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#FreeBritney: tudo o que precisa de saber sobre este movimento

22 Jul 2020
By Vogue

Da origem da hashtag viral à razão pela qual voltou a surgir e ainda os detalhes da tutela do ícone pop, aqui está tudo o que sabemos até ao momento sobre a controvérsia em torno de Britney Spears.

Da origem da hashtag viral à razão pela qual voltou a surgir e ainda os detalhes da tutela do ícone pop, aqui está tudo o que sabemos até ao momento sobre a controvérsia em torno de Britney Spears.

Britney Spears, 2019 © Getty Images
Britney Spears, 2019 © Getty Images

Britney Spears é um ícone pop como nenhum outro - um sucesso adolescente que vendeu quase 100 milhões de álbuns em todo o mundo, deu a volta por cima em momentos conturbados mais do que uma vez e provou a sua longevidade com uma carreira que tem quase três décadas. 

No entanto, nos últimos meses, a nativa de Mississippi, com 38 anos, enfrentou vários contratempos: o cancelamento da sua segunda residência em Las Vegas, os problemas de saúde do seu pai Jamie Spears e as especulações dos fãs sobre a tutela da cantora se ter tornado excessiva, levando Britney a enviar mensagens codificadas com objetivo de obter ajuda através das redes sociais. Isto tudo alimentou o ressurgimento do movimento #FreeBritney, cujos apoiantes pedem que as restrições impostas à vida pessoal e profissional de Britney sejam levantadas. À medida que a história continua a desenrolar-se, reunimos tudo o que sabemos sobre o caso até ao momento. 

O que é o movimento #FreeBritney?

Um contigente de fãs de Britney Spears está preocupado com o bem-estar da estrela da pop, particularmente em relação à tutela legal que, acreditam, está a privar Spears há mais de uma década. Desde que entrou em vigor em 2008, após o infame colapso público, a tutela permitiu que vários tutores nomeados pelo tribunal supervisionassem a vida e as finanças de Britney. O principal tutor é o pai, Jamie Spears, que ocupou esse lugar durante 11 anos até renunciar, em setembro de 2019, devido “a razões pessoais de saúde”. Jodi Montgomery, gerente de cuidados da cantora, foi nomeada como substituta. O movimento #FreeBritney procura liberar o ícone pop desse acordo na esperança da norte-americana restaurar a sua autonomia pessoal e financeira.

O que é uma tutela?

Quando um indivíduto é considerado incapaz de cuidar de si próprio, um adulto que seja próximo dessa pessoa pode solicitar num tribunal o controlo sobre a vida dessa pessoa. Esses acordos são frequentemente reservados a pessoas idosas, deficientes ou extremamente doentes. Muitos dos detalhes do caso de Spears foram mantidos em sigilo, mas os registos citaram uma doença não revelada e abuso de substâncias como motivo para a sua tutela. Os defensores do movimento #FreeBritney, no entanto, argumentam que o trabalho de Spears na última década - desde o lançamento de vários álbuns até às digressões e a sua primeira residência em Las Vegas - demonstram que Britney é uma adulta capaz de tomar as próprias decisões. Outros insistem que o seu sucesso recente mostrou a eficácia da tutela. 

Porque é que Britney tem um tutor?

Em 2007, Spears enfrentou uma série de crises pessoais: finalizou o divórcio com Kevin Federline, supostamente deu entrada numa centro de reabilitação por menos 24 horas, rapou o cabelo e atacou o carro de um paparazzi, depois dos seus pedidos por privacidade terem sido ignorados. Acabou por perder a custódia física dos dois filhos, mas recusou-se a abandoná-los em 2008, após ter sido colocada num tratamento psiquiátrico. O pai, Jamie Spears, pediu ao Tribunal Superior do Condado de Los Angeles uma tutela temporária de emergência - um acordo que depressa se tornou permanente. 

Os detalhes da tutela de Spears não foram divulgados, mas segundo o contrato, os tutores têm controlo sobre os seus bens e bem-estar. De acordo como o Los Angeles Times, “documentos judiciais mostram que Jamie Spears tem o poder de negociar oportunidades de trabalho, vender a sua propriedade e restringir as visitas. Ele pode entrar com pedidos de restrição contra aqueles que acredita ameaçarem a estabilidade da sua filha e todas as compras que Britney fizer devem ser registadas em relatórios anuais.” O jornal norte-americano passou três meses a investigar a tutela e o impacto dela em Spears. Embora ninguém do circulo pessoal de Britney tenha respondido a comentários, não foi encontrada “nenhuma evidência independente de que Spears estivesse a ser prejudicada pelo acordo.”

Quando é que o movimento #FreeBritney começou?

