“Todos desfrutamos do excêntrico”: o rosa choque da Valentino é para todos, de acordo com Pierpaolo Piccioli.
“Todos desfrutamos do excêntrico”: o rosa choque da Valentino é para todos, de acordo com Pierpaolo Piccioli.
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A cor da estação pertence apenas a um homem: Pierpaolo Piccioli, cuja tonalidade de rosa choque mereceu um tom da Pantone próprio. O Pink PP da Valentino tornou-se um fenómeno por conta própria, devido às suas propriedades que induzem felicidade a todos aqueles que a veem, assim como ao clube de fãs composto quase exclusivamente por celebridades. A crème de la crème de Hollywood, desde Anne Hathaway a Glenn Close, já desfrutou do boost de autoconfiança que o Pink PP inspira, enquanto que as supermodelos, incluindo Naomi Campbell e Gigi Hadid, já deram uma verdadeira masterclass em como utilizar a tonalidade com sucesso. Mas como é que se torna uma cor viral? Com muita pesquisa e um toque de magia, como nos revela o diretor criativo da Valentino.
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“Pink PP é o resultado de muita pesquisa e de uma necessidade; só precisei de colocar todas as minhas esperanças, sonhos e basicamente tudo o que me faz sentir bem numa só cor,” relata Piccioli à Vogue britânica. O seu diálogo com a Pantone foi simultaneamente muito técnico e extremamente emocional, alimentado pelo desejo de criar uma tonalidade que comunicasse o legado do Rosso (vermelho) Valentino de uma perspetiva moderna. Quando finalmente chegaram ao pigmento perfeito, foi “como se tivesse renascido.”
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Piccioli escolheu rosa pela suas qualidades multifacetadas. (Da mesma forma que Valentino significa algo diferente para todos.) “Rosa pode ser delicado, sensual, hedonístico e irreverente,” explica o artista dedicado, cujas combinações cromáticas enchem o coração de todos, incluindo os dos editores de moda mais cínicos. “Esta tonalidade brilha quando a dissociamos de todas as suas implicações culturais, como a sua associação mais tradicional à feminilidade ou ao punk, ou a sua atribuição original a membros do clero. Rosa tem a possibilidade de ser forte de forma involuntária; é a metáfora perfeita para a poesia: delicado e disruptivo.”
A passerele monocromática de outono/inverno 2022 decorreu num espaço pintado de um rosa vibrante com Zendaya como a personagem titular da primeira fila — já em si um statement. “Este rosa monocromático força a exploração da figura humana; põe a personalidade à frente de tudo o resto,” explica Piccioli em relação às pessoas que utilizam as suas peças. “Não se vê o género, a etnicidade, a idade: apenas o ser humano que está a usar o rosa monocromático. Assim que a nossa visão está acostumada à cor, a forma e pormenores sartoriais tornam-se mais claros.”
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Piccioli, um shape-shifter na indústria que é um defensor de diversidade na indústria, tanto em ready-to-wear como nos sagrados corredores da Alta Costura, confessa que a sua tonalidade, que certamente não é para os mais sensíveis, fica bem em todos, porque é intencionalmente excêntrico, declaradamente interessante e culturalmente independente. “Todos desfrutamos do excêntrico, que não tem nada a ver com o estranho,” partilha o designer. “Qualquer pessoa fica bem nesta cor, porque simplesmente ilumina o poder interior da pessoa que a usa. É por isso que sempre tive peças rosa em todas as minhas coleções. Desta vez, ao contrário de qualquer previsão, atrevi-me a pintar tudo de rosa.”
A alegria que o Pink PP trouxe para a indústria da moda não passa despercebida a ninguém. Tal como o Valentino Red, uma cor que já se encontra na história da Moda, o rosa de Piccioli será referenciado num futuro duradouro.