As silhuetas oversized do sportswear encontram-se com peças mais estruturadas numa coleção não recomendada a quem foge dos tons néon.
As silhuetas oversized do sportswear encontram-se com peças mais estruturadas numa coleção não recomendada a quem foge dos tons néon.
©ModaLisboa | Fotografia de Ugo Camera.
Faz apenas um ano que Gonçalo Peixoto se estreou na ModaLisboa, o que custa a crer, dada a afluência impressionante de pessoas na sala do Pavilhão Carlos Lopes no passado domingo, 10 de março, momentos antes do início do desfile do criador no último dia do evento. Nos bastidores, o designer de 22 anos ajeitava as roupas das modelos que, já alinhadas na boca de cena, se preparavam para pisar a passerelle, depois de ter revelado à Vogue a história por detrás de todos aqueles vestidos com padrões florais, das saias com folhos assimétricos, das malhas quentes, dos puffer jackets impermeáveis, dos blazers com ombros largos. “Esta coleção é o álbum de fotografias da minha mãe — as suas memórias, o seu passado. É quase como um filme sobre a vida dela; sobre as mulheres que passaram pela sua vida e que a influenciaram; sobre o estilo da minha mãe, que também se foi alterando." Trata-se, portanto, de uma coleção eclética, mas coesa.
Foi com tecidos metalizados e mais tecnológicos, próprios dos dias de hoje, e tecidos brocados, que lembram os estofos dos sofás da avó da mãe do criador, que o designer conseguiu retratar várias épocas numa coleção onde as silhuetas oversized do sportswear se cruzam com peças mais estruturadas. Tudo em laranja ácido, verde néon e roxo metalizado. Tudo eletrizante. Tudo de fazer sonhar. No que depender de Gonçalo Peixoto, à estação fria não faltará cor.