Muitos dos fãs não estão convencidos, citando uma gravação de 2008 obtida pela Rolling Stone, na qual Spears fala sobre a tutela: “Basicamente, só quero a minha vida de volta… quero poder conduzir o meu carro. Quero poder morar em minha casa sozinha. Quero poder escolher o meu segurança.” Há também o documentário Britney: For the Record (2008), no qual a cantora acrescentou: “Se eu não estivesse sob as restrições que estou agora, sentia-me tão livre […] nunca quis tornar-me numa daquelas prisioneiras. Eu sempre me quis sentir livre.”

De acordo com o The New York Times, a frase #FreeBritney nasceu em 2009, quando o site de fãs de Britney Breathe Heavy começou uma campanha com o mesmo nome que criticava as restrições da tutela. Jordan Miller, criador do site, afirmou que recebeu uma chamada de Jamie Speras com ameaças para que o campanha fosse retirada do ar. Em conversa com diário nova-iorquino, em 2016, Miller disse que entendia a família dela, acrescentando: “Era uma situação realmente volátil e eles estavam a tentar protegê-la.” Mas, na década seguinte, o movimento que ele fundou continuou a ganhar terreno. 

O que é que suscitou de novo interesse no #FreeBritney?

Os rumores em torno da tutela voltaram ao de cima em janeiro de 2019, quando Spears cancelou a sua segunda residência em Las Vegas, Britney: Domination, devido à saúde debilitada de seu pai: “Há alguns meses, o meu pai foi hospitalizado e quase morreu”, escreveu no Instagram. “Estamos todos muito agradecidos por ele ter saído vivo desta, mas tem ainda um longo caminho pela frente. Tive que tomar a difícil decisão de colocar todo o meu foco e energia na minha família.”

Um hiatus de trabalho indefinido seguiu-se e a sua conta de Instagram, geralmente cheia de selfies e vídeos de dança, ficou on hold durante quase três meses. Em abril de 2019 regressou com um post enigmático sobre tirar “me time”, a TMZ reportou que Britney se tinha internado num estabelecimento de saúde mental por estar perturbada com a doença do pai. A trama aumentou quando o podcast Britney’s Gram, que é dedicado às dissecação das publicações de Spears, divulgou uma mensagem de voz de uma fonte anónima que alegava ser um paralegal com conhecimento da tutela. Isto levantou sérias preocupações com o bem-estar de Spears e a sua capacidade de tomar as próprias decisões.

No final daquele mês, um grupo de fãs reuniu-se em frente o City Hall de West Hollywood para protestar contra a tutela. Spears divulgou uma statement no Instagram, insistindo que “está tudo bem” e pedindo aos fãs para “não acreditarem em tudo o que lêem ou ouvem.” No entanto, aqueles que suspeitam que ela não tem permissão para criar o seu próprio conteúdo ou fazer publicações por vontade própria permanecem céticos. A acrescentar mais lenha a esta fogueira, está a mãe da cantora, Lynne Spears, que supostamente “gostou” de algumas publicações e comentários no Instagram que se referiam ao movimento #FreeBritney. Em maio de 2019, a mãe também entrou com um pedido no tribunal para ser notificada de todos os assuntos relacionados à tutela de Spears. 

Porque é que #FreeBritney está nos trending topics outra vez?

A 14 de julho de 2020, o Entertainment Tonight informou que Lynne Spears tinha apresentado um pedido ao Tribunal Superior do condado de Los Angeles para receber um aviso especial sobre todos os assuntos relacionados ao SJB Revocable Trust de Britney, criado para proteger os ativos da pop star. Dois dias depois, uma fonte anónima disse ao site: “A Britney confia em Lynne e pediu à mãe para fazer parte da sua tutela. Ela realmente acredita que a mãe a quer ajudae a ter mais autonomia quando se trata de dinheiro.”

A decisão surge após meses de especulações em torno da conta de Instagram de Britney, que, no meio da quarentena, apresentou coreografias, selfies e cartões com citações intrigantes. Alguns fãs preocuparam-se com a sua saúde mental (num vídeo, Spears disse que acidentalmente queimou o seu ginásio), outros estão convencidos de que as suas publicações são codificadas em busca de ajuda. Como resultado, os utilizadores das redes sociais pediram a Spears para “vestir amarelo” ou “publicar pombas” se estiver a precisar de ajuda. Em alguns casos, os fãs afirmam, que ela cumpriu o pedido. Uma petição online exige que Britney ganhe mais autonomia arrecadou mais de 200 mil assinaturas.

O quem vem a seguir? Os apoiantes do movimento #FreeBritney aguardam pelo dia 22 de julho, data da próxima audiência de Spears, e 22 de agosto, quando a tutela vai ser analisada. Até lá, só nos resta esperar e acompanhar o desenvolvimento.

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