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A emancipação de Harry Styles

20 May 2022
By Joana Rodrigues Stumpo

Foi lançado hoje o terceiro álbum do músico e tecemos as nossas considerações.

Foi lançado hoje o terceiro álbum do músico e tecemos as nossas considerações.

© Getty Images
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Assim que a luz espreitou pelas cortinas do quarto, abri os olhos e fiz aquilo para o qual ansiava há semanas: ligar o Spotify e ouvir o recém-lançado disco de Harry Styles, Harry’s House. Depois do lançamento antecipado de As It Was, as expectativas estavam altíssimas, à espera de canções ainda mais adultas do que em Fine Line - e, aos 28 anos, o cantor britânico provou que a sua era de pós-boy band acabou. 

Abrir o álbum com Music For a Sushi Restaurant é o indicador perfeito do tom que podemos esperar das 13 canções que compõem o terceiro disco de Harry Styles. A ouvir esta música pela primeira vez, sem saber a letra ou os acordes que se seguiam, não consegui impedir o meu corpo de seguir o ritmo agitado que faz qualquer um dançar. Late Night Talking consegue acalmar ligeiramente os ânimos, apenas o suficiente para descansar (e aproveitamos para descobrir que, afinal, Harry Styles, não tem medo de mostrar o seu lado mais sensual). O primeiro ponto alto de Harry’s House é, sem sombra de dúvida, As It Was. Não é uma novidade para os fãs, que já conhecem a faixa há cerca de um mês, mas o enquadramento no meio de todas as outras torna-a ainda mais eufórica do que a solo. Apesar do pico que marca neste disco, indica, também, o inaugurar do tom melancólico que já sabemos que Harry Styles cumpre sem falha. Ao contrário do que ouvimos em Fine Line, que nos deu músicas como Falling e Adore You, o ritmo lento neste terceiro álbum não implica a tristeza que acompanha singles antigos do artista. Desta vez, o ex-One Direction consegue conciliar perfeitamente a lentidão das suas baladas com um ponto de vista bem mais positivo - apaixonado, diria. Isto é, até chegar Matilda, que é talvez a mais melancólica música deste álbum, o clássico estilo de Harry Styles.

Depois de ter passado semanas a ouvir As It Was, estava convencida de que não havia como superar este que será (espero eu) o novo hino do cantor. A surpresa de Harry’s House materializa-se com Cinema. Não ia ainda a meio da canção e tinha-a já adicionado a três playlists diferentes - o ritmo é simultaneamente lento e agitado, prende qualquer um. É assim que conhecemos, mais claramente, a faceta sensual de Harry Styles, que canta esta surpreendente balada de amor carnal. Já Daydreaming agita um pouco mais, mas apenas para fazer a ponte com mais uma fase nostálgica que o artista nos conta com Keep Driving

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Boyfriends não podia passar sem uma menção honrosa e uma data de perguntas. Que Harry Styles não é o estereotípico amante já tínhamos percebido, mas esta faixa dá toda uma nova perspetiva acerca de como funciona no mundo do amor. Não podemos deixar de questionar: será esta crítica generalizada aos namorados desta vida um produto de autorreflexão? Terá sido Harry Styles este parceiro alheado, despreocupado e negligente? O que esta canção nos leva a pensar é que o músico é, na verdade, o contrário do amante enganoso - o que nos dá só mais uma razão para gostar ainda mais dele.

Por fim, Harry’s House fecha com uma declaração de amor que só o britânico consegue fazer. Love of My Life, seja para quem for cantada, é a canção que prova que Styles aparenta estar mais do que apaixonado, mas rendido às pequenas coisas que, no fim, vê como amor. Não é toda a gente que aprecia uma balada com este ritmo arrastado, mas não há como negar que as palavras foram escolhidas a dedo para construir esta autêntica obra poética.

As letras de Harry Styles tornaram-se, sem dúvida, mais positivas. A melancolia e a tristeza foram deixadas para trás, em Fine Line, mas, ainda assim, depois de ter assistido de perto aos concertos da Love on Tour, a impressão é que as gravações em estúdio de Harry’s House não chegam ao nível de energia que mostra nas suas performances. Ansiamos, então, por ver como irá adaptar muitas das baladas às expectativas dos fãs.

Joana Rodrigues Stumpo By Joana Rodrigues Stumpo

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