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Máscaras sociais, but make it fashion

14 May 2020
By Rui Matos

Claro, com etiqueta made in Portugal.

Claro, com etiqueta made in Portugal.

“A Moda encontra sempre um caminho.” É desta maneira que Robin Givhan, do The Washington Post, inicia um artigo sobre como as máscaras vieram para ficar e de como estas passaram a ser uma nova forma de expressão. “O ser humano não se intimida na procura de novas maneiras para se destacar, se comunicar e prosperar num ambiente traiçoeiro. E assim, a máscara facial - que em tempos era puramente funcional e vista como um acessório exótico - evoluiu a uma velocidade vertiginosa para algo muito superior”, termina assim o primeiro parágrafo de Givhan, que é também um excelente ponto de partida para conversarmos sobre máscaras sociais.

Não há muito tempo, num período pré-Covid, antes de sair de casa, se havia acessório que não podia faltar era o telemóvel, ou a carteira, ou o chapéu, ou o lenço. Agora, sair de casa implica levar uma máscara. Numa questão de semanas, esta pandemia virou o nosso guarda-roupa do avesso, desafiando códigos de liberdade, conforto e auto-expressão. As máscaras sociais entraram tão depressa no nosso quotidiano que passaram a ser tão essenciais como um par de meias e são um free pass para entrarmos em espaços fechados, como supermercados, farmácias e transportes públicos. Mas, é importante referir que o uso de máscara não é obrigatório, é sim “uma medida adicional, suplementar, complementar às medidas já anteriormente recomendadas de lavagem das mãos, de etiqueta respiratória e de distância social”, como anunciou Marta Temido, ministra da saúde.

Depois de semanas que pareceram meses confinados às quatro paredes a que chamamos de casa, estamos a dar os primeiros passos de liberdade - uma liberdade regida por regras essenciais. Afinal, não queremos voltar à estaca zero, right?

E tal como Robin Givhan escreveu, a Moda encontra sempre um caminho, e os designers portugueses depressa meteram as mãos no tecido e começaram produzir máscaras sociais. Luís Onofre anunciou, a 27 de março, que iria produzir diariamente 500 máscaras não-cirúrgicas como forma de apoio a várias instituições do concelho de Oliveira de Azeméis e arredores, tudo através de doações. Hospital de Santa Maria da Feira, Hospital de Famalicão, Centro Dial, Lar Geribranca, Lar Pinheiro da Bemposta, Lar Pró Outeiro e Cruz Vermelha foram alguns dos beneficiados desta iniciativa.

 

Marta Gonçalves, fundadora e diretora criativa da Hibu, alargou o seu universo tie dye a máscaras sociais reversíveis de algodão. Numa publicação, partilhada pela designer no Instagram, explicou que foi depois de “muitos amigos com negócios não encontrarem máscaras para poderem trabalhar de forma segura” que decidiu começar a desenvolver estas máscaras. O custo de cada máscara é de € 20, sendo que 25% dos lucros revertem para instituições que estão a ajudar quem mais precisa durante este período.

Já Filipe Faísca, pegou nos excedentes das coleções Darling (outono/inverno 2015) e Innocence (primavera/verão 2018) para fazer uma edição limitada de máscaras de proteção social, feitas pelas próprias mãos do criador. E para anunciar este lançamento, Faísca escolheu Joana Ribeiro e Leonor Poeiras como embaixadoras, que foram fotografadas por Ismael Prata via Skype, dando assim origem ao projeto #FaiscaHomeSessions. As máscaras estão disponíveis em três tamanhos (mulher, homem e criança) e têm o preço de € 6.50 (para as máscaras lisas e Darling), já as máscaras Innocence têm o preço de € 8,50.

Comprar português é cada vez mais importante e agora, com a indústria em Portugal, a atravessar um momento ainda mais delicado é primordial dar importância a todos os produtos que têm na etiqueta estampado made in Portugal. Das opções mais criativas de Luís Buchinho aos padrões de Luís Carvalho, Susana Bettencourt, Huarte e Olimpia Davide, na galeria, em baixo, reunimos as máscaras de autor que alguns designers portugueses estão a criar.

Rui Matos By Rui Matos

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