Pierpaolo Piccioli deixa a Valentino

“Nem todas as histórias têm um princípio e um fim, algumas vivem uma espécie de eterno presente que brilha com uma luz intensa, tão forte que não deixa sombras. Estou nesta empresa há 25 anos, e há 25 anos que existo e vivo com as pessoas que teceram comigo os fios desta bela história que é minha e nossa.” escreveu Pierpaolo Piccioli esta tarde no Instagram. Após mais de duas décadas, o diretor criativo decidiu abandonar a Valentino, não sendo ainda conhecido o seu sucessor. 

A saída de Pierpaolo Piccioli foi, de acordo com o comunicado de imprensa emitido pela maison, uma decisão mútua, sendo ainda referenciada a trajetória absolutamente notável de Piccioli, graças à sua “visão, dedicação e espírito inovador”, criando um capítulo “fundamental na história da empresa.”

Valentino SS17, a estreia de Pierpaolo como diretor criativo a solo.

Piccioli chegou à casa de Moda em 1999 com Maria Grazia Chiuri, depois de ter estado cerca de dez anos na Fendi, onde desenhava acessórios. Em 2009, a dupla substitui a diretora criativa Alessandra Facchinetti, e foi responsável por grandes sucessos da marca, incluindo as famosas peças rockstud. Mais tarde, em 2016, Chiuri abandonou a casa para comandar a Dior, assumindo Pierpaolo o cargo a solo. 

Valentino FW22, a sua aclamada coleção composta apenas por Pink PP e preto.

Como um dos mais ilustres nomes da indústria, o italiano deixa uma marca indelével não só no legado da maison, mas em todo o mundo da Moda. As suas coleções de Alta-Costura foram, estação após estação, adoradas pelo público, e as suas apresentações de ready to wear não ficaram atrás. Consistentemente, o trabalho de Pierpaolo Piccioli inovou, surpreendeu e fascinou, sendo um dos nomes mais adorados e relevantes de toda a indústria. O famoso Pink PP, o rosa choque da Valentino, tornou-se um autêntico fenómeno, imprimindo-se para sempre na história - tal como o Valentino Red. 

Look de abertura da coleção Valentino Alta-Costura FW23, com calças aparentemente de ganga mas feitas, na verdade, inteiramente de cristais.

“Este testemunho de amor, de sonhos, de beleza e de humanidade, levo-o comigo, hoje e sempre. Esta é a beleza que criámos: a vida, a esperança, a oportunidade e a gratidão, e as minhas pessoas, o meu coração, e o amor que nos dá todas as possibilidades do mundo, especialmente aquelas que não poderíamos imaginar sozinhos.”, conclui Piccioli no seu Instagram. Não se conhece ainda um sucessor ou quais serão os próximos passos do génio italiano, mas sabemos, com toda a certeza, que deixará (muitas) saudades. 

View this post on Instagram

A post shared by Pierpaolo Piccioli (@pppiccioli)