Entrou para a Louis Vuitton em 2016 para fazer renascer o departamento de fragrâncias. Lançou sete, porque uma só não era suficiente.
Entrou para a Louis Vuitton em 2016 para fazer renascer o departamento de fragrâncias. Lançou sete, porque uma só não era suficiente.
"Ser mestre perfumista, mais do que uma vocação, é uma paixão, parece-me. E sim, é algo que se pode aprender.", explica-nos o perfumista, no seu atelier no coração do processo criativo dos aromas, em Grasse. "Claro, estar em Grasse, o meu pai e avô serem perfumistas, a minha filha, que tem 17 anos e meio, vai começar a estagiar comigo em setembro. Estou muito contente porque, em 500 anos, ela vai ser a primeira mulher perfumista na família. É emocional, para mim. Ela está muito motivada e acho que toda a gente pode aprender e criar, não acredito que haja um dom. Mas há um modo de educar pessoas, um modo de autoconfiança e o porquê de te tornares um artista, que tem a ver com circunstâncias fantásticas, seja para o negativo seja para o positivo. Podes aprender ingredientes e memorizar matérias primas, para seres criativo tens de trabalhar com as pessoas certas e ter alguns obstáculos. Nunca desistir e sabes, a criação é o equilíbrio entre algo que é irracional e racional. É como o amor."
Fala da profissão com paixão e essa dedicação é notória enquanto nos explica os processos pelos quais se orientou para lançar os sete novos perfumes Louis Vuitton, que chegaram ao mercado o ano passado - a casa francesa não tinha uma fragrância desde 1946 e todos os predecessores de Dans la Peau, Rose des Vents, Apogée, Turbulences, Matière Noire, Contre Moi e Mille Feux desapareceram sem deixar rasto. "Uma felicidade", confessa Jacques, pois assim pode trabalhar sem influências e com total liberdade.
Exploramos a sua inspiração e as inovações que aplicou neste círculo seleto de fragrâncias, que até permitem refill, na edição de novembro que chega às bancas. Até lá, partilhamos este tête-a-tête com o renomado perfumista, agora diretor criativo de fragrâncias Vuitton, neste rápido questionário:
Que cheiro teria Lisboa? Mar e tomate, não sei porquê.E Grasse? Jasmim.E Paris? Picante, é muito apimentada, Paris, talvez porque é vibrante; mesmo os parisienses são meio fechados.E a Vogue? Um cheiro cremoso, muito aveludado. Talvez pela pele com creme, a minha mãe usava muitos cremes.O que faz lembrar Lisboa? De Lisboa, lembro-me da generosidade das pessoas. E somos família, sinto-me em casa. E gosto que tenham mantido tradições, mas que tenham modernidade. Acho que há um equilíbrio entre estar no futuro sem esquecer o passado e acho que Lisboa tem isso. E esteticamente, têm locais lindíssimos. A minha mulher adora portugal e Lisboa e Cascais… Fado, a comida…Manhãs ou noite? Ambos.Cidade ou campo? Depende. Preciso de ambos, mas talvez mais campo.Vinho ou cocktails? Vinho.Caminhar ou conduzir? Conduzir.Preferia criar o perfume perfeito ou vários muito bons, mas não perfeitos? Não sei o que é a perfeição, por isso, vários bons.Entrada ou sobremesa? Depende se for dia ou noite, mas provavelmente entrée.Eau de parfum ou eau de toilette? Eau de parfum.
O artigo completo, na Vogue de novembro, já disponível.
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