Victoria's Secret Fashion Show: o que esperar do regresso do desfile

Após uma ausência de vários anos, o Victoria's Secret Fashion Show está de volta, e a provocar entusiasmo e apreensão na mesma medida. A última edição oficial foi em 2018 e a marca decidiu fazer uma pausa no seu icónico desfile em 2019, na sequência de duras críticas sobre a falta de diversidade e inclusão. O regresso do evento foi anunciado para 2023, no entanto este não conseguiu captar a atenção dos seus antigos fãs e deixou dúvidas sobre a capacidade da marca para se reinventar verdadeiramente. Eis uma retrospetiva deste evento outrora icónico e do seu (possível) renascimento.

O Victoria's Secret Fashion Show está de volta

Durante anos, muitos de nós olhámos para a Victoria’s Secret como uma personificação de um ideal de beleza enraizado numa certa imagem de perfeição, um ideal que é virtualmente intocável para as pessoas comuns. Anjos como Candice Swanepoel, Adriana Lima e Alessandra Ambrosio fizeram história na Moda com a sua presença icónica na passerelle. Mas os tempos mudaram, e com eles as expectativas do público. Os anos de 2018 e 2019 foram marcados por uma onda de críticas que denunciam a falta de diversidade, inclusão e a perpetuação de estereótipos femininos ultrapassados. Estas críticas foram reforçadas por escândalos internos e comentários polémicos feitos por alguns dos executivos da marca, o que levou ao cancelamento do desfile em 2019 e ao abandono de uma empresa outrora todo-poderosa.

Jeff Neira/Getty Images

Atualmente, enquanto a Victoria's Secret tenta renascer das cinzas, a questão que se impõe é saber se a marca aprendeu realmente com os seus erros. O regresso da marca à passerelle em 2024 promete ser inclusivo, pelo menos à primeira vista. Os primeiros nomes anunciados, como Gigi Hadid – figura incontornável das passerelles e das campanhas publicitárias da última década – e Paloma Elsesser – modelo e ativista em prol da diversidade corporal – representam este desejo de modernidade. A presença de Imaan Hammam, de origem marroquina e egípcia – e que quebrou muitas barreiras na indústria com o seu visual único e a sua personalidade convicta –, reforça esta ambição de representar uma maior variedade de belezas.

Outras manequins já confirmadas são: Candice Swanepoel, uma das “Angels” mais emblemáticas da marca, Grace Elizabeth e Taylor Hill – uma cara conhecida da Victoria's Secret há vários anos. A marca conta ainda com estrelas em ascensão como Mayowa Nicholas, uma das mais promissoras modelos nigerianas, e Devyn Garcia, um símbolo da nova geração graças ao seu físico atlético e naturalmente desarmante. A participação de Barbara Palvin e Behati Prinsloo promete trazer uma dose de nostalgia ao desfile. Outros nomes, como Ashley Graham – defensora da positividade corporal – e Jasmine Tookes, um ícone de elegância, prometem contribuir para a atmosfera de diversidade e inclusão que a marca parece querer criar. Por fim, a lenda das passerelles da Victoria's Secret, Adriana Lima, estará presente para capturar a própria essência do que a marca representa: glamour e tradição.

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A música, por sua vez, sempre foi uma componente essencial do Victoria's Secret Fashion Show, e a edição de 2024 não será a exceção à regra. A marca decidiu optar por um toque decididamente feminino, e revelou um alinhamento de artistas composto exclusivamente por mulheres. Este anúncio marca um ponto de viragem importante para a marca, ao ilustrar o seu desejo de elevar as artistas femininas para o centro das atenções, que segue o mote da nova direção que a marca parece querer seguir.

A estrela da noite será nada mais nada menos do que Cher, um ícone mundial cuja carreira transcendeu gerações. Com a sua voz poderosa, atuações memoráveis em palco e uma energia inquestionável, Cher promete trazer uma nova dimensão ao evento. Conhecida por ultrapassar os limites e redefinir a cultura pop durante décadas, a sua presença garante um espetáculo à altura das expectativas. Para além de Cher, são esperadas também outras artistas femininas, que prometem fazer desta edição um momento único, onde a Moda e a música se juntam para celebrar o glamour e o empoderamento feminino.

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A campanha de relançamento, orquestrada em torno do vídeo de Candice Swanepoel, recorda os dias de glória da Victoria's Secret, ao mesmo tempo que se esforça por responder às novas expectativas do público. No entanto, apesar das promessas, persiste um certo ceticismo. As opiniões divergem: enquanto alguns fãs da marca esperam que esta seja capaz de encontrar um equilíbrio entre o espetáculo grandioso e uma representação mais autêntica da diversidade, outros fãs anseiam por redescobrir a dimensão inatingível que outrora caracterizou a Victoria's Secret. Nomeadamente modelos que correspondem aos padrões da época – esguias, altas, tonificadas e com uma aura californiana. Tendo em conta os anjos anunciados até agora, existem motivos para esperar que a marca regresse em grande forma, em sintonia com as preocupações da atualidade.

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Caso a marca consiga unir a aura lendária do seu desfile de Moda com uma consciência das exigências atuais, é possível que seja bem sucedida. Caso contrário, o regresso poderá revelar-se um fiasco, e marcar o fim de uma era. Só o tempo dirá se a Victoria's Secret está pronta para abraçar a mudança ou se permanece ancorada ao seu passado. Entretanto, vamos preparando as nossas asas para a ocasião - o desfile realiza-se hoje, dia 15 de outubro, pela meia noite, e é antecedido por uma pink carpet às 23h30.

Traduzido do original, disponível aqui.