Ritmo do tempo

16 Aug 2021
By Vogue Portugal

Antes das selfies nos terem multiplicado em filtros mil, colecionávamos retratos. Antes de os chats e os DMs e os whatsapps e as SMS nos terem criado linhas de comunicação remotas, colecionávamos pessoas.

Antes das selfies nos terem multiplicado em filtros mil, colecionávamos retratos. Antes de os chats e os DMs e os whatsapps e as SMS nos terem criado linhas de comunicação remotas, colecionávamos pessoas. Antes de dominarmos a técnica das poses, colecionávamos uma postura inerte, uma mugshot, uma foto tipo passe como um frame de um momento sereno, reflexo de um slow living passado que agora parece querer dominar o futuro. E porquê esta coleção de imagens? Porque se não as tivermos como testemunho, o nosso passado é ficção? E se o passado é ficção, o futuro incerto pode alguma vez ser tomado como certo, mesmo quando se torna passado? E o que é que isso interessa quando o importante é viver a vida ao ritmo dos dias que passam em Dó menor e Sol maior?

Fotografia de Francesco Brigida. Realização de Laurent Dombrowicz.

Diarra: casaco, blusa e saia, tudo Maison Margiela. Cinto, Givenchy. Botas, Christian Louboutin. Maximilian: camisa e gravata, ambos Prada.

Diarra: macacão e pulseira, ambos Bottega Veneta.

Diarra: vestido e chapéu, ambos Nina Ricci. Botas, Rombaut.

Heva: vestido, Yohji Yamamoto. Botas, Roger Vivier.

Diarra: vestido, Alexander McQueen. Sapatos, Roger Vivier. Maximilian: camisa, camisola, calções e faixa de cintura, tudo Dior Men’s Collection. Meias, Falke. Sapatos, Givenchy.