As flores mais apetecíveis da estação fria chegam pelas mãos da Van Cleef & Arpels. Com novas criações da sua Rose de Noël, este jardim promete manter-se florido muito além da época natalícia.
A coleção nasceu em 1970, mas poderia ter sido lançada ontem, ou hoje, ou amanhã: com um design que não conhece tempo, mantendo-se atual mesmo com o passar das décadas, é uma linha que, clássica e intemporal, ainda assim, não fecha os olhos às novidades. Nesta gama que destaca uma espécie que floresce no inverno, toda a sua conotação poética é agora incrementada com dois novos pendentes e dois novos pares de brincos, seja em ouro branco e madrepérola cinzenta, seja em ouro amarelo e turquesa, que sublinham, mais uma vez, a mestria da marca no seu trabalho com pedras.
Numa exímia demonstração do seu savoir-faire e atenção ao detalhe, o engaste em ouro amarelo ou branco resulta da técnica ancestral de fundição a cera perdida ou microfundição, e as seis pétalas de cabochão que adornam cada corola com os seus motivos subtilmente assimétricos parecem ganhar vida ao sabor da brisa, numa disposição em diferentes níveis que reforça esse dinamismo. A estrutura central da flor revela-se também em três dimensões: o pistilo, que encerra em si três cintilantes diamantes discretamente elevados, é constituído por finos fios de ouro dispostos em diferentes alturas e inclinados em diferentes ângulos, numa textura e assimetria que apelam não só ao olhar, mas também ao toque. A peça final testemunha ainda o trabalho manual dos artesãos da maison, que não descuram o exigente e meticuloso (afinal, há componentes mais delicados que os desta flor de inverno?) polimento final.
Não é só da minúcia da sua produção artesanal que vive a qualidade dos lançamentos Van Cleef & Arpels; é também, sem surpresas, decorrente da nobreza dos seus materiais. O seu savoir-faire não vive sem a aliança às pedras preciosas que dão vida às coleções da casa, de uma maneira geral, e a esta Rose de Noël em particular. Submetidas a um rigoroso processo de seleção que tem mais de um século de experiência — não é aleatório que a casa tenha um especializado Departamento de Pedras —, a missão é procurar exemplares que se distingam pela sua qualidade e proporções, por forma a conferir a cada pétala volume e relevo. Para estas novidades em particular, a madrepérola cinzenta, matéria orgânica proveniente de conchas, foi selecionada pela uniformidade da sua cor, bem como pela suave iridiscência, que vai do verde ao rosa; e a turquesa, formada pela passagem da água em rochas ricas em cobre, anima as peças com os seus tons brilhantes, que variam entre o azul claro e o azul intenso. Curiosamente, os materiais ligados à orla marítima encaixam na perfeição a esta interpretação da flora terrestre para uma mensagem que sublinha a relação da Van Cleef & Arpels com o tema da Natureza. Pós seleção das pedras, são cortadas em volume e polidas de seguida para incrementar o seu brilho antes de serem engastadas em conjuntos de seis, no caso dos pendentes, ou 12, no caso dos brincos, para um resultado cromático uniforme. Conforme os padrões de excelência da maison, apenas as mais altas qualidades passam no teste: D a F para a cor; IF a VVS para a clareza. A peça final é um jogo cativante de luz que vê o casamento perfeito entre a vibrância da turquesa e o brilho solarengo do ouro amarelo, bem como o enlace irrepreensível entre a profundidade da madrepérola cinzenta e a cintilância lunar do ouro branco.
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Esta rosa de Natal não é a primeira flor no jardim da Van Cleef & Arpels e não será a última, seguramente. A apresentar criações subordinadas à flora desde 1906, a Rose de Noël tem usufruído de reinterpretações desde 1970: depois de uma primeira peça em coral e ouro amarelo, a linha expandiu-se ao longo dos tempos com diversas variações coloridas, como ónix, aplicadas a acessórios como pregadeiras, brincos e anéis, num reflexo da própria década vibrante e boémia em que surgiu. Hoje, continua a ser um espelho dos tempos, porque mantém o seu design intemporal e uma estética que fala para todas as gerações. Acima de tudo, continua a homenagear a Natureza, essa emblemática fonte de inspiração da Van Cleef & Arpels, que é uma mensagem que não só não perde força nem sentido, como nunca foi tão atual.
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Publicado originalmente em Spoil me, o suplemento de joias da edição What's Next da Vogue Portugal, de dezembro 2024, disponível aqui.
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