Getting Ready | Helena Caldeira na première de "Rabo de Peixe"

Este behind the scenes com Helena Caldeira, na antestreia de Rabo de Peixe, foi apenas um argumento para conhecermos melhor a protagonista da badalada série que chega à Netflix a 26 de maio.

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Talvez o nome já lhe seja familiar devido à massiva antecipação do enredo que se desenrola na pequena localidade açoriana que lhe dá o nome. Em Rabo de Peixe, de Augusto Fraga, nada acontece - ou nada acontecia, até uma tonelada de cocaína dar à costa, fazendo com que um quarteto de amigos nativos improvisem um negócio com esta descoberta, uma que não se faz sem as consequências expectáveis e inerentes ao submundo do tráfico ilícito. Caldeira é uma das quatro protagonistas principais deste thriller com um toque de humor, ao lado de José Condessa, André Leitão e Rodrigo Tomás, num elenco que conta ainda com nomes como Kelly Bailey, Salvador Martinha, Maria João Bastos, Pepê Rapazote, Albano Jerónimo, entre outros. Um experiência que se acrescenta ao recheado CV da atriz de 27 anos que, além de já colecionar projetos com realizadores de renome, tem vindo a preparar-se para esta profissão desde jovem. Ingressou no Curso Profissional de Artes do Espetáculo-Interpretação, na Escola Secundária André de Gouveia em Évora, e foi participando em peças de Teatro sempre que a oportunidade lhe surgia, integrando, inclusivamente, como estagiária, a temporada 2018-2019 do Teatro Nacional D. Maria II, tendo sido dirigida por Alex Cassal na leitura encenada Call Center para a Entrada Livre 2018; Ricardo Neves-Neves e Maria João Luis no espetáculo Alice no País das Maravilhas; e Tiago Rodrigues com o espetáculo Menina Júlia. Integrou, também, o elenco do espectáculo A Doença da Juventude, com encenação de Marta Dias, no Teatro Aberto.   

O pequeno ecrã surgiu com a série 1986 (2018), de Nuno Markl, ao qual se juntou o telefilme Armários Vazios (2020-2021) realizado por Cristina Carvalhal, bem como a participação na série Irreversível, de Bruno Gascon, que chega em breve à RTP, e, agora, Rabo de Peixe, validando o seu contributo televisivo - diríamos, até, cinematográfico - como um que veio para ficar. E este projeto recente é, sem dúvida, o empreendimento, pelo menos pela magnitude, que pode ser um ponto de viragem, nem que seja para um reconhecimento público mais global (o da indústria, já o terá). "É sem dúvida uma série emocional, pelo empenho e investimento da equipa, mas também pela história e densidade dos personagens", confessa, sobre o impacto de Rabo de Peixe. "Tanto a nível pessoal como profissional este projeto veio consolidar algumas coisas em mim e no meu trabalho. O meu percurso profissional tem tido mais incidência no teatro e a minha experiência no audiovisual começou recentemente, de maneira que esta foi a experiência onde aprendi realmente a trabalhar para Cinema. Nesse sentido sinto-me uma sortuda porque aprendi rodeada dos melhores", revela, não escondendo o trampolim que o mediatismo da série lhe (e ao made in Portugal) pode trazer. A internacionalização é uma consequência apetecível? "Tenho esperança, sim, que este projeto possa ser o ponto de viragem para a internacionalização do cinema e audiovisual português. Acredito que esta série não nos coloca atrás de séries realizadas e produzidas noutros países, com a diferença de que com menos orçamento, e isso é a prova de que o problema não é o dinheiro, mas sim a visão, o objetivo! A janela que eu acho que estamos a abrir para o talento português, é maravilhosa para todos os trabalhadores da indústria cinematográfica em Portugal, talvez traga mais investidores, talvez leve os talentos para produções maiores, cruzando assim linguagens e conhecimentos. Essa troca é essencial para o crescimento", remata, com a eloquência que já lhe conhecíamos - e alguma humildade à mistura: "Confesso que até há 2 anos não pensava na internacionalização da minha carreira, era um sonho que julgava impossível de alcançar, mas depois do projeto Trouble de Gus Van Sant, percebi que afinal é possível, e fazer Rabo de Peixe veio fortalecer esse desejo, que agora é mais do que um desejo, um objetivo".

Trouble (Andy) é um espetáculo musical sob direção de Gus Van Sant que estreou no TNDMII, integrado na bienal Boca, que está em digressão internacional até 2023 (hoje e amanhã está em Toulouse), do qual Helena Caldeira faz parte. O renomado realizador não fez a aposta em vão, se Rabo de Peixe servir de prova: para quem já teve oportunidade de seguir a atriz portuguesa, sabe que a sua dedicação à profissão e aos papéis é diretamente proporcional à emoção com que fala dos seus projetos, que vive intensamente. É por isso que este interregno entre a rodagem da série e a sua efetiva chegada à plataforma de streaming foi uma montanha russa: "Este compasso de espera é difícil de gerir a nível emocional, porque foi o maior projeto que já fiz e depois cai-se no vazio, e espera-se um projeto igualmente grande e em Portugal não há (AINDA) projetos desta envergadura", admite. "Mas quando vi os episódios parecia que estava a viver tudo outra vez, lembro-me vividamente de filmar cada cena e de ver ser filmadas cenas de outros colegas. Claro que os amigos, familiares e colegas iam perguntando sobre a série e isso só aumentava a minha ansiedade porque não sabia responder e eu própria queria ver o resultado".

Não é a única: parece que Portugal inteiro, e mais além, quer sintonizar a box na série, a 26 de maio. Até lá, temos Helena Caldeira (sem falhar o made in Portugal até no guarda-roupa) a vestir Pé de Chumbo com joias Ana de Vasconcelos, enquanto se prepara para a antestreia da série, que aconteceu ontem, 23 de maio, na Gare Marítima de Alcântara. O getting ready está em fotografias, de Tomás Monteiro, na galeria acima, e em movimento, por Henrique Governo, no vídeo abaixo.

Ficha técnica

Fotografia: Tomás Monteiro

Vídeo: Henrique Governo

Styling: João Telmo

Maquilhagem: Margarida Caldeira

Cabelos: Equipa Tom Perdigão