Kim Jones deixa a Dior Men

Kim Jones vai deixar o seu cargo de diretor artístico de menswear na Dior, anunciou hoje a casa.

“Estou extremamente grato pelo trabalho notável realizado por Kim Jones, pelo seu estúdio e pelos ateliers. Com todo o seu talento e criatividade, reinterpretou constantemente o legado da casa com uma verdadeira liberdade de tom e colaborações artísticas surpreendentes e altamente desejáveis”, declarou Delphine Arnault, presidente e CEO da Dior, em comunicado.

“Foi uma verdadeira honra poder criar as minhas coleções na Maison Dior, um símbolo de excelência absoluta. Expresso a minha profunda gratidão ao meu studio e aos ateliers que me acompanharam nesta maravilhosa viagem. Eles deram vida às minhas criações. Gostaria também de reconhecer os artistas e amigos que conheci através das minhas colaborações. Por último, sinto uma sincera gratidão para com Bernard e Delphine Arnault, que me deram todo o seu apoio”, acrescentou Jones.

O designer britânico está ao leme da Dior Men desde 2018. O seu último desfile para a casa, há apenas uma semana, foi seguido não só por críticas entusiasmadas, mas também por um título de Cavaleiro: o designer foi galardoado com a mais alta distinção francesa, Cavaleiro da Legião de Honra, por Anna Wintour, no Le Laurent, em Paris, perante uma multidão que incluía Gwendoline Christie, Robert Pattinson, Kieran Culkin, Jeremy O Harris, Chitose Abe, Rick Owens e Delphine Arnault.

Jones tem também uma condecoração de Oficial do Império Britânico, que recebeu da Rainha Isabel II em outubro de 2020. No início desse ano, sucedeu ao falecido Karl Lagerfeld na Fendi, onde, até outubro de 2024, desenhou a roupa de mulher, Alta-Costura e peles. Jones partilha com o seu antecessor a paixão pelo colecionismo, bem como um “desejo voraz de conhecimento e uma curiosidade espantosa”, referiu Wintour no seu discurso de abertura na cerimónia da semana passada, onde lhe foi atribuído o título de Cavaleiro.

Antes da sua nomeação para a Dior Men, Jones foi diretor artístico da Louis Vuitton Men's de 2011 a 2018. Foi o motor por detrás da colaboração Louis Vuitton x Supreme de 2017, que muitos consideram como um momento marcante para o streetwear. “A marca distintiva de um grande designer é transformar a complexidade em algo que parece simples e inevitavelmente certo”, escreveu Sarah Mower, da Vogue, na altura, acrescentando que "esta coleção tinha esse talento estampado por todo o lado". “Elevámos [o streetwear] a algo muito luxuoso”, disse o próprio Jones sobre a colaboração numa entrevista recente a Laure Guilbault, da Vogue Business.

Na Dior Men, Jones continuou a explorar colaborações - com artistas como Daniel Arsham e Kaws, bem como com outros designers e marcas de Moda, incluindo Shawn Stussy, Erl's Eli Russell Linnetz e Stone Island. “Tudo é união: apoiar, colaborar, elevar”, disse Wintour sobre Jones. “Ele também escolheu, ao longo da sua carreira de enorme sucesso - primeiro com a sua própria marca, depois na Dunhill, depois na Louis Vuitton, depois na Fendi e na Dior - de partilhar alegremente as atenções com os outros”, acrescentou.

De acordo com as estimativas do banco HSBC, a Christian Dior Couture gerou vendas de 8,7 mil milhões de euros em 2024 - uma fração das quais é gerada pela roupa masculina, que, segundo os analistas, provou ser resiliente num ambiente económico difícil.

Dior Men primavera/verão 2025
Stephane Cardinale - Corbis/Corbis via Getty Images

Onde irá Jones a seguir? E será que consideraria a possibilidade de voltar a criar a sua própria marca? “Se o fizesse, fá-lo-ia de uma forma muito diferente. Seria um estilo de vida completo. Não seria apenas roupa. As coisas em que as pessoas querem realmente gastar dinheiro são a casa e as viagens”, disse à Vogue Business na semana passada. Estaremos a acompanhar de perto.

Traduzido do original, disponível aqui.