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Festejar em tempos de quarentena

31 Mar 2020
By Mathilde Misciagna

Como é que se festeja um evento que é normalmente uma reunião de pessoas no mesmo espaço, quando não se está fisicamente perto de ninguém? Como é que transformamos um dia que se baseia apenas numa passagem de horas, num dia realmente animado?

Como é que se festeja um evento que é normalmente uma reunião de pessoas no mesmo espaço, quando não se está fisicamente perto de ninguém? Como é que transformamos um dia que se baseia apenas numa passagem de horas, num dia realmente animado?

©IStock

Quando vemos anunciado que as celebrações da Páscoa serão canceladas, acontecimentos mais simples como festejar aniversários são agora motivo de pontos de interrogação do tamanho de uma casa dentro da nossa cabeça. Como é que vamos festejar sem pessoas? As nossas atividades habituais parecem agora algo extraordinário que outrora teríamos como garantido. Aquela velha máxima do “só reconhecemos aquilo que é importante para nós quando já não está disponível” aplica-se desastrosamente bem aos tempos que correm. E agora cobiçamos a galinha do vizinho, só pelo simples facto de ter uma varanda, por exemplo. Mas também somos vizinhos de alguém e também temos as nossas galinhas e quem sabe o que é que o nosso vizinho está a cobiçar através da sua janela (agora mais limpa do que nunca, de certeza). Tudo isto parte do nosso desejo intrínseco como seres humanos, de nos conectarmos. Desejo de empatizarmos com o outro. Desejo de partilharmos momentos.

Festejar é isso mesmo, na sua génese. Como é que tornamos um dia especial e memorável quando estamos confinados a quatro paredes? As mesmas quatro paredes em que dormimos, comemos, trabalhamos, consumimos entretenimento. Já não há uma diferença real entre uma noite de semana e uma noite de fim de semana porque todos os rituais que demarcam o tempo – o que vestimos, para onde vamos, o que e onde comemos são agora uma névoa.

Festejar funciona como um lembrete de que a vida será, no futuro, normal. Tem que ser. E se não consegue abstrair-se da realidade atual, pelo menos foque-se no lado positivo da vida.

A Vogue dá-lhe cinco sugestões para festejar qualquer evento com a pompa e circunstância que merece. 

1. Se for o aniversariante, comece por enviar um convite por e-mail para uma festa virtual com data, hora, local (provavelmente será na app House Party, no Skype ou no Zoom) e dress code. Pode até criar um convite rápido e enviá-lo por whatsapp. O dress code é a melhor parte, porque estando em casa a meteorologia é irrelevante.

2. Se for convidado, porque não juntar-se a mais amigos e oferecer um ramo de flores? Sites como The Colvinco ou Saudade Flores são dois exemplos de floristas que entregam diretamente em casa da pessoa.

3. Festa que é festa merece um bolo para honrar a ocasião. A Brigadeirando Lx, por exemplo, tem tartes, brigadeiros e até um mini bolo para quem quiser apagar as velas em direto e em bom (e doce, muito doce). Para além disso, não deixe de abrir uma garrafa de uma qualquer bebida alcoólica e obrigue os seus amigos a fazer o mesmo – para que possam brindar em conjunto (virtualmente, entenda-se).  

4. Transforme algo que goste muito de fazer num acontecimento digno de ser documentado. Veja um filme com pipocas e as luzes apagadas, recriando uma sala de cinema. Aprenda uma coreografia no Youtube. Faça um pão de alho, pasta ou pizza do zero.

5. Siga um tutorial de maquilhagem extravagante, que não usaria de maneira nenhuma num dia normal. As hipóteses são infinitas, mas pode inspirar-se no fenómeno que foi a série Euphoria.

 

Mathilde Misciagna By Mathilde Misciagna

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