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Óscares 2019: as previsões da Vogue

27 Nov 2018
By Radhika Seth

Do drama brilhante e obscuro de Yorgos Lanthimos, 'The Favourite', à biopic de Dick Cheney, 'Vice', realizada por Adam McKay, a Vogue elege os 16 filmes que deve ver antes da award season.

Do drama brilhante e obscuro de Yorgos Lanthimos, The Favourite, à biopic de Dick Cheney, Vice, realizada por Adam McKay, a Vogue elege os 16 filmes que deve ver antes da award season.

A corrida aos Óscares 2019 já começou. Fica a questão, quem serão os vencedores da cerimónia repleta de estrelas no dia 24 de fevereiro? As possibilidades estão em aberto, e das estrelas do cinema indie aos grandes nomes da indústria cinematográfica, todos disputam a apreciação da Academia. Depois de uma reação arrebatadora no Festival de Veneza, A Star is Born - com Lady Gaga e Bradley Cooper - está destinado a dominar o certame. Nos seus calcanhares estão o drama de época de Yorgos Lanthimos, The Favourite, a biopic First Man sobre a vida de Neil Armstrong, de Damien Chazelle, e o filme Roma, de Alfonso Cuarón, bastante aclamado pela crítica. Tem havido também grandes performances de recentes nomeados e vencedores (Timothée Chalamet em Beautiful Boy, Mahershala Ali em Green Book) assim como do inesperado Vice de Adam McKay, uma sátira política com Christian Bale no papel de Dick Cheney. Posto isto, a Vogue enumera os 16 filmes que deve manter debaixo de olho em antecipação da award season. Boletins de voto prontos…  

The Favourite (2018)

Quando Yorgos Lanthimos, realizador de Dogtooth, The Lobster e The Killing of a Sacred Deer, decide fazer um filme de época do século XVIII, reinventando o reinado da Rainha Anne, devemos deixar os preconceitos à porta. O resultado é uma comédia de humor negro, protagonizada por Olivia Colman como a monarca, Emma Stone e Rachel Weisz fazem o papel de cortesãs que disputam a sua atenção. É de esperar trajes extravagantes, corridas de patos, jogos de salão barulhentos e um guião brilhante e obsceno. Este é o drama de época readaptado. Nos cinemas a 7 de fevereiro de 2019. 

Wildlife (2018)

A estreia de Paul Dano como realizador recebeu um rol de elogios após a estreia no Sundance. O guião, co-escrito por Dano e Zoe Kazan, é uma adaptação da novela de Richard Ford afim de criar um comovente drama doméstico sobre um casamento conturbado. Com um poderoso desempenho de Carey Mulligan, que interpreta Jeanette Brinson, uma dona de casa em 1960, cujo mundo desaba quando o marido parte para combater um incêndio florestal na zona rural de Montana. Com um design de produção e guarda-roupa impecáveis, é também um dos filme com mais estilo do ano.

At Eternity’s Gate (2018)

A vida de Vincent van Gogh proporcionou inúmeros temas para muitos realizadores: Vincente Minnelli em Lust for Life, Robert Altman em Vincent & Theo, Dorota Kobiela e Hugh Welchman em Loving Vincent, nomeado para o Óscar de melhor filme de animação em 2017. Esta nova interpretação do artista feita por Julian Schnabel tem um estilo visual poético que evoca as obras mais conhecidas do pintor impressionista e foca-se na performance hipnotizante de Willem Dafoe. Nos cinemas a 7 de fevereiro de 2019.

Beautiful Boy (2018)

Nunca subestime Timothée Chalamet. Após os papéis de estreia em Call Me By Your Name e Lady Bird no ano passado, o galã tornou-se o mais jovem candidato ao Óscar de Melhor Ator em 80 anos. A mais recente prova do seu talento é este pesado drama familiar sobre um jovem rapaz viciado em metanfetamina. Baseado em dois best-sellers de memórias de pai e filho, David e Nic Sheff, mostra o longo percurso até à recuperação, entre recaídas e arrependimentos. Steve Carell, que interpreta o pai atormentado, faz o seu melhor papel desde Foxcatcher. Nos cinemas a 29 de novembro de 2018.

