Dinâmico, resiliente, introspetivo e casually avant-garde, tudo isto são sinónimos de Nuno Gama. Convidado habitué das Semanas de Moda internacionais, nas quais vezes sem conta representou e levou mais longe o talento nacional, Nuno recusa-se a limitar a visão que idealizou para o seu percurso. Contentar-se com menos do que “Topo de Gama” não é uma opção.
Dinâmico, resiliente, introspetivo e casually avant-garde, tudo isto são sinónimos de Nuno Gama. Convidado habitué das Semanas de Moda internacionais, nas quais vezes sem conta representou e levou mais longe o talento nacional, Nuno recusa-se a limitar a visão que idealizou para o seu percurso. Contentar-se com menos do que “Topo de Gama” não é uma opção.
Tudo começou cedo, a Norte, na cidade Invicta, em que o desafio da idade - e da altura - traçaram o começo da aventura de uma vida. “Ao dar um pulo e sem oferta de roupa no mercado, tive de me preocupar com o meu vestuário e começar a fazer a minha roupa,” explica-nos Nuno Gama numa troca e emails. Sem passar despercebido, as encomendas começaram a surgir, primeiro de familiares e de amigos, captando o interesse das lojas Mr. Wonderful e Desfile em Lisboa no processo, que, em 1985, começam a distribuir as suas criações.
Provas dadas de que se tratava de uma vocação que não o abandonaria, Nuno licencia-se em Design de Moda pelo CITEX, no Porto em 1991. Ao conciliar a produção de múltiplas coleções para marcas como a Naf Naf e António Quelhas com a comercialização para outras lojas nacionais, em Lisboa e no Porto, Nuno Gama construiu durante dois anos um portefólio criativo invejável, culminando no registo, em 1993, da sua marca homónima, Nuno Gama Homem & Senhora. Pertencendo também ao grupo de criadores do Portugal Fashion e ModaLisboa, onde continua a apresentar, foi precisamente no pico da expansão nacional e internacional que toda a sua dedicação profissional enfrentou o derradeiro teste de resiliência.
Em outubro de 1998, um violento incêndio consumiu o seu atelier, situado na baixa do Porto, no qual o designer perdeu tudo. Após o incidente, foi convidado por Joaquim Cardoso, do Grupo Maconde, para coordenar a secção de homem, assim como para produzir e lançar a sua própria coleção pelo grupo até este cessar atividade em 2008. Nos três anos seguintes, Nuno colabora na posição de Diretor Criativo para Pinho Vieira, uma marca internacional com presença assídua na Pitti Uomo e Passarela Barcelona, ambas referências na representação e projeção de novos talentos criativos.
Em 2011, a Maison Nuno Gama renasce em Lisboa, centralizada em Moda masculina, acessórios e joalharia, e solidificada na experiência e reconhecimento da indústria, contando com vários prémios como o Globo de Ouro, em 1996, os galardões nos Fashion TV Awards e parcerias com a Eureka Shoes e BMW. Em conjunto com a concept store e com o tempo que dedica a lecionar Design de Moda, Nuno é reconhecido como um exemplo de superação e reinvenção no mundo da Moda nacional. “Quando tive o incêndio achei que nada fazia mais sentido até sentir a vontade a rebentar de novo dentro de mim.”
"Tudo é possível se se puserem os egos de lado."
Apesar da jardinagem ou escola de cozinha serem opções que poderia considerar para uma carreira alternativa, não há espaço para arrependimentos no seu processo criativo e Nuno explica como prefere aplicar a sua energia “em aperfeiçoar cada coleção nova, porque me parece que é para isso que o passado e o erro existem.” Apresentada na ModaLisboa para a primavera/verão de 2020, a coleção Sado é a mais recente proposta do designer, que não se mostra indiferente ao desafio que a pandemia representa para o outono/inverno de 2020. “O Inverno ainda está todo no papel à espera da evolução do mercado, se temos ou não confinamentos e clientes para percebermos se justifica investir”, explica.
Em matéria de união, Nuno Gama começa pelo princípio: pela autenticidade e integridade individuais. A marca indelével que deixa na Moda nacional está inegavelmente conectada com o carisma e sinceridade que caracterizam tanto a sua personalidade como a filosofia por detrás das suas coleções. A pergunta para um milhão de euros é então: será a união uma utopia? Nuno Gama responde-nos: “Tudo é possível se se puserem os egos de lado e as pessoas se unirem realmente, por uma causa.”
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