Virginie Viard apresentou, na manhã de hoje, 02 de julho, a primeira coleção Alta-Costura inteiramente pensada por si.
Virginie Viard apresentou, na manhã de hoje, 02 de julho, a primeira coleção Alta-Costura inteiramente pensada por si.
© ImaxTree
Foi em maio passado, com a apresentação da coleção Cruise 2019, que Virginie Viard deu início a um novo capítulo na Chanel. Depois de um longo mas bem vantajoso mandato de 36 anos, liderado por Karl Lagerfeld, a Casa francesa está pronta para uma nova visão.
Uma vez mais, o Grand Palais, situado no coração de Paris, voltou a transformar-se: depois de um casino, um aeroporto e um supermercado, na manhã de hoje ganhou a forma de uma biblioteca. Não uma biblioteca qualquer, mas uma réplica da biblioteca pessoal de Lagerfeld, um ávido consumidor e colecionador de livros — estima-se que detinha perto de 350 mil obras.
Num cenário circular, Virginie apresentou uma coleção elegante, contida e clássica, evocando os símbolos-chave da Maison, imortalizados pelo Kaiser. Falamos, claro, dos skirt suits, dos tailleurs e do tweed. A homenagem a Lagerfeld prolongou-se até aos cabelos das modelos, apanhados num rabo de cavalo idêntico ao que o designer usava, e ainda às golas vitorianas, uma das décadas de eleição de Karl.
Apesar de todas estas referências, Virginie injectou o seu cunho pessoal nesta coleção, ao nível das peças — houve espaço para robes de seda com um estilo vintage e alguns pares de calças de pijama — e do styling das mesmas — um casaco de fato com quatro bolsos foi acompanhado por um cinto, o que denuncia uma ligação mais próxima do street style e mais distante da Alta-Costura.
O grande momento de Viard ficou para o final, quando a tradicional noiva da Alta-Costura encerrou o desfile ao som do refrão de Glory Box dos Portishead: “Eu só quero ser uma mulher.” Ao invés de um vestido de noiva, a designer apresentou um coordenado com calças, um top e casaco com penas aplicadas.