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Quioto, quimonos e Dior: Vicky Montanari no coração do desfile Fall 2025

19 Apr 2025
By Maria Inês Pinto

Vicky Montanari viajou até Quioto com a Dior para testemunhar um desfile que foi também um manifesto: a Moda como corpo, cultura e identidade. Entre templos, tecidos e tradição, encontrou uma nova forma de olhar o vestir, tal como nos conta em entrevista.

Em Quioto, Maria Grazia Chiuri apresentou uma das suas coleções mais contemplativas para a Dior. No desfile Fall 2025, a diretora criativa mergulhou na ideia de como vestimos a nossa cultura e como, através dela, contamos quem somos. A silhueta do quimono foi o ponto de partida para uma investigação que evoca o legado de Monsieur Dior e as peças criadas, ainda em 1957, para envolver esse traje ancestral com respeito e modernidade. Casacos e blusões abraçaram os corpos das modelos com fluidez, enquanto tecidos de seda, bordados e estampados serviram como ode à cultura nipónica e à sua beleza delicada. Com tons de preto intenso, flores narrativas e texturas que se metamorfoseiam a cada passo, a coleção mostrou-se um diálogo entre Moda, arquitetura e cultura; entre o corpo e o mundo que o rodeia.

Vicky Montanari, convidada da maison Dior, viveu tudo isto de perto. Em conversa com a Vogue Portugal, fala sobre a sua primeira viagem ao Japão, os looks que a fizeram sonhar e aquilo que leva consigo desta experiência: mais do que na mala, na memória.

Estás a visitar Quioto pela primeira vez. Quais eram as tuas expectativas?

Sim! Conhecer o Japão sempre foi um sonho e ter a oportunidade de fazê-lo com a Dior é inacreditável, por isso, as expectativas eram altíssimas.

Fazer a mala para viajar é uma tarefa difícil - especialmente para qualquer fanático por Moda. Tens alguma dica para facilitar este processo?

Nos últimos tempos, fazer e desfazer malas tem sido uma tarefa semanal. Por isso, acumulo alguns truques para facilitar, como ter necessaires de beleza sempre prontas e usar packing cubes para organizar a roupa por tipo, caso seja uma viagem mais longa como esta, na qual se torna mais complexo levar os looks prontos - e existem peças que vão ser utilizadas mais de uma vez.

E quais são os teus must-have para viajar?

Não tenho um must-have de roupa porque todas as viagens são muito diferentes, o meu must-have seriam uns headphones para usar no avião com cancelamento de ruído. Para o Japão, diria definitivamente sneakers.

Como é que te preparas para uma viagem como esta?

Sempre que viajo para um país culturalmente tão diferente tento ir-me informando sobre as curiosidades, cultura e costumes, para chegar e entender o que estou vivendo e ao que devo estar atenta. Para além de sempre tentar regular o meu sono no avião para combater o jet lag e conseguir aproveitar desde o dia 1.


Lojas, restaurantes, bairros… quais foram os teus locais favoritos em Quioto?

Higashiyama, onde ficámos hospedados no Six Senses, é super charmoso e a zona de Ninenzaka e Sannenzaka para passear. Para lojas, Kyoto Handicraft Center para cerâmicas e tecidos, e Shijo Kawaramachi para roupa. Os templos têm grande destaque em Quioto, como o Kinkaku-ji e o meu restaurante favorito foi o Tsuroku.



Que inspirações trouxeste do desfile e de Quioto?

A fusão dos tecidos, cortes e peças de roupas japonesas, como os quimonos, foi o que mais me cativou e inspirou.

Quais foram os teus looks favoritos deste desfile?

Look 52, vestido com franjas incríveis. Look 55 com um casaco preto todo bordado com flores incríveis. Look 60, todo realizado com um tecido que tive o prazer de ver no atelier no dia anterior ao desfile - uma pequena curiosidade: alguns destes tecidos demoram entre 1 a 7 anos a serem produzidos.

Da esquerda para a direita: look 52, 55 e 60.
Da esquerda para a direita: look 52, 55 e 60.

Da esquerda para a direita: look 52, 55 e 60.
Cortesia Dior

Que peça gostarias de começar a usar mais nesta primavera?

O casaco do look 55 bordado comprido seria algo que adoraria incorporar no meu armário para primavera e outono.

E que peça do desfile precisas de adicionar ao teu guarda-roupa?

A versão da nova bolsa Dior, mas com o padrão das árvores de cerejeira, incrível!


A Dior sempre teve uma relação especial com as mulheres e, sob a direção de Maria Grazia Chiuri, várias artistas têm sido celebradas. Como é que esta ligação da marca ao feminino te inspira?

Maria Grazia transforma cada coleção em um tributo à força, à diversidade e à autenticidade das mulheres. Integra o feminismo diretamente nas coleções, como o "We Should All Be Feminists" e celebra a mulher - forte, criativa e multifacetada. A fusão de tradição e inovação reflete a busca por uma Moda inclusiva, onde a elegância encontra a liberdade de expressão e sororidade.

O que é que mais te fascina no mundo Dior?

Exatamente a mistura entre tradição e inovação de forma tão fluida. É um equilíbrio perfeito entre o clássico e o contemporâneo, relevante e com atitude.

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