The Icons Issue
Dois estilos, duas eras, uma única palavra: ícone.
Este duo de Graces - Kelly e Jones - podem ter referências de look bastante distintas, mas o seu impacto na Moda, cada uma no seu género, teve a mesma magnitude. Same, same, but different, estes dois nomes não marcaram apenas uma sucessão de guarda-roupas, são testemunhas de diferentes épocas que se refletem nos seus visuais.
Isso quer dizer que, com visuais tão antagónicos, tem de escolher apenas um dos estilos? Nem por isso. É natural que todas tenhamos um pouco de Kelly e um pouco de Jones dentro de nós, mas também é normal que haja uma maior preponderância para um destes estilos cheios de Graça, na maioria do seu dia a dia.
Se o seu guarda-roupa é pautado pelas linhas clássicas intemporais que (também) tornaram Grace Kelly (1929-1982) um ícone - afinal, não é à toa que a Hermès tenha batizado uma carteira com o seu nome -, esta é a sua guerreira ideal para um quotidiano citadino que pede força, mesmo quando o look tem o seu quê de delicado. Da nobreza dos materiais ao minimalismo das silhuetas, a palavra de ordem para esta seleção será sempre sofisticação. Afinal, Grace Kelly, alem de princesa, ainda ganhou dois Óscares, a provar a multiplicidade de facetas femininas - e não, não queremos nada menos que isso. Nada menos que tudo, no guarda-roupa mais elegante.
Grace Kelly, 1956.
Getty Images
Se, por sua vez, Grace Jones (76 anos), é o seu expecto patronum, adivinhamos um guarda-roupa dominado pelos pantones mais escuros. Alguns usam a paleta cromática para se misturar na multidão, o que não podia estar mais longe da verdade no caso de Jones. Em look total preto com um corte de cabelo icónico, o seu incontornável estilo que marcou os anos 80 primava pelas silhuetas que desafiavam convenções, pela sensualidade do empowerment feminino, pela atitude despreocupada que intimidava e cativava em igual medida. Com uma postura que roubava todas as atenções em qualquer ambiente, esta Grace equilibrava a carreira de cantora, modelo e atriz numa altura em que ainda se compartimentava todas as profissões. Mas não só: numa era de estereótipos, a jamaicana quebrou-os todos, mostrando a sua feminilidade no seu ar andrógino, o seu poder no mais aberto dos sorrisos. Por isso, esta sugestão de peças é mais do que apenas um apontamento de visual, é uma armadura com mensagens em cada pesponto: o de que pode e consegue tudo.
Grace Jones, 1986.
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