Semana de Moda de Nove Iorque
Foi no passado domingo que o designer se estreou na New York Fashion Week, apresentando uma coleção em colaboração com a Tous. Falámos com de Saint Sernin sobre a sua experiência na capital dos sonhos e a colaboração com a marca espanhola.
Ludovic de Saint Sernin viu o sonho de uma (ainda curta) carreira ser realizado, no passado domingo, com a sua estreia na New York Fashion Week, com uma coleção fortemente inspirada na vida e obra do fotógrafo nova-iorquino, Robert Mapplethorpe. Desde que descobriu o seu trabalho em Paris, numa exposição fotográfica, e após a leitura do aclamado livro Just Kids - que disseca a relação do fotógrafo com Patti Smith -, de Saint Sernin passou a ver o artista como a sua estrela norte, com um papel importante na sua jornada de autodescoberta.
A coleção do criador foi elaborada em colaboração com a Fundação Robert Mapplethorpe, mas de Saint Sernin contou também com a Tous nesta jornada criativa que o levou à Big Apple. Como partilhou numa conversa com a Vogue Portugal, a forma como Mapplethorpe fotografava mulheres em Nova Iorque nos anos 80, pareceu-lhe ter uma conexão com a marca de joalharia espanhola “[...] a ideia de grandes e luxuosas marcas de joalharia é algo que podemos descobrir e visualizar nas suas fotografias, o que inspirou as proporções das peças. A ideia central foi a letra X, por ser o portefólio mais aclamado de Robert, pelo que usamos o X em todas as peças.”.
Ludovic de Saint Sernin FW24
Embora não tenha sido a primeira vez que de Saint Sernin trabalhou com joalharia nas suas coleções, a colaboração com a Tous teve um sabor diferente, não só por ser a primeira vez que trabalhou com fine jewellery, mas principalmente pela relação estreita que estabeleceu com a equipa de design da marca, os seus ateliers, e a liberdade criativa que lhe foi concedida. Os chokers, os colares, anéis e as pulseiras grandes e chamativas foram o resultado do sentimento quase infantil que de Saint Sernin experimentou ao poder “brincar” e celebrar um estilo único de peças, com a Tous a adicionar perícia e qualidade técnica ao produto final.
O artista confessa que o processo criativo foi semelhante ao habitual, no sentido em que utilizou a sua abordagem normal de trabalho, mas com a impactante diferença na cooperação com a marca espanhola: “[...] pesquisei inspiração e referências, elaborei creative boards , fiz esboços das peças, revi protótipos e criei amostras. A grande diferença foi trabalhar de perto com Israel Roca, que me guiou nas técnicas específicas da criação de joalharia.” Ao longo deste processo criativo que culminou na sua estreia na NYFW, de Saint Sernin destacou dois momentos chave, imprescindíveis ao resultado final: o primeiro, a sua ida a Espanha, de modo a conhecer efetivamente o universo Tous, emergindo no seu savoir-faire, e o segundo, a reunião em Nova Iorque, quando as peças em ouro estavam terminadas e em exposição juntamente com os looks finais.
O processo criativo que levou o designer à capital de todos os sonhos foi longo, e a forma como introduziu a sua colaboração com a Tous foi estudada e delineada previamente: “[...] As coleções são complexas e possuem várias camadas, o que significa que trabalhámos com muitas referências ao mesmo tempo. Há muitos elementos que surgem em conjunto para criar um look final, e quis incluir a Tous nos looks de abertura porque senti que as peças aumentavam o lado poético e delicado da coleção”.
Ludovic de Saint Sernin fala da apresentação desta coleção como o dia que nunca esquecerá, não só pela estreia na Big Apple, mas também graças a esta colaboração com a Tous. Nas palavras do criador, a estrada que o levou ao destino final do seu desfile foi mágica.
Ludovic de Saint Sernin
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