Hedi Slimane deixa a Celine

Após sete anos, Hedi Slimane vai deixar a Celine.

“Sob a sua direção criativa e artística, a Celine experienciou um crescimento excecional e estabeleceu-se como uma casa de couture francesa icónica”, afirmou a Celine em comunicado esta quarta-feira. “A extraordinária viagem feita em conjunto nos últimos sete anos fez da Celine uma casa com uma formidável base para o futuro”. 

Atualização: Michael Rider é o novo diretor criativo da casa e será responsável por todas as suas coleções já em 2025.

Slimane tornou-se diretor artístico, criativo e de imagem da Celine em fevereiro de 2018, após a saída de Phoebe Philo. Anteriormente, foi diretor artístico de Moda masculina na Yves Saint Laurent até 2000, quando se juntou à Dior Homme. Foi aqui que criou a silhueta skinny que levou Karl Lagerfeld a fazer uma dieta. Slimane deixou a Dior em 2007 e regressou à Yves Saint Laurent em 2012 como diretor criativo, onde cortou o “Yves” do nome imediatamente antes do seu primeiro desfile. Saiu em 2016.

Na Celine, abandonou o acento sobre o “e” de Céline e introduziu um novo logótipo antes do seu primeiro desfile. A sua estreia na primavera/verão 2019 (onde acrescentou a moda masculina) recebeu “um coro estridente de críticas”, escreveu Robin Givhan, do The Washington Post. “Numa única noite, ele destruiu tudo o que a Celine era, limpou tudo. O seu nome pode não estar na etiqueta, mas em todos os outros aspetos, a marca pode muito bem chamar-se Hedi Slimane”, escreveu Givhan. Para a estação AW19, mudou para um visual de rapariga francesa burguesa. Desta vez, “foi um oui quase unânime”, escreveu Sarah Mower, da Vogue Runway.

Na conferência anual da LVMH, em janeiro de 2018, logo após o anúncio da nomeação de Slimane, o presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault, afirmou: “O objetivo com é atingir pelo menos 2 a 3 mil milhões de euros, e talvez mais, dentro de cinco anos”. Na altura, as vendas da Celine rondavam os mil milhões de euros. Cinco anos mais tarde, as vendas atingiram um valor estimado de 2,6 mil milhões de euros em 2023, de acordo com o HSBC, tornando-a a terceira maior marca de Moda da LVMH, depois da Louis Vuitton e da Dior - ultrapassando a Fendi em termos de receitas. Slimane supervisionou a introdução das fragrâncias Celine em 2019, e a maquilhagem (inicialmente sob a forma de uma linha de batons) está prevista para o outono deste ano.

Tendo-se afastado da imprensa desde o seu início na empresa, Slimane deixou praticamente de fazer desfiles ao vivo após a pandemia, mesmo quando outros designers do grupo LVMH retomaram os desfiles regulares. Apesar de ter saído da vista do público, a sua amálgama de alta burguesia parisiense e glam rocker de Los Angeles continuou a ser uma visão cativante.

Em dezembro de 2022, Slimane escolheu Los Angeles - a cidade onde viveu e trabalhou como diretor criativo da Saint Laurent - para a sua primeira apresentação física desde a pandemia, intitulada Age of Indieness. “Se Slimane alguma vez se lançar com uma marca homónima, esta coleção nostálgica seria certamente a sua base”, escreveu Christina Binkley, da Vogue Business.

Ainda livre do calendário da Moda, no início de setembro, revelou a sua coleção masculina SS25 no formato de um filme de 13 minutos que realizou, intitulado The Bright Young. No fim de semana passado, durante a Semana da Moda de Paris, lançou também um filme SS25 intitulado Un Été français. O designer apresentou uma coleção repleta de tweed, levando os críticos a acreditar que está de partida para a Chanel, que ainda não nomeou um novo designer.

“A Celine continua a fazer grandes progressos”, disse Arnault durante a assembleia geral anual da LVMH em abril. “A Celine é Moda chic, moderna e sexy para os jovens, mesmo que os preços sejam os que são, e funciona. Estive no Japão na semana passada com Delphine [Arnault]. Pude ver que, em frente às boutiques Celine, havia uma fila incrível, de até duas horas”.

Para onde irá Slimane de seguida? A moda estará atenta.


Traduzido do original, disponível aqui.