bonita
Carolina: Acho que quando estamos apaixonados por alguém nós associamos essa pessoa a tudo aquilo que é mais feliz e melhor na vida, parece que todas as coisas boas são exponenciadas. Esta canção fala de associar a pessoa de que gostas às coisas simples da vida que te deixam feliz. Eu fiz A Coisa Mais Bonita em casa dos meus sogros em Alcochete (...). Nós tínhamos passado o fim-de-semana lá, tínhamos tido um fim-desemana maravilhoso e fiquei inspirada para fazer uma canção. Então fiz uma canção sobre ele [Diogo], como são quase todas as canções deste disco, a verdade acaba por ser essa. Originalmente, era ele a cantar comigo, só que depois o Zambujo gostou muito da canção e ele disse-me: “Se não cantas com o Zambujo, eu fico zangado contigo, porque eu sou teu produtor e eu estou a mandar-te cantar com o Zambujo!” [Risos]. A canção tem aquela vibe um bocadinho de canção brasileira, simples, quase infantil, os raciocínios são tão inocentes que são quase infantis. Fiquei muito feliz depois de fazer esta canção porque eu falo sempre de amor no disco de forma simples, mas muitas vezes muito profunda. Acho que esta canção é superleve, é aquele amor naïve.
Diogo: Não é estranho ter músicas sobre mim, depois é estranho é que se tornem coisas profissionais. E eu sou completamente gélido [como produtor].
Carolina: É, é, até a dar-me as diretrizes para cantar, é como se não me conhecesse de lado nenhum!
Diogo: Eu sou um bocadinho acusado de falta de prazer, mas não é falta de prazer, é preocupação. Eu tenho a noção de que tenho um diamante muito único e eu não posso lapidá-lo e estragá-lo. Eu já vi diamantes estragados por causa do ouro que levam à volta e isso é muito preocupante. Assim como a harmonizar as canções, uma canção pode ter milhares de harmonias e tenho de encontrar a melodia certa. E às vezes eu estou a tentar harmonizar e ela pergunta-me, “estás com uma cara tão séria, isto não presta?” Não, eu estou a tentar é encontrar o que é que isto tem de ter, mais nada.
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A entrevista completa está na GQ Portugal deste mês, nas bancas.