Estilo   Pessoas  

Privado: Daria Malygina

06 Jun 2017
By Carlota Morais Pires

Chamam influencers às miúdas com milhares de seguidores no Instagram, mas Daria Malygina recusa-se a encaixar no rótulo.

Chamam influencers às miúdas com milhares de seguidores no Instagram, mas Daria Malygina recusa-se a encaixar no rótulo. À Vogue diz que mais importante do que deixar-se arrastar pela Moda é mergulhar no mundo da música, ter um ponto de vista e perder-se à conversa com pessoas fora da caixa.

Tem mais de 235 mil followers no Instagram e não é difícil perceber porquê - passamos com o dedo o mosaico de fotografias e tudo é atitude, rebeldia e sex appeal. Sentada na esplanada do Hotel Alma, em Barcelona, Daria Malygina fuma um cigarro enquanto prende a mão entre os joelhos. É uma das influencers convidadas pela Mango (que veste dos pés à cabeça) para o Barcelona Primavera Sound 2017. As outras raparigas estão de stilettos, blazer e ar sério, tudo o que não combina com os seus óculos de sol Ray-Ban, os calções muito curtos, o top que deixa a descoberto a barriga e os ombros ou as monumentais plataformas brancas, uma qualquer combinação entre ténis e sandálias. Tem o cabelo desalinhado, um lado punk que gostamos. Olha para nós e sorri, levanta-se e convida-nos a sentar. Não a conhecíamos e já sabíamos que esta era uma miúda com quem queremos falar.    

Quando é que começaste a interessar-te por Moda? Tudo começou por volta dos 11 anos, a idade com que comecei a trabalhar como manequim. A minha mãe é designer de Moda, o que facilitou também a minha entrada na indústria. Quando tinha 15 anos fiz o meu primeiro desfile para a Prada, em Milão. 

E aspiravas vir a trabalhar em Moda e criar o teu próprio projeto, à semelhança da tua mãe? Também adoro música, por isso antes de ambicionar trabalhar em Moda queria começar a tocar. Hoje sou DJ e modelo, mas também estou a criar a minha primeira coleção de roupa, que quero que seja super descontraída e cool - a ideia é abraçar a simplicidade e o sportswear, e usar sempre materiais de ótima qualidade. 

Quais são as tuas maiores referências de estilo?  A minha mãe é e sempre foi a minha maior influência. Também gosto muito de fotografia de Moda, principalmente do trabalho do Helmut Newton, mas acima de tudo o que mais me inspira são as pessoas, a forma como falam e se movem, o que fazem e como fazem, o que vestem, o que escolhem. O acessório que transforma um look num segundo? Óculos de sol e bolsas para usar à cintura. A melhor peça no teu armário? As que roubo à minha mãe! O melhor roteiro de compras? Gosto de descomplicar e de comprar roupa sporty, fácil de usar! Por isso diria Urban Outfitters, Mango e H&M. Uma marca no teu radar? Walk of Shame - é uma marca russa que adoro, é super cool. Os designers que mais admiras?  Gosto de usar tudo da Versus Versace, não só da coleção feminina, mas também da masculina. Adoro a Miuccia Prada, a forma como olha a Moda - lembras-te dos óculos de sol cortados em baixo, e depois em cima? Como é que ela teve esta ideia? É incrível!As peças que mais usas? Agora gosto muito de usar roupa de homem. E calções, crop tops, bolsas de cintura e anéis de ouro, peças minimalistas, sem nada, lisas. A peça que todas as mulheres deviam ter no armário? Hoje todas nós temos tudo! Mas provavelmente um vestido preto comprido.O que nunca usarias? Coroas de flores na cabeça... As pessoas usam-nas muito em festivais, não é? Isso e saias de pregas, odeio... O melhor conselho que te deram? A minha mãe sempre me disse para fazer o que realmente quero e o que sinto - se fizer o que os outros esperam de mim, ou o que os outros fazem, nunca iria conseguir concretizar nada. Fui sempre educada dessa forma e sempre fiz o que quis verdadeiramente.A lição mais importante que aprendeste a trabalhar em Moda? É importante ter os pés assentes na terra - não nos deixarmos levar por opiniões de outras pessoas. Podem dizer-nos que estamos demasiado gordas ou magras ou feias, ou que temos de fazer uma determinada coisa que não queremos para conseguir um trabalho, e por isso é essencial ser forte e saber exatamente o que queremos e não queremos. Eu diria que é muito perigoso trabalhar nesta indústria quando se tem menos de 18 anos e a maior parte das pessoas não imagina o quão difícil pode ser. A música, por exemplo, é um meio mais fácil.

Carlota Morais Pires By Carlota Morais Pires

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