Giambattista Valli: Alta-Costura primavera/verão 2021

"Go big and stay home", decretou Giambattista Valli com a sua coleção de Alta-Costura primavera/verão 2021.

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É certo que a maioria de nós quando pensa na dupla “Netflix and chill” não nos ocorre propriamente camadas e camadas de tafetá. Mas há pessoas para tudo. Valli seguiu o seu instinto e dedicou esta temporada fora do normal aos volumes que guarda perto do coração. “Quando desenhas pronto-a-vestir és um designer. Quando crias Alta-Costura tens que ser um escultor. Está aí a diferença entre construir um espaço e decorá-lo”, conta Giambattista Valli à Vogue norte-americana. E o criador trabalhou ao pormenor cada técnica para atingir as proporções formidáveis que caraterizaram esta coleção.

Os cabelos volumosos inspirados em fotografias dos anos 60 de Benedetta Barzini e Marisa Berenson foram inquestionavelmente a cereja no topo do bolo. A nossa atenção ficou dividida entre as modelos que se movimentavam em fundo branco com os seus vestidos gigantescos e os bailarinos que as acompanhavam num rodopio de piruetas. Do lado direito da filmagem, edifícios da cidade andaluza de Sevilla faziam a ligação entre espaços e coordenados. Foi a forma de Valli mostrar aos seus clientes o que é que inspira a sua ideia de volume, mas continha uma mensagem mais profunda: “O momento em que vivemos agora é sobre a união de culturas. Sevilha é um lugar onde as culturas espanhola e islâmica se fundem e criam uma nova terceira cultura.” 

Com a ajuda das ruas sevilhanas como pano de fundo, pudemos compreender claramente as influências do flamenco nas saias de folhos desenhadas por Valli ou o drama da mantilla que se refletiu nos véus translúcidos. Alta-Costura primavera/verão 2021 de Giambattista Valli foi sobre troca, foi sobre apesar das diferenças olharmos juntos para o mesmo sol e para a mesma lua.