A tendência Y2K trouxe consigo um momento da história da Beleza que poucos querem reavivar.
A tendência Y2K trouxe consigo um momento da história da Beleza que poucos querem reavivar.
Por este andar, já todos devemos ter a expressão “Y2K” no nosso vocabulário. A sigla, usada para caracterizar tudo o que tenha originado - ou proliferado - no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, invadiu a Moda e a Beleza com uma rapidez que poucos anteciparam.
E na Beleza em particular trouxe consigo uma panóplia de coisas boas: trouxe o brilho, a cor, e uma capacidade de expressão pessoal que em muito tinha sido limitada pelas tendências minimalistas anteriores. Mas também trouxe coisas que, no mínimo, algumas de nós poderão considerar como menos boas.
Admito que tudo o que envolva sobrancelhas acaba por ser um assunto bastante pessoal para mim. Lembro-me de quando, por volta de 2010, comecei a ver imagens de Cara Delevingne explodir pelas redes sociais e, pela primeira vez, senti que as minhas sobrancelhas grandes, escuras e volumosas estavam prestes a ser consideradas trendy. Assim foi.
Nos dez anos que se seguiram, o maximalismo das sobrancelhas estava na ribalta e a indústria cosmética providenciou uma multitude de instrumentos que poderiam auxiliar qualquer pessoa na obtenção de tal look. É por isso que, hoje, a maioria de nós terá no seu kit de Beleza algo como um lápis para preencher as sobrancelhas, uma pequena escova para as pentear, um pincel para as delinear e, quem sabe, um ou dois óleos que impulsionem o crescimento dos pelos nessa fatídica zona do rosto.
Por muito que custe dizer, é provável que os próximos anos façam com que tenhamos de substituir todas essas ferramentas por uma única que, lá está, viveu o seu momento de glória no início dos anos 2000. Falamos da pinça, é claro.
Quando inicialmente se abordou o regresso da estética Y2K à maquilhagem, falou-se das sombras metalizadas e do glitter, dos lábios brilhantes e das bochechas coradas, mas ninguém queria falar das sobrancelhas. Porquê? Porque, achávamos nós, ninguém queria ver as sobrancelhas finas regressarem ao panorama de Beleza atual.
Talvez nem tenha sido uma questão de querer, mas sim uma questão de acontecer. E entre as pessoas que fizeram acontecer, Bella Hadid está no topo da tabela. A modelo nunca escondeu o seu gosto pelas sobrancelhas finas, tendo muitas vezes apostado em looks de Beleza que remetem para o estilo Y2K. Mas não foi a única. Em 2018, muito antes de sequer pensarmos no provável regresso desta tendência, Rihanna apareceu na capa da Vogue britânica com umas sobrancelhas cujo delineado nos transportou automaticamente para o final dos anos 90.
Chegados aos novos anos 20 e as sobrancelhas (muito) esculpidas começam a aparecer em alguns dos looks de Beleza de destaque das passerelles internacionais. Para a primavera/verão de 2022, vimos a estética Y2K - com todos os seus componentes - representada em desfiles como os de Versace ou Blumarine, e até em Chanel foi possível verificar um ligeiro diminuir do volume das sobrancelhas.
Ainda assim, nenhum destes looks se encontra próximo do estilo de sobrancelhas que dominou a viragem do milénio. Esperemos que a febre não se alastre demasiado rápido, pois quanto mais apressada for a transição, mais tempo demorará no futuro até que as nossas sobrancelhas voltem a crescer - e já ninguém tem paciência para esperar 20 anos para que isso aconteça.
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