The Memories Issue
Cravo na pele os tempos em que não tinha voz.
Os tempos em que a liberdade vivia na memória e as memórias pareciam ser a única liberdade. Cravo na pele, como tatuagem, os tempos de repressão, sem expressão, para nunca esquecer o que ficou para sempre cravado no coração. Gravado na memória continua a censura e a força de nunca mais ali voltar; as vontades alheias que limitavam, ou limitam, o amor-próprio, a identidade, o pensamento. Recordações que às vezes parecem murchar como um cravo que se perdeu com o tempo, como se o tempo apagasse todas as aprendizagens que a realidade, os nossos pais, os nossos avós sempre quiseram que ficassem cravadas na nossa mente, no discurso, na postura, na atitude livre. Cravo na pele um cravo. Para nunca esquecer. Para sempre recordar que a liberdade é frágil. Como um cravo.
A Vogue Portugal agradece à EatTasty todas as facilidades concedidas.
Editorial realizado em exclusivo para a Vogue Portugal.