Catherine Rénier é uma mulher no topo do mundo dos relógios de luxo, a Jaeger-LeCoultre. E já é mais do que hora de se familiarizar com este nome.
Catherine Rénier é uma mulher no topo do mundo dos relógios de luxo, a Jaeger-LeCoultre. E já é mais do que hora de se familiarizar com este nome.
Chegou à casa suíça em maio de 2018 com uma bagagem que denunciava o mérito com que ascendia a tão alto cargo. Um começo de carreira na Cartier - decorria o ano de 1999 e Rénier tinha acabado de formar-se na Boston College - levou Rénier à Van Cleef & Arpels em 2013, enquanto International Deputy Marketing Director, subindo gradualmente de posto no mercado asiático da referência em joias. O ano passado viu Catherine dar mais um passo acima na pirâmide quando se sentou na cadeira de Chief Executive Officer do ícone que é a Jaeger-LeCoultre.
Numa casa com quase 190 anos de história (a fundação da marca data de 1833), Catherine Rénier promete fazer história. É só uma questão de tempo.
Chegou como CEO à Jaeger-LeCoultre em maio de 2018. Já se sente parte da família?
Considero-me uma felizarda por assumir esta responsabilidade na Jaeger-LeCoultre, uma empresa sólida pelo seu legado, com uma história de quase dois séculos. Antes de chegar à Jaeger-LeCoultre, eu já tinha a consciência da importância da história e da tradição desta Casa, cujos valores fundamentais, que eu protejo e respeito, são aqueles sob os quais tenho desenvolvido o meu trabalho.
Pode falar-nos sobre o trabalho que tem desenvolvido na Jaeger-LeCoultre?
Em 2019 começámos por introduzir as nossas três novas peças Master, em esmalte ultrafino – uma interpretação de elegância e conhecimento – e o nosso mais recente destaque, o Master Grande Tradition Gyrotourbillon Westminster Perpétuel, uma prova do nosso espírito de invenção ancorado na nossa herança, desde 1833. Este novo modelo – a quinta geração - tem a particularidade de associar três sistemas: o Gyrotourbillon, um calendário perpétuo e o repetidor de minutos. A coleção Rendez-Vous foi alvo de uma reinvenção, este ano. Com uma configuração de ponteiros que nos fez investir nas mais meticulosas técnicas de joalharia, o novo Dazzling Rendez-Vous é um tributo à mais elevada precisão, que alia técnicas artesanais à paixão criativa. Isto ainda, sem esquecer, a coleção icónica Reverso, na qual continuamos a apostar. O mostrador bordeaux tem tido uma excelente receção, tanto da parte dos profissionais como do público em geral. Em maio lançamos o nosso Care Program, uma oferta de serviços desenhada para responder às necessidades dos nossos clientes e às suas peças únicas, alcançando assim novos patamares de serviço personalizado.
Que objetivos pretende atingir para a casa em 2020?
As nossas prioridades são a excelência dos nossos relógios e a excelência no serviço que prestamos aos nossos clientes, criando com eles uma relação longa. Através do nosso trabalho de pesquisa, pretendemos continuar a desenvolver os nossos High Complications, assim como melhorar a performance dos nossos calibres, enriquecendo as coleções mais icónicas tais como as Reverso, Polaris e Atmos.
O que significa para si a família Jaeger-LeCoultre?
De facto, na Jaeger-LeCoultre somos uma família muito calorosa e acolhedora. Esta é mesmo a nossa Casa, situada em Vallée de Joux, a terra da relojoaria de topo. Debaixo do mesmo teto, somos uma comunidade de homens e mulheres que trabalham em conjunto num ambiente de espírito inventivo, cultivando e transmitindo um estilo distintivo. A nossa Casa é um local de raízes profundas, repletas de emoções, um lugar de fortes interações, um lugar de partilha onde a imaginação não tem limites, e um lugar de atenção e de cuidado com o próximo.
Acha que os relógios têm mais a ver com o passado ou com o futuro? E onde colocaria a Jaeger-LeCoultre nesta escala de tempo?
Na Jaeger-LeCoultre construímos o amanhã tendo em conta o respeito pela nossa herança. Os nossos relógios são feitos no respeito pelos nossos valores, no respeito pela inovação e no respeito pelo design. Inovar tem sido a nossa máxima prioridade, desde o primeiro dia. Em 1833, Antoine LeCoultre, o nosso fundador, no seu espírito inventivo, reuniu-nos a todos debaixo do mesmo teto e, desde então, já criámos mais 1.200 calibre. Hoje, o nosso trabalho de pesquisa e as nossas equipas, continuam a trabalhar nesse mesmo espírito, procurando inovar sempre. O mesmo se aplica no que diz respeito ao nosso design, que respeita a identidade histórica das nossas peças, mas sempre com um senso de modernidade. O icónico Reverso, criado em 1931, inspirado na Art Deco, evoluiu ao longo dos anos, com técnicas inovadoras, sendo hoje em dia um clássico. Em 2017, lançámos a linha Polaris, inspirada no relógio Memovox Polaris, de 1968. Foi um novo pilar, um pilar que redefiniu a elegância desportiva.
O que é que os relógios dizem das pessoas que escolhem usá-los?
Um relógio representa o tipo de valor que a pessoa que o usa aprecia. As pessoas que escolhem usar a nossa marca, são pessoas que procuram, antes de mais, uma peça intemporal, cheia de estilo e genuína, motivado pelo espirito inventivo.
Conhece alguma história de família onde os relógios Jaeger-LeCoultre sejam uma herança que tenha passado de pais para filhos?
Sim, o cantão suíço de Vaud presenteou um Jaeger-LeCoultre Memovox a Charlie Chaplin, em 1953, no ano em que ele veio viver para a Suíça. O relógio tinha a seguinte frase inscrita: “homenagem do governo de Vaudois a Charlie Chaplin – 6 de outubro 1953”. Em 1977, Michael Chaplin herdou este relógio de pulso após a morte do seu pai.
Qual é a sua relação com o tempo?
Para mim, o tempo é uma oportunidade dada aos génios que o sabem capturar em fabulosas peças mecânicas e artísticas. Na Jaeger-LeCoultre, o tempo é uma forma de arte, podemos senti-lo, vê-lo e ouvi-lo.
Considera-se uma pessoa mais paciente ou mais impaciente?
Na Jaeger-LeCoultre, olhamos para tudo a longo prazo, nos nossos projetos e nas nossas relações. Fazemos isso com paciência, mas com um twist de urgência, de forma a garantir que continuamos a inovar e a desafiar-nos.
O que diria a uma mulher que não usa relógio?
Diria que está a perder um bonito objeto.
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