©Amazon Studios
©Amazon Studios

BlacKkKlansman (2018)

A reviravolta de Spike Lee sobre um polícia negro que se infiltra no Ku Klux Klan rendeu-lhe o Grand Prix em Cannes. Apesar de se passar em 1970, é problemático e oportuno: gritos de “America First!” são conscientemente ouvidos por toda parte, para além de notícias com imagens do rally de Charlottesville 2017, juntamente com imagens do clássico Gone With the Wind e The Birth of a Nation. O produto final é uma acusação sobre a supremacia branca na era de Trump que deve ser reconhecida. Lee nunca ganhou um Óscar - uma injustiça que os eleitores da Academia esperam certamente corrigir em fevereiro. 

Roma (2018) 

Alfonso Cuarón reivindicou o Leão de Ouro em Veneza com esta carta de amor para a Cidade do México de sua juventude. Vista através dos olhos de uma jovem mulher e da família para a qual trabalha, o filme capta a turbulência política dos anos 70 a preto e branco. No centro da história está Yalitza Aparicio, que se estreia no papel da empregada Cleo, cuja vida pessoal se está a desmantelar lentamente. A ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, é improvável que Roma vá para casa de mãos a abanar. 

©Netflix
©Netflix

First Man (2018)

Ryan Gosling é Neil Armstrong no sucessor de La La Land, do realizador Damien Chazelle. O realizador recria a viagem à lua de 1969 com um precisão meticulosa, com influências visuais dos clássicos sobre a corrida espacial como Apollo 13 de Ron Howard. Claire Foy é formidável como Janet Armstrong, enquanto Gosling é solene e reticente. Nas mãos de Gosling, o astronauta não é o herói que proferiu aquelas palavras imortais, mas um homem que ainda sofre com a perda da filha Karene que é incapaz de a esquecer, mesmo quando está perdido no espaço.

22 July (2018)

Em 2011, a Noruega sofreu o ataque terrorista mais fatal no país até hoje, quando o cidadão de extrema-direita Anders Breivik assassinou 77 pessoas em dois ataques coordenados. A data da atrocidade tornou-se sinónimo do tragédia indescritível, e título do novo filme de Paul Greengrass que acompanha a viagem de Breivik no seu carro-bomba desde Oslo até à ilha de Utøya, onde pretende matar as crianças que participam no acampamento anual de verão para jovens do Partido Trabalhista Norueguês. O filme é um retrato do horror que se segue e do julgamento angustiante, tornando-se difícil de ver, mas necessário.

©Netflix
©Netflix

Widows (2018)

Durante a adolescência passada em Londres, Steve McQueen interessou-se pela minissérie Widows de Lynda La Plante, de 1983, que contou a história de quatro mulheres que tentam um assalto audacioso para pagar uma dívida deixada pelos falecidos maridos. O remake de McQueen conta com Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki e Carrie Coon, e ainda Daniel Kaluuya e Colin Farrell em papéis secundários. Uma mudança de tom da obra artística do autor britânico (Hunger, Shame, 12 Years a Slave), Widows é um thriller estrondoso com muitos plot twists, escritos por McQueen e pelo autor de Gone Girl, Gillian Flynn.

A Star is Born (2018)

Com uma banda-sonora carregada de emoções e uma história de amor intemporal mas condenada pela fama, A Star is Born é um poderoso filme da award season. A única questão é: quantas estatuetas irá levar para casa na noite dos Óscares? Lady Gaga é provável que saia com o prémio de Melhor Canção Original pela balada Shallow e, na categoria de Melhor Atriz, irá enfrentar nomes como Olivia Colman e Melissa McCarthy. Bradley Cooper por sua vez irá disputar o prémio de Melhor Ator e Melhor Realizador.

