Em conjunto com Virginie Viard Charlotte Casiraghi, embaixadora e porta-voz da maison francesa, decidiu criar encontros literários com o intuito de perpetuar a audácia e independência que sempre inspirou Chanel - a marca e a fundadora. “Os livros sempre foram os meus melhores amigos,” disse em tempos Gabrielle Chanel.
Em conjunto com Virginie Viard Charlotte Casiraghi, embaixadora e porta-voz da maison francesa, decidiu criar encontros literários com o intuito de perpetuar a audácia e independência que sempre inspirou Chanel - a marca e a fundadora. “Os livros sempre foram os meus melhores amigos,” disse em tempos Gabrielle Chanel.
Charlotte Casiraghi © Cortesia Chanel
Charlotte Casiraghi © Cortesia Chanel
“Se contar a história da literatura de hoje, é possível que encontre o nome de uma autora clássica: Coco Chanel. Chanel não escreve com tinta e papel (exceto no seu tempo livre), mas com tecidos, formas e cores; isto não nos impede de, coletivamente, lhe concedermos a autoridade e o poder de uma escritora do Grande Século, elegante como Racine, jansenista como Pascal (que a própria cita), filosófica como La Rochefoucauld (que imita com as suas máximas), sensível como Madame de Sévigné.” Quando o teórico literário e escritor francês Roland Barthes escreveu esta frase em 1967 estava a traduzir, da forma mais correta e próxima da realidade, uma das primeiras paixões de Gabrielle Chanel: a literatura. Desde os tempos que passou no orfanato até ao seu apartamento na rua Cambon, a criadora esteve sempre acompanha por livros. Foi através da literatura que retirou inspiração e força para o seu trabalho enquanto designer.
A literatura foi sempre uma arte que preencheu os corredores Chanel, primeiro com a sua fundadora, posteriormente com Karl Lagerfeld, um colecionador, amante de livros e leitor ávido com uma biblioteca gigantesca e, mais recentemente, com Virginie Viard. Para partilhar esta paixão, Charlotte Casiraghi, outra leitora ávida, é a anfitriã de Literary Rendezvous at Rue Cambon, um encontro literário que tem lugar na emblemática Rue Cambon. “É verdade que a ligação entre Moda e literatura é menos evidente do que a ligação Moda e arte contemporânea ou Moda e música, mas no caso da Chanel, a literatura é o elo mais forte,” afirmou Casiraghi numa entrevista citada pelo WWD. Há muitas ambições por detrás destes encontros, sendo uma delas motivar as gerações mais novas aos hábitos de leitura. “Motivar as novas gerações ao consumo da literatura é muito importante. Hoje em dia, as imagens e a comunicação rápida são algo que faz parte da nossa vida quotidiana, e tirar tempo para ler e criar uma atmosferas íntima é algo muito precioso.”
A Charlotte Casiraghi já se juntaram Camille Laurens, Anne Berest e Jeanette Winterson. No mais recente encontro, Virginia Woolf foi protagonista. A neta de Grace Kelly confessou que as obras de Woolf, numa primeira instância, lhe soavam muito complicadas, mas com o tempo começou a perceber que perder-se nas palavras desta pioneira de Bloomsbury era aquilo que a autora pretendia. “Ás vezes era mais poeta do que novelista. Há passagens extraordinárias de Virginia Woolf que são beleza pura, podes desfrutar delas sem teres a necessidade de as entenderes.” Keira Knightley e as escritoras Jeanette Winterson e Erica Wagner discutem a obra da autora britânica, lendo excertos dos seus livros e relembrando as dificuldades que teve que superar no início do século XX para se dedicar às escrita, questionando a sociedade patriarcal que condenava as raparigas a uma educação caseira e ao papel de mãe e dona de casa - no caso da família de Woolf os seus irmãos tinham acesso à educação por serem rapazes, enquanto Virginia estava proibida de frequentar a escola. Ao mesmo tempo que nos é revelado detalhes da vida de Woolf, as convidadas partilham a sua trajetória com recurso a reflexões sobre o trabalho e a maternidade, pro exemplo. Tudo isto é feito numa atmosfera descontraída e informal, como se de uma conversa de café se tratasse.
O que lê Charlotte Casiraghi?
Conhecemos Charlotte desde o dia em que nasceu, é a consequência de fazer parte de uma família real - a sua mãe é Caroline de Mónaco, princesa, e a sua avô é Grace Kelly. Para a jornalista Pauline Delassus, da revista Paris Match, Charlotte é: ”séria, estudiosa, persistente, competitiva, discreta, inteligente e culta” - e tal como a Vanity Fair afirma são termos que não são frequentemente associados aos elementos mais jovens das famílias reais. Esta sua personalidade levou-a a traçar um percurso profissional de excelência. Ora vejamos: publicou um livro, foi editora em revistas, produziu de filmes, praticou hipismo, co-fundou uma grupo de reflexão filosófica, é uma habitué na front row das Semanas de Moda, foi musa de Karl Lagerfeld e hoje é embaixadora da Maison parisiense. Com o Literary Rendezvous at Rue Cambon ficamos a conhecer uma outra faceta de Casiraghi, provavelmente a mais pessoal de todas - afinal, as nossas escolhas literárias dizem muito de nós, são uma verdadeira extensão da nossa personalidade.
“É sempre difícil para mim quando as pessoas me perguntam quais são os meus livros favoritos. A minha relação com a literatura é que, quando era criança, sentia que todos os escritores e poetas eram meus amigos, como se fizessem parte de mim,” contou Charlotte à Vogue US. Mergulhamos neste clube literário e encontramos 13 dos livros que Charlotte Casiraghi já mencionou. Conheça-os na galeria, em baixo.