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Tim Burton por uma lupa

25 Aug 2017
By Ana Carvas

A genialidade de Tim Burton reflete-se nas suas criações para Cinema, onde o humor e o terror confluem de forma encantadora. Mas aqui, olhamos para a história do guarda-roupa dos seus filmes.

A genialidade de Tim Burton reflete-se nas suas criações para Cinema, onde o humor e o terror confluem de forma encantadora. Mas aqui, olhamos para a história do guarda-roupa dos seus filmes.

Na arte de contar histórias, é um génio sem precedentes, quer pela excentricidade e exagero das suas personagens como pela imagem cinematográfica inconfundível. Entre o universo macabro e assustador de A Noiva Cadáver ou O estranho Mundo de Jack, consegue conquistar a imaginação de espetadores de todas as idades. Um olhar inesperado sobre a arte que é o Cinema de animação infantil, uma estética aparentemente inapropriada mas que é, no fim de contas, um deleite para quem descobre as histórias das características personagens de Burton.Começou a sua carreira na Disney como animador mas, como o próprio afirmou , "não era material para a Disney, não podia desenhar lindas raposas para toda a vida". E assim foi. Estreou-se na curta-metragem Frankenweenie, em 1984, e vincou desde logo a sua estética, que preserva até aos dias de hoje.

Com clássicos como Eduardo Mãos de TesouraBatman, Ed WoodA Lenda do Cavaleiro sem Cabeça ou, mais recentemente, Alice no País das Maravilhas, a sua obra conta ainda com um notável leque de animações icónicas da indústria do Cinema. Personagens incompreendidas, paixões impossíveis, personalidades peculiares nas suas estranhas formas de existência, espaço para os anti-heróis que vivem em conformidade com o humor e a tragédia.  

Mas é nas personagens femininas que focamos este artigo. Nas mulheres e no que vestem nos filmes de Burton. Semelhante ao que acontece com cada um dos seus frames, também os guarda-roupas são pensados até ao ínfimo pormenor. Na estranha comédia Os Fantasmas Divertem-se, Winona Ryder honra o terror da sua personagem com um vestido em tule vermelho, altura em que o estilo Burton começa a ganhar uma designação própria. Este foi o ponto de partida para os coordenados vintage e clássicos nos filmes do realizador, no estilo que se mantem até hoje, desde Sandra Bloom, personagem principal de O Grande Peixe, Victoria Winters em Sombras da Escuridão ou a Weird Girl de Frankenweenie.

Com peças que caracterizam facilmente as personagens, como o vestido justo, em tons nude e vermelho da Martian Girl em Marte Ataca! ou os fatos-de-treino rosa choque da mãe e filha Beauregarde em Charlie e a Fábrica de Chocolate, Burton adapta ainda as peças clássicas de Alice no País das Maravilhas ao seu imaginário surreal. E funciona. Impossível esquecer o imponente vestido da Rainha Branca interpretada por Anne Hathaway, ou o vermelho da Rainha de Copas na versão da sua mulher e musa Helena Bonham Carter.  

Burton é uma lenda que nunca passa despercebida. A novidade, dentro dos seus limites estéticos, é sempre garantida por uma boa surpresa visual, que traz consigo uma lição de vida. É isso que transforma as suas obras em marcos do Cinema e os guarda-roupas dos seus filmes numa incrível fonte de inspiração para a Moda.

Ana Carvas By Ana Carvas

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