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Polimoda, Sangue Novo e ModaLisboa: uma equação vencedora

09 Mar 2019
By Vogue Portugal em colaboração com Polimoda

A Vogue Portugal conversou com Danilo Venturi, diretor da Polimoda e jurado do concurso Sangue Novo, e Carolina Raquel, vencedora do Prémio ModaLisboa para Melhor Designer Nacional e futura aluna da escola italiana, sobre Moda, talento e futuro.

A Vogue Portugal conversou com Danilo Venturi, diretor da Polimoda e jurado do concurso Sangue Novo, e Carolina Raquel, vencedora do Prémio ModaLisboa para Melhor Designer Nacional e futura aluna da escola italiana, sobre Moda, talento e futuro.

Carolina Raquel, vencedora do Prémio Moda Lisboa de Melhor Designer Nacional, com os jurados do concurso Sangue Novo (da esquerda para a direita, Danilo Venturi, Miguel Flor, Diane Pernet, Alfredo Oróbio e Cláudia Barros) ©Ugo Camera

O arranque de mais uma edição de ModaLisboa significa também a mostra de jovens talentos, tanto nacionais como internacionais, que imediatamente se associa à Semana de Moda da capital portuguesa - o concurso Sangue Novo. Na passada tarde de 8 de março, o Pavilhão Carlos Lopes recebeu os finalistas Archie Dickens, Carolina Raquel, Federico Protto, Opiar (Artur Duarte), Rita Carvalho e The Co.Re (Inês Coelho e Rachel Regent), que apresentaram as suas novas coleções outono/inverno 2019.

Dos seis designers finalistas que participaram no concurso Sangue Novo – Young Designers Competition, Carolina Raquel foi a escolhida para receber o Prémio ModaLisboa para Melhor Designer Nacional. A vencedora, selecionada pelos jurados Miguel Flor, Alfredo Oróbio, Diane Pernet, Danilo Venturi, diretor da Polimoda, e Cláudia Barros, diretora de Moda da Vogue Portugal, irá integrar o Mestrado em Design de Moda, na Polimoda, em Florença, "uma oportunidade ótima". 

"Acho que esta parceria [entre a Polimoda e a ModaLisboa] é muito importante para ambas", contou Danilo Venturi, diretor da prestigiada escola de Moda italiana, à Vogue Portugal. "A Polimoda está à procura de novos talentos e a ModaLisboa está a criar uma plataforma para os seus talentos. Posto isto, é um match perfeito, um match em nome do amor – um amor pelos países que representamos, um amor pelo talento, um amor pela juventude, um amor pelo design e um amor pela Moda. É uma visão em comum. Vejo esta parceria como algo muito positivo." 

Como defende Danilo Venturi, "aquilo que tens em Portugal não é aquilo que tens em Itália, e aquilo que encontras em Itália não encontras em Portugal" - e, por isso mesmo, o diretor da Polimoda considera que "as particularidades dos países", "as técnicas distintas" e "as diferentes abordagens à Moda" são grandes vantagens para os designers portugueses que beneficiam desta parceria. "Esta oportunidade também se prende com uma vivência fora do país, e isso representa uma experiência fantástica porque o crescimento de um designer não é apenas técnico, não é apenas sobre aquilo que ele consegue fazer, mas também sobre a forma como um criador se desenvolve enquanto pessoa, e desenvolve a sua própria personalidade. Penso que tudo isto ajuda a desenvolver a identidade de um designer." 

Do desenvolvimento técnico ao desenvolvimento pessoal, Danilo Venturi considera que um jovem designer deve ser sempre claro e honesto consigo mesmo. "Não tentes apenas por tentar - tem um foco, tem uma visão clara e uma ideia clara daquilo que queres fazer, de quem queres ser", aconselha o diretor da Polimoda. "Assim que decides seguir este caminho e começas a dar os primeiros passos, tens que ser persistente e nunca podes parar. Por último, e isto pode soar um pouco estranho, acho que tens que ser amigável com os outros. Este não é o tempo para maus comportamentos ou competições arcaicas, mas antes para colaborar, para partilhar ideias e criar um mundo onde todos nos podemos sentir melhor."

Para Danilo Venturi, um bom diploma é "uma espécie de passaporte" para não só entrar no mundo profissional, mas também para vingar com sucesso no mesmo. "Não digo isto por representar a Polimoda, mas se fores para uma empresa com um diploma da Polimoda, ele será o teu passaporte", defende o diretor da escola de Moda italiana. "As empresas reconhecem o valor que tu representas e sabem que és um licenciado ou mestre que se preocupa. Para mim, é aí que está o valor de um diploma."

O valor da formação constante e da oportunidade de estudar fora da zona de conforto é algo que Carolina Raquel, vencedora do prémio de Melhor Designer Nacional, reconhece. "Eu vivo em Londres, há quatro anos e meio, e estudei no London College of Fashion. Agora, ter a oportunidade de ir para Itália é ótimo", contou a criadora em entrevista à Vogue Portugal. "Eu conheço Portugal, já trabalhei aqui com alguns ateliers, e também já trabalhei em Inglaterra. Indo para Itália, vou ter oportunidade de explorar um novo mercado, conhecer novas pessoas, novas fábricas de tecidos. Acho que vou ter todo um novo mundo para explorar, e fico mesmo muito feliz por ter essa oportunidade, sem dúvida."

Sobre a mudança para Itália, "um país radicalmente diferente de Inglaterra, incluindo na forma de trabalhar na indústria", Carolina mostrou-se entusiasmada com a certeza de que "irão surgir muitas oportunidades e contactos ótimos para continuar a desenvolver o trabalho". "Depois de ter estado no London College of Fashion, este Mestrado na Polimoda vai ser uma experiência complementar e diferente", disse a jovem criadora. "Para mim, é algo que faz todo o sentido. O diretor da Polimoda [Danilo Venturi] esteve a falar comigo quando viu as minhas peças, e senti que ele estava muito aberto a toda a minha exploração criativa, e isso agrada-me imenso." 

Com colaboração têxtil do artista Miette Farrer, a coleção A Complex Form foi inspirada "no processo de esculpir um bloco, ou seja, de criar uma escultura". Como nos explica Carolina, "o primeiro coordenado representa esse bloco, é muito volumoso, é um casaco volumoso, e o último representa a leveza de uma pedra polida e finalizada e, por isso, ela vai quase nua. Consequentemente, este processo de esculpir acaba por ser uma comparação ao processo de despir. A silhueta vai reduzindo até ao fim, e acho que isso é o que mais chama a atenção. No início é tudo tão dramático e volumoso, e no fim é tudo tão simples." 

A coleção outono/inverno 2019 de Carolina Raquel foi inspirada na ideia de esculpir e despir ©Ugo Camera

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