Numa viagem à década de oitenta, Virginie Viard voltou com uma coleção que une o glamour ao punk.
Numa viagem à década de oitenta, Virginie Viard voltou com uma coleção que une o glamour ao punk.
“Estava a pensar nas princesas punk a sair do Le Palace de madrugada, com vestidos em tafetá, cabelos enormes, com muitas penas e joias,” começa por dizer Viard. “Esta coleção é mais inspirada pelo Karl Lagerfeld do que pela Gabrielle Chanel. O Karl iria ao Le Palace, acompanharia essas mulheres muito sofisticadas e bem vestidos, que eram ao mesmo excêntricas.”
Depois de uma primavera/verão mais rigorosa, inspirada na infância de Gabrielle Chanel, a diretora criativa deixou-se inspirar pela vida boémia do seu mentor, Karl Lagerfeld, que adorava acompanhar as miúdas mais excêntricas da época ao Le Palace, a emblemática discoteca parisiense que era palco das festas mais cobiçadas e tinha uma audiência muito diversificada. Gosto de trabalhar deste maneira, ir na direção oposta daquilo que fiz na última vez. Queria complexidade e sofisticação,” escreveu Viard nas notas de imprensa.
O caminho de Virginie está, estação após estação, a solidificar-se e a ganhar cada vez mais adeptos, no mês passado quando a Maison desvendou a coleção Cruise 2020, Bruno Pavlovsky afirmou que os clientes Chanel estavam a gostar desta nova estética. Uma visão muito própria da designer, mas sempre com a coluna vertebral da marca a guiar a sua inspiração - em cada coordenada conseguimos ver tanto de Lagerfeld como de Gabrielle.
Sem cenários megalómanos a serem erguidos no Grand Palais, a Chanel optou pelo minimalismo e num vídeo de um minuto e 22 segundos apresentou cinco looks, com Rianne van Rompaey e Adut Akech como protagonistas e contra um fundo branco, as duas modelos levaram-nos para a excentricidade de um bar parisiense na década de 80. Já o lookbook, que contém os 30 coordenados que compõem esta coleção, mostrou-nos uma coleção que une o romantismo ao punk e chama a atenção das clientes mais jovens da Alta-Costura - que esperemos que, algures no mundo, existam. Não deixemos que a magia da Haute Couture desapareça e para isso podemos sempre contar com Viard. “Alta-Costura? É para sempre,” confessou a criadora, à Vogue US.
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