As duas marcas uniram forças para criar uma coleção que pretende quebrar barreiras de género com uma abordagem unificadora.
As duas marcas uniram forças para criar uma coleção de vestuário, calçado e acessórios que pretende quebrar as barreiras de género com uma abordagem unificadora.
Imagem do behind the scenes da coleção Eytys x H&M ©H&M
As linhas que nos unem são cada vez mais significativas do que aquelas que nos separam: e a coleção da H&M em parceria com a Eytys, duas marcas sediadas em Estocolmo, é a prova de que o género pouco (ou nada) importa quando o tema é Moda. Com uma abordagem verdadeiramente unissexo e unificadora, que derruba qualquer restrição para dar liberdade total à própria liberdade, a coleção Eytys x H&M, disponível a partir de hoje, é composta por propostas tão simples quanto pormenorizadas de vestuário, calçado e acessórios, com versões para adulto e uma seleção para criança
Inicialmente pensada como uma linha de sapatos, o core da Eytys, conhecida pelas suas solas volumosas, a coleção acabou por evoluir naturalmente para algo mais abrangente, como explica Ann-Sofie Johansson, creative advisor da H&M. “Depois do brainstorming inicial, decidimos em conjunto que uma coleção completa – sapatos, roupa e acessórios -, iria permitir que tanto os clientes da H&M como os fãs da Eytys pudessem ter a experiência de ambas as marcas, de uma nova perspetiva.”
Uma abordagem neutra
“Na Eytys, nunca nos passou pela cabeça marcar uma coleção como masculina ou feminina”, explica Max Schiller, diretor criativo e fundador da marca sueca. “Pessoalmente, nunca percebi porque é que os homens e as mulheres se vestem de maneira diferente. Temos corpos diferentes, por isso algumas peças precisam de ser ajustadas, mas isso não significa que tenham que existir tipos de peças tão diferentes”, defende Schiller.
Para Ross Lydon, responsável pelo design das propostas masculinas da H&M, a abordagem unissexo, “uma das muitas estéticas de design da Eytys”, afigura-se como algo verdadeiramente refrescante. “É claro que existe muita discussão na indústria sobre se um produto deve ou não ser marcado como para homem ou mulher, e o que é que isso significa de um ponto de vista cultural moderno, mas a H&M sempre acreditou que os clientes devem e vão decidir o que, em última instância, querem vestir, independentemente da etiqueta”, defende Lydon. “Esta colaboração sublinha isso mesmo.”.
Como defende Ann-Sofie Johansson, olhar para o passado e refazê-lo à luz do presente, ao mesmo tempo que procura transcender género, idade, raça e nacionalidade é um dos pontos distintos da Eytys enquanto marca. "Embora discreta na sua estética, a Eytys injeta energia e irreverência em tudo o que faz. E não se levam demasiado a sério, que é algo único na indústria da Moda", refere a creative advisor da H&M.
Para Schiller, esta visão manifesta-se na ideia de "refinar um look genérico" e apostar em "designs que prevalecem sobre um período de tempo, tornando-se icónicos". "Gostamos de descontextualizar estes ícones e objetos com os quais tivemos uma relação num determinado período da vida, pensando em como estes podem ser formados em algo que é realmente relevante hoje", diz o diretor criativo e fundador da marca sueca. "É uma cultura de convergência.".
Imagens do behind the scenes da coleção Eytys x H&M ©H&M
Propostas pensadas para todos
Proporções consicientes, cortes largos e pormenores desafiantes são, assim, materializados em propostas como ténis e botas arquitetónicas, que mantêm a sola habitual da Eytys, bem como casacos, t-shirts, calças e jeans em materiais como a sarja, o couro sintético ou o nylon, onde a silhueta mais quadrada e genérica faz desvanecer os traços que, habitualmente, distinguem as peças femininas das peças masculinas.
Uma mistura harmoniosa entre “workwear, sportswear e detalhes elegantes”, naquilo que Schiller considera “um jogo de proporções e silhuetas”, a coleção celebrada entre a Eytys e a H&M chega numa paleta cromática diversa e versátil, onde predominam tons como o verde, o amarelo, o bege cáqui, o azul índigo, o preto e o branco. “
A coleção inclui também padrões e texturas, como o padrão cobra e a pele envernizada e brilhante”, refere o diretor criativo e fundador da Eytys, “uma marca muito visual” que, muitas vezes, fala mais através das imagens do que as palavras, como provam os gráficos e logos humorísticos da colaboração, imaginados como símbolos falsos de empresas como uma lavagem de carros e uma companhia aérea, e estampados em peças como t-shirts ou sweatshirts em algodão.
Todas as peças de vestuário, calçado e acessórios, que chegam hoje às lojas da H&M, foram pensadas para eliminar por completo a ideia daquilo que diferentes géneros (e diferentes idades) devem ou não vestir. Dos clássicos ténis brancos, imaginados entre o desportivo e o formal, passando pelas calças chino em bege cáqui ou pela camisa padrão cobra, nada tem etiquetas, restrições ou limites.
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