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Tanya Reynolds e Patricia Allison falam sobre a segunda temporada de Sex Education

14 Jan 2020
By Mónica Bozinoski

A Vogue conversou com as atrizes Tanya Reynolds e Patricia Allison sobre a segunda temporada da série, a evolução das suas personagens e os seus momentos favoritos de Sex Education.

A Vogue conversou com as atrizes Tanya Reynolds e Patricia Allison sobre a segunda temporada da série, a evolução das suas personagens e os seus momentos favoritos de Sex Education. 

Lily (Tanya Reynolds) e Ola (Patricia Allison) na segunda temporada de Sex Education ©Netflix
Lily (Tanya Reynolds) e Ola (Patricia Allison) na segunda temporada de Sex Education ©Netflix

Quando Sex Education chegou à Netflix em janeiro do ano passado, a vida de adolescentes e adultos em todo o mundo nunca mais foi a mesma. Agora, um ano depois de se ter estreado na plataforma de streaming, a série que fala abertamente (e com a dose certa de humor e seriedade) sobre sexo, dilemas morais e pessoais, gravidez na adolescência, homossexualidade e relações entre pais e filhos está de regresso para uma segunda temporada que promete continuar a quebrar todo o tipo de tabus. 

Com data de estreia marcada para dia 17 de janeiro (weekend binge watching, anyone?), o segundo capítulo de Sex Education traz consigo uma série de novas descobertas, dilemas e peripécias para o grupo de adolescentes por quem criámos um soft spot na primeira temporada - grupo esse que inclui a carismática Lily e a über-cool Ola, interpretadas por Tanya Reynolds e Patricia Allison.

A propósito da estreia, a Vogue conversou com as duas atrizes sobre aquilo que podemos esperar da segunda temporada, a forma como as suas personagens evoluíram ao longo dos dois capítulos da série e as melhores lições que aprenderam a interpretar Lily e Ola.

Sobre a segunda temporada de Sex Education

Tanya Reynolds: É fantástica! Vai tocar em novas questões sobre a sexualidade, que não se focam apenas nas personagens mais jovens, mas também nas gerações mais velhas, o que é muito interessante. Vamos ter um enredo muito entusiasmante, mas não posso revelar muito sobre ele [risos]. 

Patricia Allison: A segunda temporada é muito interessante, particularmente no que toca a questões de relacionamento, especialmente com as personagens femininas. Diria que vamos ver conflitos muito interessantes. 

Sobre a evolução das personagens Lily e Ola  

Tanya Reynolds: Na primeira temporada, a Lily estava muito focada em ter relações sexuais. Agora, as ambições dela mudaram um pouco e está menos interessada nisso; as relações sexuais são postas em segundo plano e ela está mais focada nela mesma, em ser autora e realizadora. Nesta temporada vamos vê-la a redigir um musical do William Shakespeare, o Romeu e Julieta, mas com uma história que é fruto da imaginação da Lily. Imaginem isso, se conseguirem [risos]. 

Patricia Allison: O musical é um momento muito cool. Sobre a minha personagem, a Ola, vamos conseguir ver uma evolução da primeira temporada para a segunda. Na primeira temporada eu entro em cena um pouco mais tarde, e a Ola ainda não está na escola. Nesta nova temporada vamos poder ver a integração dela, e a relação dela. A Ola e a Lily são apresentadas uma à outra, e vamos vê-las juntas na escola. É muito interessante para a Ola, ela gosta imenso da frontalidade, da honestidade e da personalidade da Lily, e sente que elas se compreendem uma à outra. 

Tanya Reynolds ©Netflix/Divulgação
Tanya Reynolds ©Netflix/Divulgação

Sobre o momento favorito da primeira temporada da série 

Tanya Reynolds: É uma pergunta difícil... 

Patricia Allison: Posso dizer o meu? Adorei a introdução da Lily na série! Adoro as táticas dela e adorei a forma como tu [Tanya] concretizaste esse momento, percebes o que quero dizer? Estava obcecada com a Lily e com a forma como ela interagia com as pessoas durante a primeira temporada. 

Tanya Reynolds: O meu momento favorito da série? Meu Deus, existem tantos que eu adoro... Acho que o fantástico desta série é o facto de existirem tantas personagens e tantas histórias, e por isso foi muito engraçado para nós ver os episódios e aquilo que acontece. Claro que todos nós lemos o guião, mas não sabíamos como é que tudo se ia desenrolar no fim. E a verdade é que somos genuinamente fãs da série. Eu sou uma grande fã da série, ao ponto de não querer ler algumas partes do guião, porque não queria saber aquilo que acontecia. Eu não quero spoilers, quero surpresas [risos]! 

