O regresso de Julia Stone é dançante e energético, leve e fresco, tudo aquilo que o ano de 2020 estava a precisar para não ir pelo cano abaixo.
O regresso de Julia Stone é dançante e energético, leve e fresco, tudo aquilo que o ano de 2020 estava a precisar para não ir pelo cano abaixo.
Julia Stone
Julia Stone
Oito anos depois de By The Horns (2012), Julia Stone regressa com Dance, faixa título do próximo álbum de estúdio Sixty Summers. Este regresso é um breaking point de tudo aquilo que a cantora e compositora australiana fez até à data, deixando de lado o folk e o indie rock. Julia mergulhou de cabeça no mundo cosmopolita e hedonista da pop, com batidas dançantes e eletrizantes com sintetizadores e batidas reminiscentes dos anos 80 e 90. Sixty Summers vai ser editado no dia 19 de fevereiro de 2021, mas até lá podemos dançar a vezes que quisermos ao som de Dance.
O videoclipe estreia em exclusivo no Vogue.pt, mas horas antes deste lançamento estivemos à conversa com Julia Stone sobre o que aí vem. A ligação Lisboa - Austrália é para ler, em baixo.
Do folk ao pop
“Acho que esta sonoridade sempre esteve na minha cabeça. Quando era adolescente gostava muito de dançar e passava grande parte do meu tempo em discotecas a dançar ao som de músicas dos anos 80. Prince, David Bowie, Talking Heads. Acho que depois da minha primeira desilusão amorosa, encontrei na música folk uma sonoridade muito familiar. Quando era criança os meus pais tocavam música folk pela casa. Mas, sabes, passar tanto tempo a tocar folk era uma coisa que não pensei fazer. Aconteceu. E de repente viajei por todo o mundo a cantar folk. E para este álbum, que tenho estado a trabalhar nos últimos cinco anos enquanto faço digressões, estava a desbravar caminho para chegar onde estou hoje. Demorou algum tempo e foi preciso confiança. Cheguei a um ponto em que disse que agora era o timing certo. Quero dançar, quero cantar estas músicas. Tive a grande oportunidade de conhecer a St. Vincent e o Thomas Bartlett que me ajudaram a trazer estas músicas para a luz do dia. Foi um processo lento, mas que sempre esteve comigo.”
O conceito do videoclipe de Dance
“A Jessie Hill [realizadora] e eu temos colaborado imenso nos visuais das minhas músicas e estávamos a falar de representar uma mancha demográfica que não é tão representada em vídeos, que é a população mais velha. Nos videoclipes há muito novos amores jovens. Queríamos representar a ideia de que os novos amores e aquele sentimento de nos apaixonarmos é algo que é humano e não é uma coisa reservada para quem tem 16 ou 25 anos. Podes ter 70 anos e apaixonar-te. E sentimos que isso seria uma coisa interessante de ser representada. Desde o início que queríamos que os atores dançassem e explorassem os seus corpos no vídeo. E desde o início sempre achamos muita piada ao facto de ter o Danny Glover no video. Ele tem uma presença magnética no ecrã. E depois de falarmos com ele começamos a pensar quem seria o date perfeito dele, quem seria aquela pessoa magnifica. Ele sugeriu a Susan Sarandon. ‘Ela é a mulher mais bonita’, disse-nos. E do nada tínhamos o Danny e a Susan. Ela gostou da música e do script. Foi um daqueles momentos: "Como é que tudo isto aconteceu?" Os dois são incríveis. E transmitiram uma mensagem bonita para a música.”
Julia Stone
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Sixty Summers, o próximo álbum de Julia Stone
“O nome Sixty Summers surgiu quando tinha 22 anos e queria muito ir a uma festa numa casa que ficava na cidade onde eu cresci. Havia uma comunidade que era famosa e que ficava na mansão de uma dominatrix, nos subúrbios de Sydney. Lá faziam festas fantásticas. Eu era demasiado jovem para ir àquelas festas. Eventualmente, quando já tinha vinte e tal anos acabei numa dessas festas. Para nós, aqui na Austrália, o verão é uma época para estarmos juntos, há muita música, muitos festivais, é uma época de celebração. E o verão para mim é aquele estação em que coisas mágicas acontecem. Tu podes apaixonar-te. Vais à praia. Há cheiros e sentimentos muito próprios. Nós estávamos nesta festa a dançar e a minha Jessie, a mesma que dirigiu este videoclipe, disse-me: ”Acreditas que só nos restam 60 verões (Sixty Summers)?” Para mim, como jovem adulta, foi um momento em que pensei no curso natural da vida. E foi a partir daí que percebi que 60 verões não é assim tanto tempo. Claro que cada um tem uma noção diferente dos verões. Para uma pessoa com oitenta e tal anos, são só mais cinco verões, por exemplo.
Há uma grande variedade de sons no álbum. Acho que a música dance é um bom reflexo da mudança que fiz no meu género musical. Há músicas no álbum que são mais pop. Explorei muito a minha influência na Madona dos anos 90 e, claro, na personalidade e confiança dela. Há uma música no álbum que se chama Who que é muito dançante. E a música que fecha o álbum, um dueto com o vocalista dos The National, Matt Berninger, que canta comigo em We All Have, uma música que é muito reminescente das minhas origens de infância, é a mais gentil e a minha preferida. Cantamos sobre tudo aquilo que precisamos é de amor.”
O que é que faz Julia Stone dançar?
Tudo. Quase tudo. Adoro dançar. O meu marido está sempre fascinado com o facto de eu dançar com quase tudo - desde slots publicitários a toques de telemóvel. Não sou uma grande bailarina. Mas o meu happy place é a dançar. Dançar durante horas.
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