Enquanto o mundo, como um todo, aceita cada vez mais os novos hábitos da civilização global, um processo contraditório acontece: tradições antigas renascem, diferentes religiões e culturas despertam para novas formas de ser e de existir, lutando, com fervor crescente, para perceber o que é exclusivo para elas e o que as torna diferentes das outras. Todos procuram afirmar a sua individualidade em cada forma de expressão.
Enquanto o mundo, como um todo, aceita cada vez mais os novos hábitos da civilização global, um processo contraditório acontece: tradições antigas renascem, diferentes religiões e culturas despertam para novas formas de ser e de existir, lutando, com fervor crescente, para perceber o que é exclusivo para elas e o que as torna diferentes das outras. Todos procuram afirmar a sua individualidade em cada forma de expressão.
A Moda, e toda a comunicação que gira em torno do seu universo, não é exceção.
No ano em que a Vogue celebra o seu 125.º aniversário — e o 15.º em Portugal —, vive-se também uma mudança global nas direções do título em diferentes países, algo que será, provavelmente, indissociável das mudanças radicais que o mundo vive. Cada país, cada direção, cada equipa reinventa-se e reafirma-se na descoberta de novos caminhos e novas expressões artísticas para afirmar a sua identidade. E mudanças fantásticas estão a acontecer na família Vogue sem que o ADN e, sobretudo, o seu coração, se percam.
O legado de 125 anos de vida de um título como o da Vogue são uma imensa responsabilidade e uma honra para mim, e para toda uma equipa, tão apaixonada pela história, como pelo futuro, mas sobretudo a viver o momento presente, o mesmo momento que nos liga ao mundo e, acima de tudo, nos liga a si. Numa era em que ninguém tem muitas certezas sobre nada, uma certeza é cada vez mais clara: a importância do relacionamento pessoal, a importância de tocar o outro, de descobrirmos, a um nível mais profundo, o que significa ser humano. Editar uma revista é, antes de mais, um ato de amor e de força de vontade.
O novo rumo da Vogue Portugal aponta um caminho mais minimalista, mas não menos arrojado e profundo na linguagem impressa.
A Vogue pode ser um objeto de desejo, pode ser uma viagem sensorial e artística para os cinco sentidos, ao folhear as páginas da sua revista; pode ser a sua coffee table magazine, presente na mesa da sala, ou o acessório imprescindível que a acompanha durante o dia, cruzando o aspiracional e o pragmatismo, a sua bíblia de Moda, a sua referência histórica ou futurista, mas é e será sempre a Vogue, a referência incontestável na vida de muitas mulheres, e homens, ao longo de gerações.
Cada edição de uma Vogue é uma cápsula do tempo e, em cada uma, procura-se a perfeição, mesmo que nunca seja alcançada. Vive por si só e, se ou quando for aberta, mesmo daqui a muitos anos, fará sentido e será um testemunho dos dias de hoje.
Numa era em que a imprensa escrita se reinventa, uma coisa parece-me evidente: papel e digital não são antagónicos, muito pelo contrário, são complementares. Ao longo desta edição, irá encontrar vários QR codes que a transportam diretamente para os conteúdos que transbordam das páginas desta revista e os prolongam, sem limites, sob a forma de vídeos, galerias de imagens, testemunhos e textos adicionais. A imaginação é o único limite, nunca o suporte.
Icónica, arrojada, clássica… Três palavras-chave que definem o ADN da revista Vogue num todo tão transversal quanto o universo das três capas da edição de outubro que criámos para si. Com amor.
Do fundo do meu coração e do de toda a equipa, esperamos que goste.