Boy Erased (2018)

Depois do incrível desempenho em dois dos filmes nomeados na categoria de Melhor Filme no ano passado (Lady Bird e Three Billboards Outside Ebbing, Missouri), a estrela em ascensão Lucas Hedges é o protagonista, a estrela principal de Boy Erased, no papel de Joel Edgerton, um adolescente do Arkansas forçado a frequentar um campo de terapia e conversão para homossexuais. Nicole Kidman e Russell Crowe interpretam os seus pais cristãos, que lutam para chegar a um acordo em relação à sexualidade do filho. É um drama coming-of-age digno de destaque, que evidencia as práticas cruéis que continuam legais em 36 estados dos EUA. Nos cinemas a 28 de março de 2019.

Green Book (2018)

Invertendo a fórmula de Driving Miss Daisy, este filme sobre uma road trip conta no elenco com Mahershala Ali como pianista clássico, e Viggo Mortensen como o seu motorista. Numa viagem pelo sul da América, o que começa como uma relação de conveniência torna-se numa amizade improvável. O sucesso de Green Book surgiu depois de conquistar o People's Choice Award no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A questão é: será que tem potencial para chegar aos Óscares? Nos cinemas a 24 de janeiro de 2019.

The Front Runner (2018)

A tentativa do Senador Gary Hart de se tornar presidente dos EUA, em 1988, terminou quando surgiram rumores da sua infidelidade. Isso deu azo a um ataque à meia-noite, um conjunto de câmaras e especulações nos tablóides que eventualmente puseram um ponto final na sua carreira. O retrato de Jason Reitman, representado por Hugh Jackman, durante o escândalo é retirada do livro All the Truth Is Out do jornalista politico Matt Bai. O colaborador de longa data de Reitman, J.K. Simmons, surge como gerente da campanha de Hart, enquanto Vera Farmiga interpreta a sua esposa traída. Jackman, um dos favoritos da Academia, anfitrião da edição de 2009 dos Óscares, e nomeado pelo papel em Les Misérables, em 2013, poderá ser um dos candidatos na edição deste ano do evento. Nos cinemas a 24 de janeiro de 2019.

Can You Ever Forgive Me? (2018)

A inacreditável e verdadeira história da autora americana Lee Israel é o tema do mais recente drama protagonizado por Melissa McCarthy. Uma jornalista e biógrafa de celebridades, Israel virou-se para a falsificação literária depois de ir à falência. Ela escreveu cartas atribuídas a escritores prolíficos, de Dorothy Parker a Noël Coward, e vendeu mais de 400 documentos a revendedores de recordações em todo o país. McCarthy, que foi indicada ao Óscar em 2012 pelo filme Bridesmaids, apresenta um desempenho complexo como falsificadora, ao lado do ator Richard E. Grant que faz de seu amigo e cúmplice.

©Mary Cybulski
©Mary Cybulski

If Beale Street Could Talk (2018)

Depois de conquistar o Óscar de Melhor Fotografia pelo filme Moonlight, em 2017, Barry Jenkins está de volta com a adaptação do romance de James Baldwin, de 1974. Uma história de amor exuberante marcada pela tragédia, passada nas ruas ​​de Harlem, nos anos 70. Os amigos de infância Tish e Fonny ficaram noivos recentemente, mas o seu futuro está ameaçado quando Fonny é falsamente acusado de um crime. Vencedora de três prémios Emmy, Regina King interpreta Sharon, a mãe de Tish, enquanto KiKi Layne e Stephan James brilham nos papéis principais. A juntar a isto está uma banda sonora delicada e cinematografia sugestiva, e uma emocionante análise sobre raça, romance e injustiça na América moderna.

Vice (2018)

Como é que um burocrata de Washington subiu na carreira até se tornar no mais poderoso vice-presidente dos EUA de todos os tempos? Adam McKay continua o trabalho de The Big Short e mergulha numa fração mais recente da história para retratar a carreira de Dick Cheney, interpretado por um quase irreconhecível Christian Bale. Amy Adams é a sua esposa, Lynne Cheney, Steve Carell é Donald Rumsfeld e Sam Rockwell é George W. Bush. Da campanha até à Casa Branca, a biopic avalia o impacto que Cheney teve nas forças armadas, no setor de energia e na política externa, a fim de descobrir como estabeleceu as bases para a atual crise política do país. Nos cinemas a 7 de fevereiro de 2019. 

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