Dossier de estilo: Amy Adams

Marc Jacobs disse que não havia nada mais entediante que um vestido justo com cauda de sereia. Mas Marc Jacobs claramente não conhecia Amy Adams.

Pega nos padrões clássicos da beleza hollywoodesca e adapta-a ao cabelo flamejante e nariz arrebitado. A elegância subtil de Adams está-lhe na pele imaculadamente branca, e uma carreira de 12 anos, que alterna entre blockbusters (como Enchanted e Man of Steel) e papéis dramáticos (veja-se Doubt ou The Master), valeu-lhe um número infindável de aparições na passadeira vermelha. Mas quando se faz dos holofotes uma rotina, é difícil inovar.

É por isso que Adams tem uma fórmula. Silhuetas altamente femininas, cores pálidas ou tons preciosos que complementem o cabelo ruivo e os olhos azuis parecem funcionar de todas as vezes que o seu nome consta na lista de aparições, não fosse estar constantemente no lugar da mais bem vestida.

Não é óbvia, e não começou com um Elie Saab. De facto, numa das suas primeiras estreias, arranjou o próprio cabelo, maquilhou-se e comprou o vestido por 400 dólares (a compra mais cara que havia feito até à altura). Os sapatos eram da Skechers e tinham velcro. De sorrisos nervosos ao Oscar de la Renta que usou na penúltima entrega de prémios da Academia (“queria sentir que estava a andar numa nuvem. E foi isso que senti. E pensei que devia usar este [vestido Oscar de la Renta] enquanto posso, porque a um certo ponto da minha vida já não será digno usar um vestido de princesa aos Óscares”), ou passando pelas silhuetas dos anos 70 com que promoveu American Hustle, Amy Adams traçou um caminho de estilo comparável ao de Naomi Watts e Jessica Chastain, mulheres extremamente talentosas que colocam o trabalho à frente do guarda-roupa mas que, não fosse o código genético composto por cromossomas XX, se deliciam quando chega a noite em que podem sentir um Marchesa abraçar o corpo.