Groundbreaking: Adjetivo. Inovador; pioneiro; que rompe com algo pré-estabelecido; caracterizado pela originalidade
"Florals? For Spring? Groundbreaking."
Groundbreaking: Adjetivo. Inovador; pioneiro; que rompe com algo pré-estabelecido; caracterizado pela originalidade
A ironia desarmante da frase tornou-a icónica e passou a ser uma inside joke repetida no meio editorial e da Moda. O olhar e o tom de voz cortantemente frios de Meryl Streep imortalizaram a frase de Miranda Priestly, a personagem de O Diabo Veste Prada que transformou a imagem de rainha do gelo da diretora da revista Runway (ou a que todos sabemos) num arquétipo cultural pop. Se o lado caricatural perdurou ao longo destes 12 anos, desde a estreia do filme, pela figura original que inspirou a personagem icónica também passou o efeito transformador do tempo. E, seja por questões humanas ou por pura tendência de Moda, o lado caloroso e mais humano e a capacidade de sorrir também passaram a ser trendy, tanto para o original como para quem o admira e vive em permanente copy cat. Felizmente. Não só porque a imagem de diva é "tão anos 2000" ou porque "being kind is the new black", mas sobretudo – e ironias à parte – porque ser-se humano, nas forças e nas fragilidades, só torna alguém mais genuíno e imensamente maior. A grandeza costuma caminhar na direção oposta à arrogância, e se os extremos opostos se tocam é porque realmente a segunda só pode ser desculpada com algo muito especial por trás.
No mundo da Moda a espontaneidade e o lado genuíno andam de mãos dadas com a criatividade. Tendências e coleções sazonais podem ditar uma paleta de cores e formas, mas a originalidade de quem as desenha nunca se deverá sobrepor ou ofuscar a de quem as usa. A Moda, e tudo o que nela nos inspira, deve ser uma extensão da personalidade de cada um de nós, mesmo quando é usada como camuflagem. O que vestimos não determina a nossa própria identidade, é suposto, sim, complementá-la e afirmá-la quando nos mostramos ao mundo e, acima de tudo, quando nos olhamos ao espelho. E nem sempre o que vemos no espelho tem de ser groundbreaking. Só tem de ser simplesmente genuíno.