Sobre o sucesso da primeira temporada de Sex Education 

Tanya Reynolds: Honestamente, acho que nenhum de nós estava à espera. Sabíamos que ia ser bom, e sabíamos que as pessoas iam gostar, porque é uma série muito boa, que está muito bem escrita, e toda a gente que está envolvida neste projeto é tão forte, mas acho que nenhum de nós estava à espera que explodisse da forma como explodiu. É fantástico, é uma loucura, na verdade. Estive em França e cruzei-me com pessoas que me reconheciam... em França! Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer, nunca esperei ser reconhecida noutro país, é uma loucura. 

Patricia Allison: Acho que a forma como a Netflix trabalha, e o facto de ser uma plataforma tão internacional, faz com que consigamos chegar a tantos países, e a países onde não esperávamos que a série tivesse tanto impacto. E as pessoas puderam ver a série de uma vez só, o que é fantástico. Penso que é uma linguagem universal, e é um diálogo que precisava de acontecer de forma global, para que todos possamos falar mais sobre sexualidade e explorar esse tema. 

Patricia Allison ©Netflix/Divulgação
Patricia Allison ©Netflix/Divulgação

Sobre Sex Education ser a série que gostavam de ter tido durante a adolescência 

Tanya Reynolds: Oh meu Deus, sim, a 100%. Não só pelo facto da série falar sobre condições específicas como o vaginismo, por exemplo. É algo que tem sido muito útil para muitas pessoas, saberem o que é. Muitas mulheres já experienciaram isso, seja a que nível for, e não é uma palavra que ouvimos muito. Eu achava que era uma palavra inventada. Não consigo imaginar ser adolescente, ter 14 ou 16 anos, e experienciar isso naquela altura... eu não iria saber o que isso [o vaginismo] é, não saberia se podia falar sobre isso com alguém. Por isso, acho que a série é fantástica. Com esta nova temporada, há um foco muito grande nas raparigas, com as personagens femininas a pedirem aquilo que realmente querem a nível sexual. Isso é algo que as mulheres têm dificuldade em fazer, porque somos educadas para acreditar que o sexo não é para nós, que é para os rapazes. Acho que a série aborda temas que são mesmo necessários. 

Sobre aquilo que aprenderam com as suas personagens 

Patricia Allison: Tenho aprendido imenso com esta segunda temporada, especialmente por ter mais material e conteúdo agora. Tem sido mesmo entusiasmante. Aquilo que sinto é que estas personagens foram tão bem construídas e esculpidas, e acontecem coisas tão interessantes nas suas vidas, que acabas por aprender sempre alguma coisa com cada uma delas, seja pela forma como interagem com os outros, pela forma como se sentem em relação a si mesmas, pela forma como são, no geral. Com a Ola, sinto que ela é muito direta, que sabe exatamente aquilo que quer, e eu gosto muito disso. É algo que tenho aprendido com ela, ser forte, ser quem sou, e não ligar nenhuma aos haters [risos]. 

Tanya Reynolds: Penso exatamente o mesmo. A Lily ensinou-me imenso, e tem vindo a ensinar-me muito, sobre o tipo de pessoa que eu quero ser. Eu admiro esta miúda de 16 anos, que está tão à frente. Apesar de me relacionar com ela a diversos níveis, e de reconhecer muito de mim nela, a Lily tem uma confiança que eu ainda não tenho em adulta. Ela está tão à frente da idade dela e de outras personagens que convivem com ela naquele ambiente. Só o facto de estar tão ligada a si mesma, e de gostar tanto de si mesma. Estou a tentar ser mais como a Lily na minha vida, sem dúvida. 

Patricia Allison: Acho que a Ola e a Lily têm as duas essa qualidade, de serem personagens tão diretas... 

Tanya Reynolds: Sem dúvida! E a Lily respeita mesmo a Ola, porque ela é assim. São as duas muito honestas sobre quem são, e pessoas muito mais abertas nesse sentido. Não são pessoas que se "mascaram", não escondem quem são, nem fingem ser alguém que não são. 

Patricia Allison: Isso é um ponto muito interessante, e acho que é algo estranhamente refrescante para as adolescentes que muitas vezes sentem a pressão de ser um determinado tipo de pessoa, ou de crescer de determinada maneira durante a adolescência. 

Mónica Bozinoski By Mónica Bozinoski

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