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Da Escócia, com amor

26 Mar 2018
By Mónica Bozinoski

O tradicional padrão escocês percorreu um longo caminho desde as Terras Altas até às propostas para a estação fria, mas de uma coisa estamos confiantes: o tartan veio para ficar.

O tradicional padrão escocês percorreu um longo caminho desde as Terras Altas até às propostas para a estação fria, mas de uma coisa estamos confiantes: o tartan veio para ficar. 

Imagens © ImaxTree

Estamos no ano de 1993. Vivienne Westwood apresenta a sua coleção Anglomania para o outono/inverno. Dois anos mais tarde, Amy Heckerling traz Clueless ao mundo, e Alexander McQueen recupera as suas origens escocesas para Highland Rape, o título da sua coleção para o inverno desse ano. Como é que dois designers e as suas coleções outono/inverno encontram um campo em comum com um filme sobre uma adolescente popular de Beverly Hills, para além do facto de tudo isto ter acontecido nos anos 90? A resposta está no tartan

Um símbolo de rebelião, minimalista na sua excentricidade, o tartan é a imagem da herança escocesa, do movimento punk dos anos 70, do espírito grunge dos anos 90 e, pelas mãos de Vivienne Westwood, o padrão que tomou de assalto o mundo da Moda. Tranversal às épocas, o tartan foi o grito do movimento, da revolta, da não conformidade - e talvez seja por isso que, num momento como aquele que vivemos, faça tanto sentido dar-lhe uma nova voz. 

Hoje, as suas nuances históricas e políticas podem ter sido normalizadas pelo cinema com o culto de Clueless, onde Cher Horowitz estabeleceu a estética para todas as adolescentes dos anos 90 que sonhavam com um conjunto tartan amarelo, mas as propostas para o outono/inverno de 2018 provam que o tartan voltou com a sua força fundadora, com novos twists e formas de usar. 

No adeus de Christopher Bailey como criativo da Burberry, o fiel padrão da casa britânica esteve presente em looks totais e apontamentos, bem como num puffer jacket que fará as delícias do street style. Em Versace, o tartan reinventou-se e mostrou-nos a sua faceta mais feminina e, em Christian Dior, Maria Grazia Chiuri recuperou-o em fatos clássicos e aplicou-o às suas transparências, como sinónimo de protesto e afirmação.

Qualquer que seja o espírito, fiel à herança ou desconstruído para a visão de hoje, se o tartan nos ensinou algo foi que, no mundo da Moda, o karma está vivo e de boa saúde... what goes around comes around

Mónica Bozinoski By Mónica Bozinoski

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