Entrevista: Mario Testino

Depois de uma viagem inesperada ao Monte Bianco voltámos ao verão quente de Capri. É pela quinta vez, responsável pela direção artística e fotográfica das campanhas Light Blue – o que mudou desde 2006?

Bem, nós mudámos as modelos algumas vezes! Mas eu penso que a Bianca é o rosto que pertence a esta campanha – ela sente-se o equivalente feminino ao David Gandy. Para além, disso acho que conseguimos desenvolver a própria história da campanha. Eu de facto adoro este projeto, porque se passa num sítio que pertence a Capri, mas ao mesmo tempo porque se desenvolve quanto ao que os personagens fazem, à forma como se sentem e à forma como o retratam. Inspira-me trabalhar numa campanha que pode ter tantos ângulos e aspetos a desenvolver. 

O que representa para si a história romântica de Light Blue?

Para mim, é o conceito de evasão. A primeira ideia de Light Blue era de um casal num grande iate, que fugia para um local onde ninguém os podia ver. Depois, ouviam um grande barco à distância onde tocava a música italiana – e era aí que entrava a música Parlami d'Amore. Portanto é uma história sobre escaparmos para nos escondermos e ficarmos sozinhos com alguém que queremos.

Pode falar-nos sobre a sua relação de trabalho com a Dolce&Gabbana e com os Designers?

Tem sido sempre uma relação extraordinária porque foram os primeiros a convencer-me a trabalhar no filme. Foi um ano depois da campanha impressa de Light Blue, e perguntaram-me se eu faria o filme. Stefano disse "Eu sei que não o fez antes, mas tenho a certeza que o fará bem", e assim abriram-me uma porta fantástica. Sempre adorei trabalhar com eles porque me deram imensa liberdade. Eles explicam-me o que estão à espera, mas quando começo, eles deixam-me ir e faze-lo à minha maneira. Isso é de facto uma enorme confiança.Desde 2013 Bianca Balti e David Gandy têm sido um casal icónico. O que é que resulta tão bem neste casal?

Eu acho que têm o mesmo sentido sexy de atrevimento, autoconfiança e aspiração. E não nos podemos esquecer dos olhos azuis que ambos têm.

Eu decidi explorar as grutas ao redor de Capri. Uma delas é a chamada La Grotta Azzurra – a gruta azul. Pensei que isso corresponderia muito bem à fragrância. A Grotta tem essa intensidade de um sítio quase sem luz – quando tudo está escuro mas a cor de azul permanece tão luminosa, e a pequena luz que entra parece que os acaricia. Para mim é como se tocássemos o perfume.