Que o florescer desta primavera seja um sinal de esperança e otimismo para enfrentarmos a realidade que atualmente vivemos. Que esta nova estação seja, acima de tudo, um novo despertar.
Que o florescer desta primavera seja um sinal de esperança e otimismo para enfrentarmos a realidade que atualmente vivemos. Que esta nova estação seja, acima de tudo, um novo despertar.
Saint Laurent © ImaxTree
Saint Laurent © ImaxTree
Este ano, a primavera é recebida com um sorriso amarelado. A situação que enfrentamos não nos deixa em êxtase total, mas este novo ciclo dá-nos a esperança e otimismo que precisamos para continuarmos, dentro do possível, as nossas rotinas. Sair de casa está completamente fora de questão e ir às compras para renovar o guarda-roupa não é (sublinhamos veemente o não é) de todo uma prioridade. Mas olhar para as principais tendências da nova estação e idealizar como é que as podemos pôr em prática assim que tudo isto acabar, é possível e pode ser feito através do conforto de sua casa.
A sustentabilidade tem liderado grande parte das discussões na indústria da Moda. Hoje, mais do nunca, é importante perceber como é que a pegada ecológica de uma marca pode ser potencializada. Quão verde é o desfile? Quão sustentável é a visão? Quão circular é a economia? Estas questões ecoam mais alto do que qualquer tendência anunciada nas passerelles de Nova Iorque, Londres, Milão e Paris.
Sendo uma das indústrias mais poluentes do planeta, a Moda está cada vez mais consciente de si e daquilo que pode fazer para minimizar o seu impacto no planeta. Entre as marcas que já anunciaram esse compromisso temos Gabriela Hearst que apresentou a sua coleção num desfile totalmente carbon-neutral. A Gucci anunciou uma meta para atingir a neutralidade das emissões de carbono através de uma combinação de redução e compensação de todas as emissões de carbono da marca. Marine Serre é uma grande adepta do upcycling. Stella McCartney apostou em novos materiais. A Dior usou árvores na passerelle que depois iriam ser plantadas em zonas urbanas da cidade luz. E a dupla Justin Thornton e Thea Bregazzi, da Preen by Thornton Bregazzi, idealizaram algumas peças com os excedentes de tecidos das estações anteriores.
Mas, e a roupa? Em suma, as marcas estão a apostar cada vez mais na sua identidade e em peças de assinatura. Se procuramos um tuxedo vamos à Saint Laurent. Se não dispensamos uma peça em tweed fazemos uma visita à Chanel. Apostar em clássicos é importante, o que não deixa de ser uma boa notícia para os staples do nosso guarda-roupa: o denim, os trench-coats e todas aquelas camisas que ainda não usou, têm agora um momento para brilhar através de novas combinações.
Neste artigo, reunimos as principais tendências para a primavera/verão de 2020. Um guia de estilo para que se possa inspirar e começar a pensar nas mil e uma combinações que pode fazer durante os próximos meses.
A Short story
Givenchy, Saint Laurent, Jacquemus, Valentino e Max Mara. © ImaxTree
Givenchy, Saint Laurent, Jacquemus, Valentino e Max Mara. © ImaxTree
Das wide-legs às silhuetas dos anos 80, passando ainda pela paper-bag waist, as calças têm evoluindo nas últimas estações à frente dos nossos olhos. Agora, para a primavera/verão, os calções são os protagonistas. Em qualquer material, silhueta ou cor, esta peça vai fazer dos dias quentes e das noites fora de casa (sim, elas vão chegar) memoráveis. E a melhor parte? Seja um par de calções Chanel ou Saint Laurent, ou as bermudas Givenchy ou The Row, vamos poder andar, correr e dançar com o maior conforto possível.
Os cortes
Missoni, Emporio Armani, Gucci, Balmain e Rick Owens © ImaxTree
Missoni, Emporio Armani, Gucci, Balmain e Rick Owens © ImaxTree
Para revelar sem revelar demasiado. Para construir silhuetas contemporâneas. Para arejar. Para aquilo que nos apetecer. As passerelles encheram-se de coordenados que vão pôr à prova a nossa imaginação. Será que vamos mesmo querer mostrar? Depois de olharmos para aquilo que Christopher Kane, J.W. Anderson e Missoni apresentaram, a resposta será sempre afirmativa.
