Sim, estamos a falar desse período. Da menstruação. E sim, foi um dos momentos mais memoráveis da nonagésima primeira cerimónia dos Óscares.
Sim, estamos a falar desse período. Da menstruação. E sim, foi um dos momentos mais memoráveis da nonagésima primeira cerimónia dos Óscares.
Melissa Berton e Rayka Zehtabchi durante a entrega do Óscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem ©Getty Images
A nonagésima primeira cerimónia dos Óscares não teve um apresentador a conduzir, uma selfie épica, uma queda inesquecível ou um engano monumental, mas teve algo que, muito provavelmente, nunca tinha acontecido na sua longa história e existência - um discurso de agradecimento honesto, emotivo e inteiramente dedicado à menstruação. Sim, leu bem, à menstruação.
Com realização de Rayka Zahtabchi e produção de Melissa Berton, Period. End of Sentence. - um documentário da Netflix que retrata a história inspiradora das mulheres na Índia rural e a forma como estas lutam pela igualdade menstrual, combatendo o estigma profundamente enraizado sobre o período -, foi o vencedor do Óscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem, proporcionando um dos momentos mais nobres e fulcrais da noite.
"Não estou a chorar porque estou com a menstruação nem nada que se pareça", começou por dizer Rayka Zehtabchi, realizadora do documentário de 26 minutos. "Não acredito que um filme sobre menstruação acabou de ganhar um Óscar", continuou. "Às mulheres de Kathigera - quero que saibam que estão a empoderar as mulheres, em todo o mundo, para lutarem pela igualdade menstrual." Acompanhada pela equipa de Period e por Melissa Berton, que produziu o documentário, Zehtabchi deu-nos um discurso que representou uma vitória para todas as mulheres, em todos os pontos do globo.
Num mundo onde a menstruação ainda é vista como um tabu, um assunto que deve ser escondido e nunca discutido, o documentário Period. End of Sentence. é um reminder de que a luta ainda não está totalmente ganha - mas o facto desta conversa ter subido ao palco dos Óscares é também uma prova de que o paradigma está finalmente a mudar.