Jeremy Scott pegou no pior pesadelo de um criador e transformou-o no fio condutor das suas propostas estivais.
Jeremy Scott pegou no pior pesadelo de um criador e transformou-o no fio condutor das suas propostas estivais.
©Imaxtree
O ato criativo é um processo complicado, caótico, desgastante e avassalador - particularmente quando envolve 66 modelos, 66 coordenados e os olhos de uma indústria multifacetada postos num único local, a analisar ao pormenor os dez minutos que frequentemente representam um desfile para a primavera/verão 2019.
"A indústria da Moda está tão rápida que, desta vez, não tive tempo de acabar o meu trabalho", disse Jeremy Scott nos bastidores da apresentação das propostas estivais de Moschino, citado pelo WWD. "Tudo o que tenho para mostrar são os meus esboços". A ironia do criador, que apresentou uma coleção completa de vestuário, calçado, carteiras, joias e chapéus, resultou numa passerelle onde as ideias preliminares ganharam vida própria, transformando-se na atração principal.
Fiel à sua fórmula de performance, Jeremy Scott começou de forma suave, mas segura. Vestidos e fatos brancos, rabiscados com traços coloridos e padrões artísticos, criaram a ilusão de um esboço numa folha de papel. As silhuetas, inspiradas no espírito dos anos 80, foram complementadas com chapéus e collants, que seguiam o fio condutor de uma aula de arte. A aura dramática ficou reservada para os momentos finais: um vestido com cauda em forma de rolo de tecido, um coordenado intrínseco com agulhas douradas, um bodysuit complementado com uma fita métrica amarela, e um vestido longo com forma de tesoura deram vida própria aos elementos do atelier de Scott.
Acompanhe as principais propostas estivais da Semana de Moda de Milão, no canal Coleções.