Os trench-coats
J.W. Anderson, Burberry, Proenza Schouler, Versace e Bottega Veneta © ImaxTree
J.W. Anderson, Burberry, Proenza Schouler, Versace e Bottega Veneta © ImaxTree
Estamos diante de uma instituição, sim porque o trench-coat não é uma peça de roupa qualquer. E o nosso love affair só aumenta, não importa a estação. As criações aque já conquistaram o nosso coração? Os cristais pregados na Burberry, os ombros na Versace e a silhueta oversized na Proenza Schouler.
Tropical affairs
Louis Vuitton, Valentino, Stella McCartney, Versace e Halpern © ImaxTree
Louis Vuitton, Valentino, Stella McCartney, Versace e Halpern © ImaxTree
Se a estação quente já era propícia a grandes quantidades de estampados floridos, mesmo com a célebre frase: “Florals for spring? Groundbreaking.”, a ecoar em loop nas nossas cabeças. Em 2020, a fauna e flora dos trópicos é homenageada nas propostas de Versace, Giambattista Valli, Valentino, Halpern e Isabel Marant.
Nada a esconder
Molly Goddard, Marine Serre, Mugler, Loewe e Nº21 © ImaxTree
Molly Goddard, Marine Serre, Mugler, Loewe e Nº21 © ImaxTree
Esta é a atualização número 3420 das transparências para o verão. Mas em equipa vencedora não se mexe, já diz o velho ditado. Com certeza que não vamos mexer, mas dar-lhe um toque mais contemporâneo é permitido. Mugler, Molly Goddard, Jacquemus e Nº21, dão-nos a autoconfiança que precisamos já Alessandro Michele diz ser “Gucci Orgasmique”.
Camisas, camisas, camisas e mais camisas
The Row, Chanel, Lacoste, Carolina Herrera e Dior © ImaxTree
The Row, Chanel, Lacoste, Carolina Herrera e Dior © ImaxTree
É verdade. As camisas estão no nosso guarda-roupa desde sempre, ainda nem éramos nascidos e já esta peça andava a pavonear-se nas ruas da cidade. Mas nesta estação elas recebem o devido protagonismo e passam assim a ser uma das peças mais importantes do nosso guarda-roupa (ok, já o eram), mas com aquele je ne sais quoi. Nas versões minimais de The Row, Etro e Lacoste aos vestidos-camisa Versace, Valentino e Carolina Herrera. Escolha a sua.
Um brinde aos anos 70
Paco Rabanne, Etro, Marc Jacobs, Victoria Beckham e Celine © ImaxTree
Paco Rabanne, Etro, Marc Jacobs, Victoria Beckham e Celine © ImaxTree
Os tailleurs continuam a inundar as principais passerelles, sem qualquer tipo de abrandamento. Depois das silhuetas mais masculinas, dos ombros estruturados e das boxy shapes, este uniforme regressa numa versão mais longa, com blazers de um só botão e com flare na parte de baixo. Uma estética muito livre para mulheres igualmente livres.
Hips don’t lie
Thom Browne, Richard Quinn, Balenciaga e Loewe © ImaxTree
Thom Browne, Richard Quinn, Balenciaga e Loewe © ImaxTree
As ancas são consideradas um símbolo de feminilidade e fertilidade. À luz de 2020, designers como Rei Kawakubo, Demna Gvasalia e Jonathan Anderson deram o seu contributo para enaltecer esta parte do corpo. Já canta Shakira: "My hips don't lie."
Vamos drapear
Balmain, Mugler, Prabal Gurung, The Row e Oscar de la Renta © ImaxTree
Balmain, Mugler, Prabal Gurung, The Row e Oscar de la Renta © ImaxTree
Foi nos anos 90 que John Galliano revolucionou esta silhueta. Foi de queixo caído que lhe fizemos vénias. Marine serre, Prabal Gurung, Oscar de la Renta e Richard Malone dão o seu contributo a esta história. Mesmo com John Galliano a continuar a liderar este manifesto na Maison Margiela.